Eleições 2010: Dilma Rousseff é recebida por militância cantando o Hino Nacional
A candidata eleita a presidente do Brasil, Dilma Rousseff (PT), chegou há pouco no Hotel em Brasília onde correligionários e partidários estão reunidos. Ela foi recebida pela militância cantando o Hino Nacional.
Ela que foi anunciada oficialmente a nova presidente do Brasil, está afônica e foi bastante assediada por jornalistas de todas as partes do Brasil e do mundo.
“Estou muito feliz, muito feliz”, disse ela aos jornalistas que quase entraram no carro onde a presidente estava.
O vice presidente eleito Michel Temer, também se juntou a Dilma para participar do primeiro pronunciamento oficial da presidente.
Nesse momento, o jingle de campanha da petista está sendo tocado no local e Dilma cumprimenta os governadores aliados eleitos e vários correligionários.
O presidente francês, Nicolas Sarkozy, menifestou neste domingo suas "muito cálidas felicitações" a Dilma Rousseff por sua vitória nas eleições presidenciais do Brasil, em um comunicado emitido pelo Eliseu logo após a divulgação dos resultados oficiais.
Para Sarkozy, a eleição de Dilma reflete o "reconhecimento do povo brasileiro pelo considerável trabalho feito pelo presidente Lula para fazer do Brasil um país moderno e mais justo".
Eleições 2010: Sarkozy felicita Dilma Rousseff por vitória nas eleições
O presidente francês afirmou ainda que "França e Brasil compartilham os mesmos valores e uma visão comum do mundo". Além disso, os dois países "estão convencidos de que é urgente combater as mudanças climáticas" e "acreditam em um multilateralismo renovado para organizar o mundo multipolar, levando em consideração as realidades do século XXI".
Sarkozy conclui dizendo que Dilma "poderá continuar contando com a amizade e o apoio indefectível da França".
"Esta visão comum e suas convergências sobre os desafios de nosso tempo designam França e Brasil para que sejam aliados privilegiados. O presidente da República pretende seguir aprofundando amanhã com a futura presidente do Brasil esta cooperaçã oem todas as áreas, à qual o presidente Lula e ele mesmo já deram um caráter autenticamente estratégico".
Dilma Rousseff, 62 anos, foi eleita presidente do Brasil no segundo turno das eleições, realizado neste domingo, e sucederá o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a partir do ano que vem.
Eleições 2010: Dilma Rousseff faz o primeiro discurso oficial como presidente
José Eduardo Dutra, presidente do PT convida todos a ouvirem o pronunciamento de Dilma: “Vamos ouvir o pronunciamento da primeira mulher, presidenta do Brasil, com a palavra Dilma Rousseff”, disse ele sob aplausos.
Amparada por aliados e partidários, Dilma fez seu primeiro discurso como presidente eleita.
Ela pontuou pontos importantes de seu compromissos de campanha, inclusive chamando a oposição para participar do governo.
“Quero agradecer aos que estão aqui presentes aqui, que é uma noite completamente especial. Mas quero me dirigir aos brasileiros e brasileiras, amigos e amigas de todo Brasil. Recebi a missão talvez a mais importante da minha vida e esse fato é uma demonstração do avanço democrático do País. Já registro meu primeiro compromisso, honrar as mulheres brasileiras, para que esse fato se transforme em um evento natural em empresas, instituições. Igualdade de oportunidades entre homens e mulheres, um principio essencial da democracia. Que os pais e mães olhassem nos olhos das filhas e dissessem, sim, a mulher pode”, declarou.
“Essa foi uma decisão democrática do eleitor, registro aqui meu segundo compromisso lutar desde o direito de expressão e opinião até o direito de alimentação, saúde e direitos básicos”, afirmou durante o discurso.
Sobre a tão debatida liberdade de imprensa, Dilma garantiu que irá lutar por uma imprensa livre. Em discurso, a petista garantiu velar pela liberdade de imprensa e religiosa.
“Vou velar pela mais ampla e irrestrita liberdade de imprensa e religiosa. Vou velar pela manutenção dos Direitos Humanos (…) pela Nossa Constituição, dever maior da presidência da república”, disse.
