A cobrança judicial de R$ 60 milhões que a Prefeitura de Corumbá faz junto ao Governo do Estado por conta de repasses a menos da cota parte do ICMS entre os anos de 2008 e 2009, mereceu um lacônico e pouco explicativo comentário do governador André Puccinelli, que veio fazer campanha na cidade nesta quarta-feira, 08 de setembro. Para pouco falar sobre a dívida do Estado com o Município, Puccinelli usou como argumento o fato de o processo ainda tramitar no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul. A Prefeitura corumbaense ingressou com ação em outubro do ano passado.
“A Justiça já se pronunciou quatro vezes, conferiu balancetes; conferiu tudo”, disse o governador. “A resposta já foi dada pela Justiça quatro vezes”, argumentou o chefe do Executivo Estadual, não entrando em maiores detalhes, apenas acrescentando que "a Justiça irá decidir".
Na última sexta-feira, 03 de setembro, o prefeito Ruiter Cunha de Oliveira, esclareceu que a Administração Municipal não perdeu quatro ações com já havia alegado o secretário Estadual de Fazenda, Mário Sérgio Lorenzetto. Argumento usado por André na tarde desta quarta-feira, dia 08.
“Pedimos preliminarmente, que houvesse já a separação desse recurso em caso de ganho de causa. Pediu-se na ação que se reservasse esse dinheiro, numa tutela antecipada. Foi isso que o Judiciário indeferiu. Mas, o Judiciário, em nenhum momento analisou o mérito da ação, em nenhum momento disse que Corumbá está equivocada em seu pleito. Tenho absoluta certeza, que na hora em que for feita a perícia e os cálculos, a verdade dará ganho de causa ao município de Corumbá”, disse o prefeito naquela oportunidade.
O calote
Com base na análise das Guias de Informação e Apuração do ICMS (GIAs), a equipe econômica da Prefeitura constatou repasse abaixo daquele que era corretamente devido e índices menores aos que deveriam ser aplicados para a destinação dos recursos à cidade. A avaliação foi feita com bases em planilhas da Petrobras e TBG, as duas principais empresas que arrecadam ICMS em Corumbá. A Petrobras compra o gás natural boliviano e TBG faz o transporte do produto.
O índice correto para o cálculo de repasse para Corumbá em 2008 seria de 10,329. Mas, foi aplicado 7,992. Isso significa que a cidade recebeu R$ 82 milhões e 796 mil, quando o valor correto seria R$ 106 milhões e 821 mil. Uma diferença de mais de R$ 24 milhões. A situação se repetiu em 2009. O índice real deveria ser de 10,2609, mas o Município recebeu sobre 7,9311. Foram repassados R$ 79 milhões e 491 mil quando o correto seriam R$ 102 milhões e 842 mil. Um valor a menos de mais de R$ 23 milhões.
O repasse, recalculado pela área econômica da Prefeitura de Corumbá, a que o Município tem direito de receber de ICMS entre 2008 e 2009 seria, em seu valor original, de R$ 47.541.849,30. Com os valores atualizados, com base no Índice Geral de Preços de Mercado (IGPM) e juro de 1% ao mês, a quantia que o Governo do Estado tem de pagar a Corumbá – por conta do ICMS – soma R$ 60.396.139,65.
As informações apresentadas corretamente pelas empresas ao mercado aberto e às GIAs estaduais levaram a Prefeitura Municipal a concluir que a riqueza de Corumbá teve seus valores subestimados pelo Executivo Estadual – para definir o repasse do ICMS – em mais de R$ 1,8 bilhão.
Balanços
A maior parte da arrecadação de ICMS em Corumbá é proveniente do gás boliviano, trazido para o lado brasileiro pela TBG, empresa contratada pela Petrobras para o transporte do gás. As contas mostram números da movimentação econômica da empresa, superiores aos informados pelo Governo de Mato Grosso do Sul. Os números estão disponíveis na internet, no site da empresa. Fonte: Diário Corumbaense (www.diarionline.com.br).
