sábado, 2 de julho de 2011

ITAMAR - O GRANDE BRASILEIRO

Feliz daquele que cumpre a missão e está pronto para a partida, ensina o texto bíblico.
Assim, a morte do ex-presidente Itamar Franco, além do pesar pelo seu falecimento, impõe-nos registar e celebar a vida de um brasileiro digno, probo e comprometido com as causas nas quais acreditou e defendeu durante sua vida pública.
Mineiro, nacionalista, pertencente a uma geração que amava a pátria e servia à vida pública sem dela se servir, Itamar Franco parte deixando o exemplo da simplicidade e seriedade que emprestou como prefeito de Juiz de Fora, governador de Minas Gerais, senador, embaixador, vice-presidente e presidente da República.
Assumiu o País, após a queda de Fernando Collor, em momento crítico da história nacional. Em silêncio, como bom mineiro, assegurou a consolidação das liberdades e dos poderes constituídos, garantindo a continuidade do processo democrático, então recém-conquistado com a primeira eleição direta após o regime militar.
Foi em seu governo que o país, com o lançamento do Plano Real, deu o pontapé para livrar-nos da inflação crônica, que atravancava o desenvolvimento de nossa economia e sufocava o poder de compra dos trabalhadores.
Em seu governo, jamais vacilou diante da suspeita de conduta de seus ministros e auxiliares. Chegou a afastar seu Chefe da Casa Civil para que fosse investigado, voltando, posteriormente, a reintegrá-lo à equipe após a constatação de que as acusações eram falsas.
Impôs-se ao Congresso Nacional, em seu governo de coalização, sem ceder às pressões do Poder Legislativo, que acabara de destituir um presidente. É histórica a "rasteira" que deu no então poderoso senador Antonio Carlos Magalhães, que se viu constrangido a ter que compartilhar com a imprensa prometidas denúncias de corrupção que se preparara para entregar com exclusividade ao presidente Itamar.
Fica, pois, a saudade e o exemplo. Felizes os brasileiros que puderam acompanhar a história desse grande brasileiro, que deixa, por mais que tenha feito, como maior legado, o da honradez e boa fé.
Que Deus o acolha, presidente Itamar.



