sábado, 2 de abril de 2011

Luiz Inácio "Lula" da Silva

Em 27 de outubro de 1945, em Vargem Grande, atual Caetés, numa família de pequenos lavradores, nasce Luiz Inácio da Silva (o apelido “Lula” só foi acrescentado ao nome em 1982). Sobre a data de nascimento, conta Lula: “Até hoje, é a maior polêmica. Porque meu pai me registrou dia 6 de outubro... Na verdade, eu prefiro acreditar na memória de minha mãe, que diz que eu nasci no dia 27”. Coincidência feliz: 57 anos depois, os dois turnos da eleição que decidiria o futuro presidente do Brasil aconteceriam nestes mesmos dias 6 e 27 de outubro.

Lula ainda era bebê quando o pai, Aristides, migra para trabalhar em São Paulo, na estiva do porto de Santos. No sertão de Pernambuco ficam a mulher, Dona Eurídice, e os oito filhos. Em 1952 é a vez da mãe, Lula e seus sete irmãos cumprirem o ritual de milhões de nordestinos. Numa viagem de 13 dias num pau-de-arara, migram para o Guarujá, no litoral paulista.
Em 1956, Lula, a mãe e os irmãos se mudam para a capital paulista, mas as condições de vida não melhoraram muito. Moram num quarto minúsculo nos fundos de um bar, na Vila Carioca. São anos de pobreza, mas felizes. Todos trabalham. Nas horas livres o menino Lula se diverte com brincadeiras de moleque: bolinha de gude, peão, pipa, guerra de mamona e muito futebol.
Lula começa como engraxate e, aos 12 anos, faz entregas para uma tinturaria. Aos 14 consegue seu primeiro emprego com carteira assinada, numa metalúrgica. Mesmo trabalhando 12 horas por dia, Lula ainda arranja tempo para seguir um curso de torneiro mecânico no Senai, concluído em 1963. No ano seguinte, começa a trabalhar na metalúrgica Aliança. Trabalho pesado, no turno da noite. É nessa ocasião que um colega cochila e fecha a prensa transversal sobre a mão esquerda de Lula, que perde o dedo mínimo.
Em 1966 Lula ingressa nas Indústrias Villares. Nessa mesma ocasião, entra no sindicalismo pela mão do irmão mais velho, Frei Chico. É o início de sua paixão pela política. No mesmo ano, a paixão e o casamento com Maria de Lourdes, também operária. Lula espera ser pai, mas Maria e o filho morrem durante o parto. Nos anos seguintes Lula participa intensamente da vida sindical. Em 1972, é eleito primeiro-secretário do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema. Em 1974 reencontra o amor com Marisa, também viúva e mãe do pequeno Marcos Cláudio. A essa altura Lula já é pai de Lurian, que lhe dará seu primeiro neto. Lula e Marisa estão casados até hoje e têm três filhos, Fábio, Sandro e Luiz Cláudio.
Entre 1975 e 1978, Lula é duas vezes eleito presidente do sindicato e lidera as greves do ABC. A mobilização dos metalúrgicos é extremamente importante no contexto da época, em pleno regime militar. Conscientiza os trabalhadores da sua força política e, também, deixa claro o anseio de liberdade e justiça, compartilhado por toda a sociedade brasileira. As greves aceleram o final da ditadura. Em 10 de fevereiro de 1980, no tradicional colégio Sion, em São Paulo, é lançado o manifesto que dá origem ao Partido dos Trabalhadores. Lula funda o PT juntamente com outros sindicalistas, intelectuais e acadêmicos.