“Prefiro o barulho da imprensa livre ao silêncio da ditadura”, disse ela sendo aplaudida.
Eleições 2010: Dilma chama povo brasileiro, imprensa e autoridades para auxiliá-la na erradicação da miséria
Em seu primeiro discurso oficial, a presidente eleita Dilma Rousseff (PT) chamou todos a participarem na luta pela erradicação da miséria no Brasil. Para Dilma, o povo brasileiro, empreendedor e cheio de esperança é o grande exemplo para que ela tenha aceitado o desafio de ser presidente.
“O que mais me deu confiança e esperança, foi a capacidade do nosso povo de agarrar a oportunidade, por menos que seja, de construir um mundo melhor. Reforço meu compromisso de erradicação da miséria e criação de oportunidades para todos os brasileiros e brasileiras”.
“Essa ambiciosa meta não será realizada apelas para vontade do governo, mas é um chamado aos empresários, trabalhadores, imprensa (…) todas as pessoas de bem. Não podemos descansar enquanto houver brasileiros com fome, famílias na rua, crianças pobres passando fome. Assumo como meta, mas peço ajuda humildemente para acabarmos com o abismo que nos separa de ser uma nação totalmente desenvolvida.
Para ela, o governo do Presidente lula, tornou hoje possível, um sonho que sempre pareceu impossível.
“Reconhecemos que teremos um duro trabalho, essa nova era de prosperidade, encontra seu momento de maior potencial, numa época em que as economias das grandes nações se encontram abaladas. Não contaremos com a pujança das economias desenvolvidas, por isso se torna mais importante nossas próprias políticas e decisões econômicas” disse.
Eleições 2010: Em discurso, presidente diz que cuidará da economia do país com responsabilidade
“Estou longe de dizer que pretendemos fechar o pais ao mundo […] Mas é preciso reconhecer que teremos grandes responsabilidades num mundo que enfrenta ainda grandes crises econômicas. É preciso estabelecer regras muito mais claras. Cuidaremos de nossa economia com toda responsabilidade.
Falando sobre a econômica em seu discurso oficial, ela lembrou que o povo brasileiro quer um governo sustentável. “Vamos buscar desenvolvimento de longo prazo a taxas elevadas social e ambientalmente sustentáveis. Valorizarei os micro-empreendedores e o super simples (imposto)”, afirmou ela.
Dilma também lembrou o fundo do pré-sal e afirmou que este será uma espécie de poupança interna do país. “Vamos ter o fundo social do pré-sal como mecanismo de poupança social a longo prazo. Reserva a nação a parcela mais importante das riquezas, não alienaremos nossas riquezas para dar o povo só as migalhas”, atestou a petista.
Em seu discurso, lembrando da política social, Dilma reafirmou o compromisso com a educação, saúde, segurança pública e políticas voltadas ao combate as drogas.
Eleições 2010: Dilma relembra compromissos com a saúde, educação e segurança
“Me comprometi com a qualificação dos serviços de saúde, educação e segurança pública. Reafirmo meu compromisso. A visão moderna de desenvolvimento econômico valoriza o trabalhador e sua família, e a comunidade e o meio ambiente. Quero registrar que todos os compromissos que assumi que todos os mais necessitados terão toda a minha atenção”.
Bastante aplaudida, ela convidou a oposição a trabalhar com ela durante as eleições.
domingo, 31 de outubro de 2010
Eleições 2010: Conheça Gabrovo, cidade natal do pai de Dilma Rousseff
Bem-vindo e boa viagem", diz uma placa na entrada de Gabrovo, uma cidade búlgara nos Bálcãs apontada pelos próprios moradores como a "capital mundial do humor". O local se tornou neste domingo (31) novamente motivo de orgulho para os búlgaros. É lá que nasceu Petar Rousev, pai da presidente eleita do Brasil, Dilma.