A receita total declarada pela TBG em 2006, é de R$ 1,024 bilhão, com valor adicionado de R$ 926.185 milhões. Já nas informações disponibilizadas pelo Governo do Estado, a receita aparece como sendo de R$ 220.090 milhões e o valor adicionado de R$ 130.615 milhões. Foram estas diferenças que reduziram o índice de participação de Corumbá no repasse do ICMS para 7,992, quando deveria ser 10,329.
O erro cometido pelo Estado é ainda maior nos dados de 2008. Segundo a Secretaria de Fazenda, a TBG simplesmente não aparece, ou seja, é como se a transportadora não tivesse operado. Isso quer dizer que os números da empresa não foram utilizados para o cálculo do índice da cidade, provocando uma queda no índice de repasse para 7,9311. No site da TBG é possível constatar que o valor adicionado neste período foi de R$ 829.504 milhões, para uma saída de R$ 940.081 milhões.
O que a Prefeitura de Corumbá está pleiteando na Justiça é a correção de todos estes índices. “Esta é uma verificação muito simples de se fazer. Não precisa ser dotado de capacidade técnica avançada para comprovar que houve um erro por parte do Estado”, afirmou ao Diário o prefeito Ruiter Cunha de Oliveira (PT). “Estamos buscando apenas o que é de direito do povo corumbaense”, reiterou o prefeito.
quarta-feira, 8 de setembro de 2010
Jerson diz que não tem razões para apoiar Murilo Zauith
AL/MS
Jerson critica Murilo e declara voto a Delcídio
O presidente da Assembleia Legislativa, Jerson Domingos (PMDB), disse nesta manhã que não tem motivos para apoiar Murilo Zauith (DEM) ao Senado, mesmo sendo o candidato indicado por seu grupo político.
“Me dá uma razão para dar apoio ao Murilo. É uma questão de atuação política”, criticou, deixando claro que está pedindo votos não só para Waldemir Moka, do PMDB, mas para o petista Delcídio Amaral, que integra a chapa adversária.
Jerson disse que não pode ser “ingrato e nem injusto” com quem tem trazido recursos para os municípios que integram sua base eleitoral.
“O meu cunhado, Pedro Chaves, é suplente do Delcídio, então não podia ser diferente. Além do mais, os prefeitos que me apóiam também apóiam o Delcídio”, justificou.
Jerson teceu duras críticas ao candidato do DEM. Disse que ele ausentou “completamente” das administrações municipais enquanto foi deputado estadual, federal e vice-governador do Estado.
“Qual o compromisso que os prefeitos têm com essa candidatura ao Senado? Ele se ausentou completamente das administrações municipais enquanto podia viabilizar verbas para as prefeituras”, disparou.
Murilo enfrenta problemas com sua candidatura ao Senado. Seu primeiro suplente, Edil Albuquerque (PMDB), abandonou o projeto alegando falta de apoio principalmente por parte do governador André Puccinelli (PMDB).
Jerson não vê crise no PMDB com a saída de Edil da suplência. Para ele, isso é uma decisão pessoal do vice-prefeito de Campo Grande.
Para o presidente da Assembleia, o governador André Puccinelli tem sido leal com Murilo, e tem pedido votos para o candidato em todas as reuniões políticas das quais participa.
“O André tem sido leal, jamais tem deixado de citar o nome dele”, finalizou.
O candidato Murilo Zauith foi procurado pelo Campo Grande News para comentar o assunto, mas não retornou as ligações.
Jerson critica Murilo e declara voto a Delcídio
O presidente da Assembleia Legislativa, Jerson Domingos (PMDB), disse nesta manhã que não tem motivos para apoiar Murilo Zauith (DEM) ao Senado, mesmo sendo o candidato indicado por seu grupo político.
“Me dá uma razão para dar apoio ao Murilo. É uma questão de atuação política”, criticou, deixando claro que está pedindo votos não só para Waldemir Moka, do PMDB, mas para o petista Delcídio Amaral, que integra a chapa adversária.
Jerson disse que não pode ser “ingrato e nem injusto” com quem tem trazido recursos para os municípios que integram sua base eleitoral.
“O meu cunhado, Pedro Chaves, é suplente do Delcídio, então não podia ser diferente. Além do mais, os prefeitos que me apóiam também apóiam o Delcídio”, justificou.