PRESIDENTE ITAMAR FRANCO

Itamar Augusto Cautiero Franco (Salvador, 28 de junho de 1930 — São Paulo, 2 de julho de 2011[1]) foi um político brasileiro, 33º presidente da República (1992-1994), vice-presidente (1990-1992), senador por Minas Gerais (1975-1978; 1983-1987; 1987-1991 e 2011) e governador do estado de Minas Gerais (1999-2003).
Bacharelou-se em engenharia civil na Escola de Engenharia de Juiz de Fora da Universidade Federal de Juiz de Fora em 1955. Ingressou na carreira política em 1958 quando, filiado ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), foi candidato a vereador de Juiz de Fora e mais posteriormente, em 1962, a vice-prefeito, não obtendo êxito em ambas as tentativas. Com o início do Regime Militar, filiou-se ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB), sendo prefeito de Juiz de Fora de 1967 a 1971 e reeleito em 1972, quando dois anos depois, renunciou ao cargo para candidatar-se, com sucesso, ao Senado Federal por Minas Gerais, em 1975. Ganhou influência no MDB, assim sendo eleito vice-líder do partido em 1976 e 1977. No início da década de 1980, com o pluripartidarismo restabelecido no país, filiou-se ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), o sucessor do MDB. Em 1982, é eleito senador novamente,defendendo sempre as campanhas das Diretas já, e votando no candidato oposicionista Tancredo Neves para presidente na eleição presidencial brasileira de 1985. Migrou para o Partido Liberal (PL) em 1986, ano em que concorreu ao governo de Minas Gerais, mas foi derrotado, voltando ao Senado em 1987 pela terceira vez.
Em 1988, uniu-se ao governador de Alagoas Fernando Collor de Mello para lançar uma candidatura à Presidência e Vice-presidência do Brasil, pelo Partido da Reconstrução Nacional (PRN). Itamar, como Vice-presidente, divergia em diversos aspectos da política econômico-financeira adotada por Collor, vindo a retirar-se do PRN e voltando ao PMDB em 1992. Seguindo o impeachment do presidente, assumiu interinamente o papel de chefe de Estado e chefe de governo em 2 de outubro de 1992 e o papel de Presidente da República em 29 de dezembro de 1992. Foi em seu governo que foi realizado um plebiscito sobre a forma de governo do Brasil, que deveria ter sido feita há 104 anos; o resultado foi a permanência da república presidencialista no Brasil. Durante sua incumbência, foi idealizado o Plano Real, elaborado pelo Ministério da Fazenda. Foi sucedido pelo seu ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso.
Opondo-se fortemente a seu sucessor, Itamar cogitou candidatar-se a Presidente em 1998 e 2002, mas não prosseguiu com a ideia e elegeu-se facilmente Governador de Minas Gerais em 1998. Em 2002, apoiou a candidatura de Luís Inácio Lula da Silva e opôs à candidatura de José Serra, candidato apoiado por Fernando Henrique. Não tentou reeleição no estado de Minas Gerais. Lançou-se pré-candidato à presidência pelo PMDB em 2006, mas perdeu para Anthony Garotinho, tentando então para o Senado, perdendo a candidatura para Newton Cardoso. Em maio de 2009, filiou-se ao Partido Popular Socialista (PPS).
Origem e formaçãoFilho de Augusto César Stiebler Franco (falecido pouco antes do nascimento de Itamar Franco) e Itália Cautiero.
Itamar Franco nasceu a bordo de um navio de cabotagem, um "Ita" da Companhia Nacional de Navegação Costeira, no Oceano Atlântico entre o Rio de Janeiro e Salvador. O registro civil de seu nascimento foi feito na capital baiana, onde sua mãe viúva encontraria abrigo na casa de seu tio.
Sua família era de Juiz de Fora, onde cresceu e se formou engenheiro civil em 1955, graduado na Escola de Engenharia de Juiz de Fora. É oficial da Reserva R/2 do Exército Brasileiro pelo NPOR de Juiz de Fora. Ingressou na carreira política em 1955, quando filiado ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB).
Vida pública antes da presidênciaItamar entrou na política em meados dos anos 50 nas fileiras do PTB. Foi candidato a vereador de Juiz de Fora em 1958 e a vice-prefeito dessa cidade em 1962, não obtendo sucesso em ambas as ocasiões.
 Com o advento do regime ditatorial no país em 1964, e a subsequente instalação no país do bipartidarismo, Itamar se filia ao MDB, e se candidatando a prefeitura de sua cidade nas eleições seguintes, obtendo sucesso. Foi prefeito de Juiz de Fora de 1967 a 1971. Em novembro de 1972, Itamar é eleito prefeito de Juiz de Fora pela segunda vez. Em 1974, ele renunciou ao cargo de prefeito para concorrer, com sucesso, ao Senado Federal como representante de Minas Gerais.
Eleito senador, rapidamente, ele ganhou influência no MDB, o partido de oposição ao regime militar que governou o Brasil de 1964 a 1985, sendo eleito vice-líder do MDB e, portanto, da oposição, por duas vezes, em 1976 e em 1977.
No início da década de 1980, o pluripartidarismo é restabelecido no país, e Itamar se filia então ao PMDB (sucessor do MDB). Em 1982 Itamar é reeleito senador na chapa de Tancredo Neves, eleito governador de Minas Gerais.
Durante seu mandato, Itamar foi um ativo defensor da campanha das Diretas já!. Com a não aprovação da Emenda Dante de Oliveira, uma eleição presidencial indireta teve que ser feita. No Colégio Eleitoral reunido para a eleição presidencial, Itamar votou no candidato oposicionista Tancredo Neves.
Querendo ser candidato ao governo do estado de Minas Gerais, e encontrando resistências ao seu nome dentro do PMDB, Itamar deixa a legenda e se filia ao PL sendo então candidato, em 1986, ao governo estadual mineiro por essa legenda, porém não obtém sucesso e é derrotado justamente pelo candidato do PMDB, Newton Cardoso por uma diferença de 1% dos votos. Com a derrota, Itamar volta ao Senado para terminar o seu mandato que iria até 1990.
Atuação na Assembleia ConstituinteVoltando à atividade parlamentar, Itamar participou dos trabalhos da Assembleia Nacional Constituinte, iniciados em 1º de fevereiro de 1987.
Líder do PL no Senado, nas principais votações da Constituinte, foi a favor: do rompimento das relações do Brasil com países que desenvolvessem uma política de discriminação racial; do estabelecimento do Mandado de Segurança Coletivo; da remuneração de 50% superior para o trabalho extra; da jornada semanal de 40 horas; do turno ininterrupto de seis horas; do aviso prévio proporcional ao tempo de serviço; da unicidade sindical; da soberania popular; da nacionalização do subsolo; da estatização do sistema financeiro; de uma limitação do pagamento dos encargos da dívida externa; e da criação de um fundo de apoio à reforma agrária.
Foi contra: a pena de morte; o presidencialismo; e da prorrogação do mandato do presidente José Sarney.
Eleições presidenciais de 1989Em 1989, o então governador de Alagoas, Fernando Collor resolve se candidatar a Presidência da República, nas primeiras eleições diretas para esse cargo no país desde 1960 e querendo compor uma chapa com um político do Sudeste, convida Itamar para ser vice. Aceitando o convite, Itamar deixa o PL, trocando-o pelo pequeno Partido da Reconstrução Nacional (PRN), para ser então candidato a vice-presidente na chapa de Fernando Collor à presidência da república.
Apresentando-se como opositor radical ao presidente José Sarney e defendendo um programa econômico modernizador e liberal, Collor é eleito Presidente e Itamar Franco Vice-Presidente da República, tomando posse em 15 de março de 1990.
Na Vice-presidência da RepúblicaEmpossado o novo governo, Itamar logo foi se afastando de Collor, divergindo de importantes aspectos da política econômico-financeira adotada pelo novo governo. Criticou publicamente o processo de privatizações e a aplicação dos fundos resultantes da venda das companhias estatais, que para ele, deveriam ser usados na área social.
Após a reforma ministerial de abril de 1992 em que ex-colaboradores do regime militar, como Célio Borja, Pratini de Moraes e Ângelo Calmon de Sá entraram no governo, Itamar desligou-se do PRN em 5 de maio de 1992.
O desencadeamento de uma sucessão de denúncias de corrupção contra o governo Collor e do início de uma campanha pelo seu impeachment, levou Itamar a acentuar publicamente suas diferenças em relação ao presidente.
Em 29 de setembro de 1992 a Câmara dos Deputados decidiu por ampla maioria autorizar a abertura de um processo de impeachment do presidente. Neste mesmo dia, Itamar assume interinamente a presidência até que o titular fosse julgado pelo Senado Federal.
Não houve solenidade de posse, que foi bem recebido pela população. Ao assumir, propôs uma política de entendimento nacional.
Na presidência da república