Petar Rusev nasceu em 1900 na cidade de Gabrovo, mas deixou o país tanto por razões políticas (ele era um comunista) e econômicas, à procura de um emprego melhor e um futuro melhor. Um século mais tarde a pequena cidade no centro da Bulgária é apanhado na excitação da corrida à presidência no distante Brasil, onde a socialista Dilma Rousseff se elegeu.Novinite.com
Fiel à sua natureza criativa e engraçada, os cidadãos de Gabrovo já estão planejando como lucrar com a ligação entre Dilma e a cidade, dizendo que os investidores brasileiros podem aprender muito com eles sobre gestão de crises. O prefeito Nikolay Sirakov chegou a sugerir a cooperação entre o carnaval de humor da primavera de Gabrovo e o carnaval carioca.
No século XIX, Gabrovo era uma cidade industrial pujante. Mas agora, as indústrias locais fecharam, a população encolheu e o marco mais distintivo da cidade cultural - a Casa de humor e sátira - se transformou em muitos aspectos, em um remanescente negligenciado do ex-império soviético.

Fiel à sua natureza criativa e engraçada, os cidadãos de Gabrovo já estão planejando como lucrar com a ligação entre Dilma e a cidade, dizendo que os investidores brasileiros podem aprender muito com eles sobre gestão de crises. O prefeito Nikolay Sirakov chegou a sugerir a cooperação entre o carnaval de humor da primavera de Gabrovo e o carnaval carioca.
No século XIX, Gabrovo era uma cidade industrial pujante. Mas agora, as indústrias locais fecharam, a população encolheu e o marco mais distintivo da cidade cultural - a Casa de humor e sátira - se transformou em muitos aspectos, em um remanescente negligenciado do ex-império soviético.
Eleições 2010: Primeira presidente e segunda mulher a administrar o Brasil, Dilma reflete tendência
A eleição de Dilma Rousseff segue tendência política latinoamericana e representa o maior passo na direção da igualdade de gênero no país desde 1932, quando as brasileiras ganharam o direito de votar. A petista se tornou a primeira presidente da República e segunda mulher a governar o Brasil.
A primeira foi a Princesa Isabel, que assumiu a regência no século XIX várias vezes enquanto o Imperador viajava.
Na história recente, o movimento de chegada das mulheres ao poder na América Latina ganhou impulso em 2006, com a eleição de Michelle Bachelet como presidente do Chile. Na Argentina, com apoio do marido Néstor, Cristina Kirchner se tornou a primeira mulher presidente eleita no país em 2007, apesar de não ter sido a primeira mulher a chefiar o estado argentino.
Mais que um efeito de fórmulas marqueteiras baseadas nos anseios dos eleitores, a ascensão feminina no ambiente da administração pública é resultado de longo processo histórico.
Segundo José Eustáquio Diniz Alves, professor do mestrado em Estudos Populacionais e Pesquisas Sociais da Escola Nacional de Ciências, desde a Revolução Francesa, que instalou o voto universal, mas excluiu as mulheres dessa “universalidade”, a luta pela igualdade de gênero tem sido constante.
O professor cita um autor contemporâneo à Revolução para mostrar que desde então já havia gente defendendo os direitos políticos femininos. “Não faltaram vozes defendendo os direitos iguais há mais de 200 anos. O Marquês de Condorcet foi um ardoroso defensor do voto feminino naqueles tempos revolucionários. Em 1790 ele escreveu o seguinte: Ou nenhum indivíduo da espécie humana tem verdadeiros direitos, ou todos têm os mesmos”, conta.
No Brasil, após o direito ao voto em 32, foi com a Lei 9504, de 1997, que mais um passo importante foi dado. Regulando as eleições, a lei definiu uma cota mínima de 30% para as candidaturas de ambos os sexos. Desde então, os partidos passaram a dar mais espaço para as candidatas, embora muitas vezes tenham enfrentado dificuldade até para preencher as chapas com o mínimo de mulheres necessário.
Na Europa a situação não é muito diferente. Mas existem países europeus com tradição de mulheres no poder. Na Irlanda, por exemplo, a presidência tem sido exercida por mulheres desde 1990. Deve-se, porém levar em conta que o país é parlamentarista e nunca teve uma primeira-ministra.
Os norte-americanos, nas últimas eleições, resolveram eleger o primeiro negro ao invés da primeira mulher presidente já nas prévias do partido Democrata, que escolheu Barack Obama e tirou Hillary Clinton da corrida presidencial.
Na África, com participação feminina mais acentuada, o motivo apontado pelos analistas são as constantes guerras étnicas que acabam matando mais homens do que mulheres.