Jerson teceu duras críticas ao candidato do DEM. Disse que ele ausentou “completamente” das administrações municipais enquanto foi deputado estadual, federal e vice-governador do Estado.
“Qual o compromisso que os prefeitos têm com essa candidatura ao Senado? Ele se ausentou completamente das administrações municipais enquanto podia viabilizar verbas para as prefeituras”, disparou.
Murilo enfrenta problemas com sua candidatura ao Senado. Seu primeiro suplente, Edil Albuquerque (PMDB), abandonou o projeto alegando falta de apoio principalmente por parte do governador André Puccinelli (PMDB).
Jerson não vê crise no PMDB com a saída de Edil da suplência. Para ele, isso é uma decisão pessoal do vice-prefeito de Campo Grande.
Para o presidente da Assembleia, o governador André Puccinelli tem sido leal com Murilo, e tem pedido votos para o candidato em todas as reuniões políticas das quais participa.
“O André tem sido leal, jamais tem deixado de citar o nome dele”, finalizou.
O candidato Murilo Zauith foi procurado pelo Campo Grande News para comentar o assunto, mas não retornou as ligações.
Comissão de Direitos Humanos decide denunciar Governo de MS para a ONU
A comissão Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana de Mato Grosso do Sul (CEDHU/MS) decidiu formalizar denúncia ao Conselho dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU). A decisão veio depois de um relatório elaborado sobre a situação estrutural e ausência de medidas socioeducativas nas Unidades Educacionais de Internação (Unei).
Um dos representantes dentro do conselho é o presidente do Centro de Defesa dos Direitos Humanos Marçal de Souza (CDDH), Paulo Ângelo de Souza. Segundo ele, a ideia de denunciar o poder público não é de agora, mas de março de 2007. Com os constantes motins, a causa ganhou destaque na imprensa e sensibilizou ainda mais outros organismos ligados aos direitos humanos.
Uma primeira reunião dos representantes do CEDHU/MS aconteceu em 3 de setembro, um dia após os adolescentes da Unei Dom Bosco, que funciona provisoriamente na sede da Colônia Penal Agrícola, terem se rebelado e destruído pavilhões. Durante o motim, um menor foi feito refém por um grupo de internos e foi preciso a presença de um negociador da Cigcoe para que o menino fosse liberado.
No relatório que embasa a denúncia, os conselheiros reuniram fotos, depoimentos de mães, matérias jornalísticas que noticiam as más condições das Uneis´s no Estado, cópias de denúncias, entre outros documentos.
Segundo Paulo Ângelo, a única Unei que não será apresentada como problemática será a de Ponta Porã. “Na próxima terça-feira, as 8h, o CEDHU/MS vai fazer uma reunião extraordinária na Casa da Cidadania, onde dez membros representantes governamentais e não governamentais vão votar o encaminhamento da denúncia. Por enquanto, a comissão já aprovou isto agora falta esta outra votação que acredito que opte por denuciar os governos da esfera estadual e federal sobre este grave problema”, diz.
Um dos representantes dentro do conselho é o presidente do Centro de Defesa dos Direitos Humanos Marçal de Souza (CDDH), Paulo Ângelo de Souza. Segundo ele, a ideia de denunciar o poder público não é de agora, mas de março de 2007. Com os constantes motins, a causa ganhou destaque na imprensa e sensibilizou ainda mais outros organismos ligados aos direitos humanos.
Uma primeira reunião dos representantes do CEDHU/MS aconteceu em 3 de setembro, um dia após os adolescentes da Unei Dom Bosco, que funciona provisoriamente na sede da Colônia Penal Agrícola, terem se rebelado e destruído pavilhões. Durante o motim, um menor foi feito refém por um grupo de internos e foi preciso a presença de um negociador da Cigcoe para que o menino fosse liberado.
No relatório que embasa a denúncia, os conselheiros reuniram fotos, depoimentos de mães, matérias jornalísticas que noticiam as más condições das Uneis´s no Estado, cópias de denúncias, entre outros documentos.