Nos anos 1980, ainda na ditadura, Lula e o PT se firmam como uma força nova na política nacional. Em 1983, Lula participa da fundação da Central Única dos Trabalhadores (CUT). No ano seguinte, o PT está na origem da campanha “Diretas Já”, defendendo o direito de votar para presidente da República. 1986 é o ano da Assembléia Nacional Constituinte. Lula se candidata a deputado federal. Com 650 mil votos, é o mais votado do país.
Em 1989 os brasileiros, depois de quase trinta anos de regime militar, finalmente vão às urnas escolher o presidente da República. A campanha de Lula é feita por centenas de comitês populares, que mesmo sem recursos conquistam 31 milhões de votos. Lula chega em segundo lugar e, nos anos seguintes, prefere não se candidatar a outros cargos: dedica-se ao “governo paralelo”, amplia contatos e se aprofunda nas questões administrativas do país.
Enquanto isso, o PT elege seu primeiro senador, Eduardo Suplicy, 35 deputados federais e 81 estaduais. Começa a enquadrar seus extremistas e dá um passo decisivo em seu processo de amadurecimento: define-se pelo “socialismo democrático”. Chega 1992 e Lula comanda o PT na campanha pelo “impeachment” do então presidente Fernando Collor.
Em 1993 Lula dá início a uma série de viagens pelo Brasil. Percorre mais de 40 mil quilômetros, cobrindo o país de ponta a ponta, com um só objetivo: conhecer de perto as pessoas, os problemas e os desejos do Brasil real. Nas novas eleições para a Presidência, Lula tem como vice o hoje deputado federal Aloizio Mercadante. As forças governistas lançam o Plano Real, atraindo as atenções e as esperanças do eleitorado. O PT perde a disputa para a Presidência, mas elege os governadores do Distrito Federal e do Espírito Santo, quatro senadores, 50 deputados federais e 92 estaduais.
Em 1998 Lula disputa, pela terceira vez, a Presidência da República. Obtém 32% dos votos, mas Fernando Henrique é reeleito. O PT cresce, conquista os governos do Rio Grande do Sul, do Acre, do Mato Grosso do Sul, faz três senadores, 59 deputados federais e 90 estaduais. No ano seguinte, Lula é um dos líderes da “Marcha dos Cem Mil”, a maior manifestação política nacional contra o governo FHC.
Nas eleições seguintes, em 2000, o PT ganha as prefeituras de São Paulo, Goiânia, Aracaju, Recife, Belém, Porto Alegre e de mais 181 cidades, recebendo, em todo o Brasil, cerca de 12 milhões de votos. Consolida, assim, sua trajetória como o partido que mais cresce no país.
Em janeiro de 2001 Lula participa em Porto Alegre do Fórum Social Mundial, contraponto crítico à miséria social provocada pela “globalização”. Começa, também, a divulgar projetos para áreas específicas da vida nacional: economia, política habitacional, combate à fome, entre outras prioridades.
Em 06.10.2002, no 1° turno das eleições 2002, Lula é o mais votado e disputa o 2° turno com o "tucano" José Serra. No 2° turno, em 27.10.2002, "Lula" finalmente é consagrado vencedor e é eleito o novo presidente do Brasil, com mandato iniciando em 01.01.2003 e até 31.12.2006. O "governo de transição" é criado no dia seguinte - 28.10.2002 - pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso e, assim, democraticamente, o Brasil inicia uma fase diferente de sua história: um representante do partido de oposição, representante dos trabalhadores - partido de esquerda -, assume o poder no Brasil.



