quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Quem tem medo da boca do Artuzi?”, questiona Zeca

O candidato ao governo de Mato Grosso do Sul, José Orcírio dos Santos, o Zeca do PT, visitou nesta manhã o delegado da Polícia Federal, Braúlio Gallone, o chefe da Uragano, operação que pôs 28 pessoas na cadeia, um deles o prefeito da cidade, Ari Artuzi, do PDT, por suposta ligação com um esquema de corrupção na cidade.

Zeca, ao lado da candidata a vice Tatiana Ujacow e do deputado federal Dagoberto Nogueira, candidato ao Senado, pediu ao delegado que as empreiteiras CGR e a Financial, implicadas no caso, e que mantêm contratos milionários com as prefeituras de Campo Grande e Três Lagoas, deveriam ser investigadas em todos os contratos com a administração pública.
Zeca do PT disse em coletiva de imprensa, que o prefeito de Dourados poderia ser incluído no conhecido delação premiada, regime que reduz a pena do acusado que contribui com as investigações.
“Afinal, quem é que tem medo da boca de Artuzi?”, questionou o candidato deixando a entender que o prefeito detido desde a quarta-feira em Campo Grande sabe de mais coisas que poderiam contribuir com a apuração da PF.
Zeca disse também que possui um levantamento de todos os contratados envolvendo a CGR e a Financial e que essas informações serão encaminhadas ao MPF (Ministério Público Federa) e ao Ministério da Justiça.
Em Dourados, a CGR pavimenta o anel viário construído ao arredor da cidade e, segundo a PF, a empresa pagava 10% ao prefeito sobre o valor do contrato.
A investigação policial revelou que era uma prática comum a empreiteira pagar propina ao prefeito em troca de obras. A Financial, que também dava dinheiro ao prefeito, explora o serviço de coleta de lixo no município.

De acordo com Zeca do PT, a CGR toca obras em Três Lagoas no valor de R$ 500 milhões. “Se agiam [empreiteiras] assim aqui, elas terão de ser investigadas em todas as localidades que têm contratos com as prefeituras”, disse o candidato petista.

Juiz prefeito diz a Zeca do PT que Dourados perdeu recurso por falta de projeto

O juiz Eduardo Machado Rocha, prefeito interino de Dourados desde sábado, disse ao candidato ao governo Zeca do PT, que o município deixou de captar R$ 120 milhões, recurso do PAC-2, do governo federal, porque o prefeito da cidade, Ari Artuzi, preso na semana passada, não apresentou nenhum projeto.

O magistrado, em reunião com Zeca, a candidata a vice Tatiana Ujacow, do PV, e o deputado federal Dagoberto Nogueira, do PDT, candidato ao Senado, comentou a situação política vivida hoje pelo município. Ele perguntou a Dagoberto se existe a possibilidade de governo federal aceitar, ainda que com atraso, projetos de obras para o município. O parlamentar prometeu que vai consultar a questão. Após o encontro com o juiz, Zeca deixou a cidade.

PF indicia 60 por envolvimento em corrupção em Dourados

A Polícia Federal concluiu ontem o inquérito policial da conhecida “Uragano” [furacão, em italiano], operação da semana passada que pôs na cadeia as principais autoridades políticas da cidade de Dourados, o prefeito entre eles.

Ao todo, segundo informação da assessoria de imprensa do órgão, 60 pessoas foram indiciadas, incluindo os 28 presos na operação. E o MPE (Ministério Público Estadual) anunciou ter pedido o afastamento de 19 agentes públicos envolvidos no esquema.

Governo não publica índice de ICMS e levanta suspeitas

O governo do Estado ainda não publicou a tabela com índices provisórios do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) a ser repartido entre os municípios. Todos os anos, a publicação dos índices ocorre até 30 de junho. A demora levantou suspeitas entre parlamentares da oposição na Assembleia Legislativa. “Será que ele só vai publicar depois das eleições?”, questionou o deputado Paulo Duarte (PT).

O deputado disse que na próxima terça-feira encaminhará requerimento com pedido de informações para o governo do Estado. “De certo, o governo está querendo avaliar primeiro, o comportamento de cada prefeito para somente depois publicar os índices”, atacou Duarte fazendo referência à promessa de André Puccinelli (PMDB) feita no interior de distribuir casas a vereadores aliados que “se comportarem”.
Pelos trâmites adotados hoje, após a publicação do índice os prefeitos têm 30 dias para questionar a tabela caso se julguem prejudicados. Esgotado este prazo, o governo tem 60 dias para publicar os índices definitivos.
Na Assembleia, o líder do governo Youssif Domingos (PMDB) disse que desconhecia os motivos da não publicação dos índices e que buscaria resposta junto à Secretaria de Fazenda. A reportagem do Midiamax entrou em contato com a assessoria do governo, mas só deve obter resposta ao questionamento mais tarde.

Secretaria dos Direitos Humanos pede informação sobre caso do rapaz que teria apanhado de André

O Departamento de Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos pediu informações à Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública) de Mato Grosso do Sul sobre o episódio do rapaz que teria levado um tapa do governador André Puccinelli, do PMDB, durante uma carreata eleitoral.

A Ouvidoria Nacional é um braço da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, ligada ao gabinete do presidente Lula.
O órgão, acionado pelo CDDH (Centro de Defesa de Direitos Humanos) Marçal de Souza, entidade de MS, informou ainda que mandou a denúncia ao MPE (Ministério Público Estadual).
O episódio ocorreu no mês passado, na rua central do conjunto Aero Rancho. O montador de acessórios de carro Rodrigo Campo Roque, 23, disse ter levado um tapa do governador após questioná-lo sobre uma notícia que o teria criticado num jornal. Puccinelli, candidato à reeleição, fazia campanha numa feira livre da região.
Após a agressão, Roque tentou reagir, mas foi dominado por seguranças e levado para a delegacia. À polícia, o rapaz tentou dizer que era vítima, mas o delegado não quis registrar o caso assim. O governador é quem apareceu como vítima.
Na semana passada, contudo, Roque conseguiu registrar o caso como o agredido.
“Cumpre nos informar que foram solicitadas à Secretaria de Segurança Pública do Estado de Mato Grosso do Sul informações sobre os motivos pelos quais não foi registrado boletim de ocorrência do caso, conforme solicitado pela vítima e negado pelo delegado do Cepol (Centro Especializado de Polícia)”, diz trecho do ofício encaminhado ao presidente do CDDH Marçal de Souza, Paulo Ângelo. O documento foi assinado pelo ouvir nacional dos direitos humanos, Fermino Fechio Filho.
Versão divulgada pela assessoria de imprensa do governo Puccinelli, contudo, difere da do rapaz. No dia seguinte a ocorrência, a assessoria informou que Roque, que estaria bêbado, foi quem tentou agredir o governador, daí a ação dos seguranças, que o levaram para a delegacia.