Segundo Paulo Ângelo, a única Unei que não será apresentada como problemática será a de Ponta Porã. “Na próxima terça-feira, as 8h, o CEDHU/MS vai fazer uma reunião extraordinária na Casa da Cidadania, onde dez membros representantes governamentais e não governamentais vão votar o encaminhamento da denúncia. Por enquanto, a comissão já aprovou isto agora falta esta outra votação que acredito que opte por denuciar os governos da esfera estadual e federal sobre este grave problema”, diz.
Operação Vintém: Puccinelli Jr. depõe por duas horas e se cala no final. O outro réu, Edson Giroto, faltou
Durou aos menos duas horas o depoimento do advogado André Puccinelli Júnior, filho do governador André Puccinelli, do PMDB, na 5ª Vara Federal, em Campo Grande. Ele saiu sem conversar com a imprensa.
A audiência tratou do processo que investiga um caso ocorrido nas eleições de 2006, episódio que atira suspeita sobre Puccinelli Júnior de ter agido num esquema que teria forjado provas de crime eleitoral contra o então deputado estadual Semy Ferraz, do PT. O caso corre no TRF-3 (Tribunal Regional Federal) da 3ª Região, que fica em São Paulo.
O ex-secretário de Obras, Edson Giroto, candidato a deputado federal pelo PMDB, também incluído na ação como testemunha, não foi à audiência.
A suposta trama participada por Puccinelli Júnior, que também consta como testemunha na ação, e Giroto, ocorreu no fim de setembro de 2006, dois dias antes da eleição para o governo.
De acordo com a assessoria de imprensa da Justiça Federal, Giroto prestaria depoimento se quisesse ao menos nessa fase do processo, tido como de instrução.
Policiais federais acharam santinhos do então deputado, que brigava pela reeleição, dinheiro e uma lista com nomes de supostos eleitores de Semy Ferraz.
A papelada estava no banco traseiro de um Fiat que era usado por Benoal Prado Sobral, coordenador do comitê eleitoral da campanha do parlamentar petista.
No dia 17 de janeiro de 2007, quatro meses depois, investigação conduzida pela própria PF, batizada de “Operação Vintém”, inverteu os papéis dos envolvidos na questão e o deputado saiu da condição de réu para vítima.
Puccinelli Júnior disse ao sair do prédio da Justiça Federal que não comentaria o teor do depoimento porque o caso é apurado em segredo.
Trechos da operação Vintém, contudo, o qual o Midiamax teve acesso, narra diálogos travados entre um quarteto que teria azarado as intenções políticas de Semy Ferraz, não reeleição à época.
De acordo com escutas telefônicas conduzidas pela PF, autorizadas judicialmente, a suposta prova forjada contra o parlamentar contou com a participação além de Pucinelli Júnior e Edson Girotto, de Micherd Jafar Júnior, então presidente regional do PRTB (Partido da República Trabalhista Brasileira), e Edmilson Rosa, conhecido como Rosinha.
Os envolvidos comentam a trama por diversas vezes nas conversas telefônicas. Rosinha foi quem teria colocado os santinhos e o dinheiro dentro do carro do coordenador de campanha de Semy. Note alguns diálogos:
Conversa de Micherd Jafar Júnior com alguém que seria o governador Puccinelli, que estava ao lado do filho:
André Puccinelli: “Oi!”
Micherd Júnior: “Fala”
André Puccinelli: “Alô!”
Micherd Júnior: “To escutando! Pode falar!”
André Puccinelli: “Éhh... você pode vir aqui em casa?”
Micherd Júnior: “Onde cê mora?.... Alô?”
André Puccinelli: “Oi!”
Micherd Júnior: “Onde você mora?”
André Puccinelli: “Pode vir aqui... em casa?... ta, eu vou passar pro Júnior!”
Micherd Júnior: “Quem que falou? Foi seu pai?”
André Jr.: “Ô Júnior... é.... vem prá cá! Vem aqui no apartamento aqui”
Júnior: “To chegando”.
No caso, segundo o trecho do diálogo, incluído no inquérito da Polícia Federal, o governador estaria chamando o presidente do PRTB em sua casa.