1° discurso no exterior (Argentina) - 03.12.2002




3 de Dezembro de 2002 - Destaques do discurso do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, em Buenos Aires:

"Decidi, há tempos, que a primeira viagem ao exterior - ainda na condição de presidente eleito - seria à Argentina. Quis dar uma significação muito precisa a esse gesto." "A nossa presença aqui quer expressar, antes de tudo, a irrestrita solidariedade a este extraordinário país, vizinho e irmão. A nação Argentina - assim como o Brasil - enfrenta dificuldades, mas, ao mesmo tempo, tem revelado coragem e determinação para superá-las." "Nos últimos anos, opções econômicas e políticas equivocadas, que não estavam de acordo com o interesse nacional, nos conduziram a sucessivas crises."
"O capital estrangeiro produtivo é bem-vindo. Mas, para tentar superar as crises econômicas, acabamos por ficar dependentes dos fluxos financeiros internacionais e com isso diminuiu a capacidade de tomarmos decisões soberanas. Ficamos à mercê de especuladores que, muitas vezes, nem sabem direito onde os nossos países estão situados. A mensagem que recebi de meu povo no dia 27 de outubro é que esse período negativo tem que ficar para trás. Devemos retomar o controle de nosso destino. Devemos, nós mesmos, construir o nosso futuro."
"Durante meio século, entre 1930 e 1980, o Brasil cresceu de modo acelerado, embora não tenha conseguido, simultaneamente, distribuir a renda. Nas últimas duas décadas, contudo, o país estagnou." "Recebi do povo brasileiro também a incumbência de conduzir essa nova fase de desenvolvimento em estreita associação com os demais irmãos da América do Sul e, em especial, os do Mercosul, hoje paralisado."
"Já disse em outra ocasião, aqui nesta mesma Buenos Aires querida, que a crise do Mercosul nada mais era do que a crise de cada um de seus membros. Ela reflete a dificuldade de encontrar saídas nacionais que possam viabilizar uma grande alternativa regional." "Para nós, o Mercosul deve transformar-se não só em uma efetiva união aduaneira, mas em um espaço de convergência de políticas industriais e agrícolas ativas. Buscamos uma verdadeira integração, a exemplo do que ocorreu com a União Européia, respeitadas nossas particularidades." "Temos que construir uma infra-estrutura comum e discutir políticas sociais unificadas."
"(...) Convém avançar ainda mais na direção de uma cidadania do Mercosul, o que implica alcançar a livre circulação das pessoas entre nossos países." "Estou convencido: na agenda do Mercosul devem figurar temas políticos. Necessitamos de instituições comuns mais conscientes. É necessário dar maior solidez e eficácia à nossa secretaria administrativa."
"Temos também que avançar nos mecanismos de solução de controvérsias. É fundamental que os acordos a que chegamos e que venhamos a estabelecer possam ser incorporados a nossas legislações e instituições nacionais. Alimento o sonho de que o Mercosul possa ter seu próprio parlamento, eleito pelo voto popular, o que comprometerá mais a sociedade de cada país com o processo de integração." "O Mercosul tem que se ampliar. Sabemos que a participação plena do Chile e da Bolívia esbarra em alguns problemas. É preciso ter cria-tividade para superar as diferenças, buscado soluções que compensem as dificuldades atuais. O próximo acordo a ser celebrado entre o Mercosul e a Comunidade Andina pode ser um passo importante para uma política de integração de âmbito sul-americano." "Face às dificuldades que a atual ordem econômica e política mundial cria para os países em desenvolvimento, o Mercosul deverá aprofundar uma política externa comum."
"A política externa comum do Mercosul é igualmente essencial para as negociações da Área de Livre Comércio das Américas - a Alca -, bem como para o diálogo com os Estados Unidos e com a União Européia." "A partir desse esforço poderemos chegar um dia à moeda comum que reforce as defesas contra as turbulências financeiras internacionais."
FONTE: Base de dados do Portal Brasil®.




Dilma é aprovada por 73% dos eleitores, diz pesquisa Ibope

A presidente Dilma Rousseff é aprovada por 73% dos eleitores, de acordo com pesquisa Ibope encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e divulgada nesta sexta-feira (1º). Dos entrevistados, 12% disseram desaprovar a presidente e 14% não souberam ou não responderam.

A avaliação é a primeira feita pelo Ibope sobre a gestão Dilma, após 90 dias de governo. De acordo com o levantamento, 56% consideram o governo ótimo ou bom, 27% regular e 5% ruim ou péssimo. Outros 11% não souberam ou não responderam.
O percentual de eleitores que consideram o começo do governo de Dilma Rousseff como ótimo ou bom, de 56%, é melhor do que o registrado no começo dos dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso e nos dois de Luiz Inácio Lula da Silva, segundo o Ibope.
Entre 20 e 23 de março, o Ibope ouviu 2.002 eleitores com 16 anos ou mais em 141 municípios de todas as regiões do país. A pesquisa tem margem de erro de 2 pontos percentuais para mais ou para menos, o que significa que a aprovação da presidente pode variar de 71% a 75%.
Dos entrevistados, 74% disseram confiar na presidente Dilma, 16% afirmaram não confiar e 10% não souberam ou não responderam. "A confiança é ligeiramente maior entre os homens (76%) e um percentual maior das mulheres estão indecisas. Tanto entre os homens como entre as mulheres, o percentual que não confia na presidente é de 16%", diz o relatório da pesquisa CNI/Ibope.
A pesquisa encomendada pela CNI avalia trimestralmente a popularidade e o desempenho da administração federal junto à opinião pública. O estudo revela a imagem do governo, do presidente da República, e traz também a percepção da população sobre temas importantes como desemprego e medidas com impacto direto na economia.