Brasil feminino
E não é apenas na política que as mulheres ganham destaque no Brasil. Há alguns anos as brasileiras já têm nível de escolaridade superior ao dos homens e ocupam mais vagas no ensino superior.
No mundo corporativo, no entanto, a situação não acompanhou as mudanças. Segundo dados do Instituto Ethos, nas 500 maiores empresas nacionais apenas 13% dos cargos de direção estão nas mãos de mulheres.
Da Princesa Isabel, que governou as terras brasileiras por um período total de aproximadamente três anos, sempre interinamente e à sombra do Imperador, até Dilma Rousseff, que assume o controle da nação nos próximos quatro anos legitimada pela escolha de 55,59% dos votos válidos em eleição direta e universal, o Brasil dá um enorme salto histórico rumo à igualdade de gênero.
A primeira foi a Princesa Isabel, que assumiu a regência no século XIX várias vezes enquanto o Imperador viajava.
Na história recente, o movimento de chegada das mulheres ao poder na América Latina ganhou impulso em 2006, com a eleição de Michelle Bachelet como presidente do Chile. Na Argentina, com apoio do marido Néstor, Cristina Kirchner se tornou a primeira mulher presidente eleita no país em 2007, apesar de não ter sido a primeira mulher a chefiar o estado argentino.
Mais que um efeito de fórmulas marqueteiras baseadas nos anseios dos eleitores, a ascensão feminina no ambiente da administração pública é resultado de longo processo histórico.
Segundo José Eustáquio Diniz Alves, professor do mestrado em Estudos Populacionais e Pesquisas Sociais da Escola Nacional de Ciências, desde a Revolução Francesa, que instalou o voto universal, mas excluiu as mulheres dessa “universalidade”, a luta pela igualdade de gênero tem sido constante.
O professor cita um autor contemporâneo à Revolução para mostrar que desde então já havia gente defendendo os direitos políticos femininos. “Não faltaram vozes defendendo os direitos iguais há mais de 200 anos. O Marquês de Condorcet foi um ardoroso defensor do voto feminino naqueles tempos revolucionários. Em 1790 ele escreveu o seguinte: Ou nenhum indivíduo da espécie humana tem verdadeiros direitos, ou todos têm os mesmos”, conta.
No Brasil, após o direito ao voto em 32, foi com a Lei 9504, de 1997, que mais um passo importante foi dado. Regulando as eleições, a lei definiu uma cota mínima de 30% para as candidaturas de ambos os sexos. Desde então, os partidos passaram a dar mais espaço para as candidatas, embora muitas vezes tenham enfrentado dificuldade até para preencher as chapas com o mínimo de mulheres necessário.
Na Europa a situação não é muito diferente. Mas existem países europeus com tradição de mulheres no poder. Na Irlanda, por exemplo, a presidência tem sido exercida por mulheres desde 1990. Deve-se, porém levar em conta que o país é parlamentarista e nunca teve uma primeira-ministra.
Os norte-americanos, nas últimas eleições, resolveram eleger o primeiro negro ao invés da primeira mulher presidente já nas prévias do partido Democrata, que escolheu Barack Obama e tirou Hillary Clinton da corrida presidencial.
Na África, com participação feminina mais acentuada, o motivo apontado pelos analistas são as constantes guerras étnicas que acabam matando mais homens do que mulheres.
Brasil feminino
E não é apenas na política que as mulheres ganham destaque no Brasil. Há alguns anos as brasileiras já têm nível de escolaridade superior ao dos homens e ocupam mais vagas no ensino superior.
No mundo corporativo, no entanto, a situação não acompanhou as mudanças. Segundo dados do Instituto Ethos, nas 500 maiores empresas nacionais apenas 13% dos cargos de direção estão nas mãos de mulheres.
Da Princesa Isabel, que governou as terras brasileiras por um período total de aproximadamente três anos, sempre interinamente e à sombra do Imperador, até Dilma Rousseff, que assume o controle da nação nos próximos quatro anos legitimada pela escolha de 55,59% dos votos válidos em eleição direta e universal, o Brasil dá um enorme salto histórico rumo à igualdade de gênero.
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