Logo adiante, outra conversa que fortaleceria a tese de conspiração contra Semy Ferraz: “20/09 – 18h29 – Júnior [Micherd] liga para “Rosinha” e pergunta sobre a “lista” que Giroto teria passado. Rosinha informa que está fazendo um “serviço”, mas que tem uma cópia na Secretaria (ainda não identificada qual seria)
Rosinha: “Fala Micherd”
Micherd: “O Giroto te passou uma lista? Tá com você uma lista do Semy?”
Rosinha: “Tá”
Micherd: “E por quê você não passou prá mim ainda?”
Rosinha: Porque não é prá passar procê! Eu to fazendo um serviço com ela”
Micherd: Não senhor! Eu to aqui na ....... aqui”
Rosinha: “Quê?”
Uma voz grave no fundo diz: “To puto com E.... e com o Giroto! To puto com dois!”
Rosinha: “Cê ta aonde? ... Alô!”
Micherd: “Oi! Eu to aqui na casa do André. Essa lista tem que chegar aqui em cinco minutos!”
Rosinha:? “Aaaiiiii meu Deus! Ta lá na Secretaria! Vou lá pegar! Tchau” Micherd: “Cê tem cinco minutos”
A tal “lista do Semy” apareceu depois dentro do carro do coordenador de campanha do deputado.
Outro trecho dos diálogos: “29/09 – 18h36 – “Rosinha” dá detalhes de como “plantou” a lista e dinheiro e “santinhos” no carro. E fica clara a anuência de Júnir [Micherd, do PRTB], quando este fala que isso tem que acontecer em meia-hora: Rosinha: “... no jornal. Debaixo do banco traseiro. Junto”. Micherd: “Meu filho” O Girotto falou aqui que essa lista tga na sua mão faz três dias”.
Rosinha e Micherd Júnior comentando que a prova já está no carro do coordenador de campanha do petista:
Rosinha: “Tá! Eu tenho uma cópia da lista! Só que esta lista que eles me deu, eu pus dentro do carro do cara!... Junto com o dinheiro e os santinho grampeado!... Cabamo de pôr! Ele ta dentro... ta na frente do jonral! Entendeu como?”.
De acordo com as transcrições da PF, após Rosinha deixar a papelada no carro de Semy, Edson Girotto chamou um policial federal que se chamaria Aparecido, que teria ido ao carro com um papiloscopista para examinar os papéis.
O coordenador de campanha de Semy, embora tenha negado que o material era dele, foi levado para a superintendência da PF. O deputado, que achava que ia berm na campanha e não foi reeleito. Hoje ele mora em Rio Branco, capital do Acre.
Vingança
Semy disse ter sido vítima da trama por impor uma política de oposição a Puccinelli na Assembleia Legislativa. Foi o petista que denunciou uma empreiteira que prestava serviço à prefeitura de Campo Grande, à época administrada por Puccinelli. A empresa tinha como dono dois garis. Não fosse a denúncia, Edson Girotto seria o candidato a prefeito de Campo Grande, intenção frustrada depois. A vaga acabou caindo no colo do atual prefeito Nelsinho Trad.
Note esse diálogo entre Girotto e Mercher, segundo a transcrição da PF:
Giroto:”Ué! Levaram! Prendeu!
Mercher: “hummmmm. Então ta! Foi jubiloso o negócio lá!?
Girotto: “Nossa vin... vingança será maligna” (os dois riem)
A audiência tratou do processo que investiga um caso ocorrido nas eleições de 2006, episódio que atira suspeita sobre Puccinelli Júnior de ter agido num esquema que teria forjado provas de crime eleitoral contra o então deputado estadual Semy Ferraz, do PT. O caso corre no TRF-3 (Tribunal Regional Federal) da 3ª Região, que fica em São Paulo.
O ex-secretário de Obras, Edson Giroto, candidato a deputado federal pelo PMDB, também incluído na ação como testemunha, não foi à audiência.
A suposta trama participada por Puccinelli Júnior, que também consta como testemunha na ação, e Giroto, ocorreu no fim de setembro de 2006, dois dias antes da eleição para o governo.