PMDB não vê objeção em aliança com PT para sucessão à prefeitura em 2012

O PMDB ajusta os flaps para não perder espaço no cenário político e garantir um voo seguro até 2014, quando deverá ser lançada a candidatura própria à presidência da República. A ordem para arremeter veio da direção nacional da sigla, que trabalha para manter candidatos a prefeito e vice na maioria das cidades brasileiras em 2012.

"Se o time não entra em campo, a torcida não apoia", disse o presidente nacional da Fundação Ulysses Guimarães, Eliseu Padilha, que está em Campo Grande nesta sexta-feira (1º) para participar do Congresso Estadual do PMDB.
Em Campo Grande, capital comandada pelo PMDB há duas décadas, são intensas as tratativas em torno de quem será o provável nome para a sucessão de Nelsinho Trad. Três nomes se destacam na corrida: o vice-prefeito Edil Albuquerque, o secretário estadual de Habitação, Carlos Marun, e o presidente da Câmara, Paulo Siufi.
Apesar disso, tanto o prefeito como o governador André Puccinelli já reconheceram que o partido pode apoiar aliados. O PSDB, por sua vez, tradicional aliado local dos peemedebistas, está determinado a montar chapa própria pela prefeitura em 2012.
Um dos eventuais aliados do PMDB seria o PT, que embora seja adversário direto em Campo Grande, está do mesmo lado em nível nacional. O presidente nacional em exercício, senador Valdir Raupp (PMDB-RO), diz não ver objeção na aliança visando as eleições municipais em 2012.
O presidente estadual da sigla, Esacheu Nascimento, ponderou: "essa hipótese é muito difícil porque aqui os partidos dormem em camas separadas". Padilha emendou: "Difícil mas não impossível".
A cúpula do PMDB confirmou que terá encontros reservados com o governador André Puccinelli e o prefeito Nelsinho Trad, durante as agendas do congresso estadual, para tratar da sucessão municipal.
Números
O maior partido político do país conta hoje com 2,5 milhões de filiados, 1.175 prefeitos e mais de 8,5 mil vereadores. No Senado, possui a maior bancada: 20 parlamentares. Na Câmara, perde apenas para o PT em representatividade.

Na cabeça de chapa PT aceita coligação até com PMDB em Campo Grande, diz Zeca

O ex-governador e militante do Partido dos Trabalhadores (PT) José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT, afirmou que aceita uma possível aliança com o PMDB na eleição para prefeito de Campo Grande, em 2012. Porém, com uma condição: que o candidato seja do PT.

“Não falo pelo partido, mas sim como militante histórico. Se o PT for cabeça de chave não vejo problema nenhum em se aliar com o PMDB ou outro partido”, afirmou o ex-governador.
Questionado sobre a relação com os peemedebistasAndré Puccinelli (atual governador) e o prefeito Nelson Trad Filho, Zeca garantiu que “com um bom plano de governo os partidos se acertam”.
O ex-governador ainda garantiu que, por ele, o PT não irá apoiar candidatura de alguém de outro partido.
Sobre possíveis nomes do Partido dos Trabalhadores para a sucessão da prefeitura da Capital Zeca citou ele mesmo, sua esposa Gilda dos Santos, o deputado estadual Pedro Kemp, e o deputado federal Vander Loubet.
“Se não houver nenhum outro nome no partido me candidato. Creio que tenho mais chances de ganhar dos possíveis candidatos do PT”, comentou Zeca.