De acordo com a assessoria de imprensa da Justiça Federal, Giroto prestaria depoimento se quisesse ao menos nessa fase do processo, tido como de instrução.
Policiais federais acharam santinhos do então deputado, que brigava pela reeleição, dinheiro e uma lista com nomes de supostos eleitores de Semy Ferraz.
A papelada estava no banco traseiro de um Fiat que era usado por Benoal Prado Sobral, coordenador do comitê eleitoral da campanha do parlamentar petista.
No dia 17 de janeiro de 2007, quatro meses depois, investigação conduzida pela própria PF, batizada de “Operação Vintém”, inverteu os papéis dos envolvidos na questão e o deputado saiu da condição de réu para vítima.
Puccinelli Júnior disse ao sair do prédio da Justiça Federal que não comentaria o teor do depoimento porque o caso é apurado em segredo.
Trechos da operação Vintém, contudo, o qual o Midiamax teve acesso, narra diálogos travados entre um quarteto que teria azarado as intenções políticas de Semy Ferraz, não reeleição à época.
De acordo com escutas telefônicas conduzidas pela PF, autorizadas judicialmente, a suposta prova forjada contra o parlamentar contou com a participação além de Pucinelli Júnior e Edson Girotto, de Micherd Jafar Júnior, então presidente regional do PRTB (Partido da República Trabalhista Brasileira), e Edmilson Rosa, conhecido como Rosinha.
Os envolvidos comentam a trama por diversas vezes nas conversas telefônicas. Rosinha foi quem teria colocado os santinhos e o dinheiro dentro do carro do coordenador de campanha de Semy. Note alguns diálogos:
Conversa de Micherd Jafar Júnior com alguém que seria o governador Puccinelli, que estava ao lado do filho:
André Puccinelli: “Oi!”
Micherd Júnior: “Fala”
André Puccinelli: “Alô!”
Micherd Júnior: “To escutando! Pode falar!”
André Puccinelli: “Éhh... você pode vir aqui em casa?”
Micherd Júnior: “Onde cê mora?.... Alô?”
André Puccinelli: “Oi!”
Micherd Júnior: “Onde você mora?”
André Puccinelli: “Pode vir aqui... em casa?... ta, eu vou passar pro Júnior!”
Micherd Júnior: “Quem que falou? Foi seu pai?”
André Jr.: “Ô Júnior... é.... vem prá cá! Vem aqui no apartamento aqui”
Júnior: “To chegando”.
No caso, segundo o trecho do diálogo, incluído no inquérito da Polícia Federal, o governador estaria chamando o presidente do PRTB em sua casa.
Logo adiante, outra conversa que fortaleceria a tese de conspiração contra Semy Ferraz: “20/09 – 18h29 – Júnior [Micherd] liga para “Rosinha” e pergunta sobre a “lista” que Giroto teria passado. Rosinha informa que está fazendo um “serviço”, mas que tem uma cópia na Secretaria (ainda não identificada qual seria)
Rosinha: “Fala Micherd”
Micherd: “O Giroto te passou uma lista? Tá com você uma lista do Semy?”
Rosinha: “Tá”
Micherd: “E por quê você não passou prá mim ainda?”
Rosinha: Porque não é prá passar procê! Eu to fazendo um serviço com ela”
Micherd: Não senhor! Eu to aqui na ....... aqui”
Rosinha: “Quê?”
Uma voz grave no fundo diz: “To puto com E.... e com o Giroto! To puto com dois!”
Rosinha: “Cê ta aonde? ... Alô!”
Micherd: “Oi! Eu to aqui na casa do André. Essa lista tem que chegar aqui em cinco minutos!”
Rosinha:? “Aaaiiiii meu Deus! Ta lá na Secretaria! Vou lá pegar! Tchau” Micherd: “Cê tem cinco minutos”
A tal “lista do Semy” apareceu depois dentro do carro do coordenador de campanha do deputado.
Outro trecho dos diálogos: “29/09 – 18h36 – “Rosinha” dá detalhes de como “plantou” a lista e dinheiro e “santinhos” no carro. E fica clara a anuência de Júnir [Micherd, do PRTB], quando este fala que isso tem que acontecer em meia-hora: Rosinha: “... no jornal. Debaixo do banco traseiro. Junto”. Micherd: “Meu filho” O Girotto falou aqui que essa lista tga na sua mão faz três dias”.
Rosinha e Micherd Júnior comentando que a prova já está no carro do coordenador de campanha do petista:
Rosinha: “Tá! Eu tenho uma cópia da lista! Só que esta lista que eles me deu, eu pus dentro do carro do cara!... Junto com o dinheiro e os santinho grampeado!... Cabamo de pôr! Ele ta dentro... ta na frente do jonral! Entendeu como?”.
De acordo com as transcrições da PF, após Rosinha deixar a papelada no carro de Semy, Edson Girotto chamou um policial federal que se chamaria Aparecido, que teria ido ao carro com um papiloscopista para examinar os papéis.
O coordenador de campanha de Semy, embora tenha negado que o material era dele, foi levado para a superintendência da PF. O deputado, que achava que ia berm na campanha e não foi reeleito. Hoje ele mora em Rio Branco, capital do Acre.
Vingança
Semy disse ter sido vítima da trama por impor uma política de oposição a Puccinelli na Assembleia Legislativa. Foi o petista que denunciou uma empreiteira que prestava serviço à prefeitura de Campo Grande, à época administrada por Puccinelli. A empresa tinha como dono dois garis. Não fosse a denúncia, Edson Girotto seria o candidato a prefeito de Campo Grande, intenção frustrada depois. A vaga acabou caindo no colo do atual prefeito Nelsinho Trad.
Note esse diálogo entre Girotto e Mercher, segundo a transcrição da PF:
Giroto:”Ué! Levaram! Prendeu!
Mercher: “hummmmm. Então ta! Foi jubiloso o negócio lá!?
Girotto: “Nossa vin... vingança será maligna” (os dois riem)
PT mostra Puccinelli distribuindo casas entre aliados e autorizando: "pode pôr cupincha!"
A coligação "A Força do Povo" mostrou no programa eleitoral gratuito desta quarta-feira (8) o governador André Puccinelli, candidato à reeleição pelo PMDB, distribuindo casas populares entre vereadores do interior que considera aliados e autorizando publicamente a entrega de unidades habitacionais construídas com dinheiro público para "cupinchas", termo que ele usou.
No vídeo exibido, o governador de Mato Grosso do Sul é flagrado durante uma solenidade explicando como as casas construídas com dinheiro dos contribuintes seriam distribuídas. “Vamos dar dez casas para cada vereador indicar. Vou dar um pedacinho pro Vando, que é vice-prefeito”, disse publicamente.
Puccinelli ainda impôs regras para os aliados serem agraciados com as casas distribuídas pelo programa de moradia popular do Governo Estadual. “Se você se comportar e os vereadores se comportarem, vão bem e nós vamos fazer uma parceria aqui. (...) quantos vereadores nós temos aqui da nossa base? Vamos tentar recuperar todos. Se não recuperar, corta fora”, ameaça.
“Tio André” ensina: “Pode dar para cupincha”
“O tio André aqui vai colocar os critérios que tem”, graceja o governador ignorando processos de sorteio público ou respeito às prioridades elencadas nos programas sociais de moradia. Mas o trecho mais polêmico do discurso de Puccinelli é quando ele autoriza literalmente os aliados a distribuírem as casas populares entre “cupinchas”.
“Pode por o cupincha? Pode”, ensina o governador que ainda arremata: “Pode por o cupincha. Não tem problema nenhum!”.
“Não é honesto”, diz Lula
A coligação petista ainda exibiu as críticas que o Presidente Lula fez a André Puccinelli por ele, de acordo com o presidente, usar obras realizadas com dinheiro federal, como as moradias populares, como se fossem realizações do governo estadual. “Não é honesto, não é justo”, disse Lula sobre o governador quando esteve em Campo Grande.
O candidato Zeca do PT falou sobre a crise política em Dourados e condenou o uso de recursos públicos para favorecimento de “quem quer que seja”. Ele ainda parafraseou Lula dizendo que o modo de agir exibido “não é honesto, não é justo, não é ético”.
A candidata a vice-governadora da coligação, Tatiana Azambuja Ujacow, também criticou duramente as declarações de Puccinelli exibidas no vídeo. “Isso é atitude de um governo sério? Enquanto o povo fica na fila esperando, as casas são divididas entre os seus cupinchas? É por isso que as famílias que mais precisam demoram tanto para receber as casas”, questionou Tatiana.
Moradores apresentados como quem espera a entrega de casas populares, quase todos morando em barracos, também foram ouvidos falando sobre a necessidade que têm de receber moradia.
Sorteio Público
Na sequência, Zeca do PT comenta a esperança dos cidadãos em ter o próprio lar e repudia o mecanismo adotado pelo adversário. Prometeu acabar com a utilização política na habitação e anunciou o sorteio público nas cidades para a escolha dos contemplados.
André só se manifesta após ver o vídeo
Do lado do governador André Puccinelli, a assessoria de campanha disse por telefone que somente se manifestará sobre as declarações gravadas do governador após ver o conteúdo do vídeo. A coligação que veiculou o material também foi procurada pela reportagem para dar mais detalhes sobre o vídeo, mas não foi encontrada.
No vídeo exibido, o governador de Mato Grosso do Sul é flagrado durante uma solenidade explicando como as casas construídas com dinheiro dos contribuintes seriam distribuídas. “Vamos dar dez casas para cada vereador indicar. Vou dar um pedacinho pro Vando, que é vice-prefeito”, disse publicamente.
Puccinelli ainda impôs regras para os aliados serem agraciados com as casas distribuídas pelo programa de moradia popular do Governo Estadual. “Se você se comportar e os vereadores se comportarem, vão bem e nós vamos fazer uma parceria aqui. (...) quantos vereadores nós temos aqui da nossa base? Vamos tentar recuperar todos. Se não recuperar, corta fora”, ameaça.
“Tio André” ensina: “Pode dar para cupincha”
“O tio André aqui vai colocar os critérios que tem”, graceja o governador ignorando processos de sorteio público ou respeito às prioridades elencadas nos programas sociais de moradia. Mas o trecho mais polêmico do discurso de Puccinelli é quando ele autoriza literalmente os aliados a distribuírem as casas populares entre “cupinchas”.
“Pode por o cupincha? Pode”, ensina o governador que ainda arremata: “Pode por o cupincha. Não tem problema nenhum!”.
“Não é honesto”, diz Lula
A coligação petista ainda exibiu as críticas que o Presidente Lula fez a André Puccinelli por ele, de acordo com o presidente, usar obras realizadas com dinheiro federal, como as moradias populares, como se fossem realizações do governo estadual. “Não é honesto, não é justo”, disse Lula sobre o governador quando esteve em Campo Grande.
O candidato Zeca do PT falou sobre a crise política em Dourados e condenou o uso de recursos públicos para favorecimento de “quem quer que seja”. Ele ainda parafraseou Lula dizendo que o modo de agir exibido “não é honesto, não é justo, não é ético”.
A candidata a vice-governadora da coligação, Tatiana Azambuja Ujacow, também criticou duramente as declarações de Puccinelli exibidas no vídeo. “Isso é atitude de um governo sério? Enquanto o povo fica na fila esperando, as casas são divididas entre os seus cupinchas? É por isso que as famílias que mais precisam demoram tanto para receber as casas”, questionou Tatiana.
Moradores apresentados como quem espera a entrega de casas populares, quase todos morando em barracos, também foram ouvidos falando sobre a necessidade que têm de receber moradia.
Sorteio Público
Na sequência, Zeca do PT comenta a esperança dos cidadãos em ter o próprio lar e repudia o mecanismo adotado pelo adversário. Prometeu acabar com a utilização política na habitação e anunciou o sorteio público nas cidades para a escolha dos contemplados.
André só se manifesta após ver o vídeo
Do lado do governador André Puccinelli, a assessoria de campanha disse por telefone que somente se manifestará sobre as declarações gravadas do governador após ver o conteúdo do vídeo. A coligação que veiculou o material também foi procurada pela reportagem para dar mais detalhes sobre o vídeo, mas não foi encontrada.
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