Presidente Itamar Franco, 1993.Em 1992, Collor foi acusado de corrupção e sofreu um processo de impeachment pelo Congresso Nacional e se afasta do governo.
Itamar assume interinamente a presidência em 2 de outubro de 1992, sendo formalmente aclamado presidente em 29 de dezembro de 1992, quando Collor renuncia ao cargo.
O Brasil estava no meio de uma grave crise econômica, com a inflação chegando a 1100% em 1992, e alcançado quase 2500% no ano seguinte. Itamar trocou de ministros da economia várias vezes, até que Fernando Henrique Cardoso assumisse o Ministério da Fazenda.
Plebiscito de 1993Em Abril de 1993, cumprindo com o previsto na Constituição de 1988, o governo realiza um plebiscito para a escolha da forma e do sistema de governo no Brasil. Quase 30% dos votantes não compareceram ao plebiscito ou anularam o voto. Dos que comparecem às urnas, 66% votaram a favor da república, contra 10% favoráveis à monarquia. O presidencialismo recebeu cerca de 55% dos votos, ao passo que o parlamentarismo obteve 25% dos votos. Em função dos resultados, foi mantido o regime republicano e presidencialista.
Plano RealEm fevereiro de 1994, o governo Itamar lançou o Plano Real, elaborado pelo Ministério da Fazenda a partir de idealização do economista Edmar Bacha, que estabilizou a economia e acabou com a crise hiperinflacionária.
Outras realizaçõesO Presidente Itamar Franco fez os primeiros projetos,de combate à miséria ao Lado do sociólogo Betinho. Um homem sério e correto em tomar decisões, o Governo de Itamar Franco talvez seja o único da historia republicana livre de escândalos de corrupção. Em 1995 apoia o então candidato Fernando Henrique Cardoso que sai vitorioso nas urnas,além de garantir a democracia Itamar Franco terminou o seu governo com 84% de aprovação popular.
Depois da presidênciaItamar foi o primeiro presidente da República desde Artur Bernardes a eleger o seu sucessor. Com a vitória de seu candidato, Fernando Henrique Cardoso, Itamar foi nomeado embaixador brasileiro em Portugal, e, posteriormente, embaixador brasileiro junto à Organização dos Estados Americanos (OEA) em Washington, Estados Unidos.
No entanto, Itamar logo se tornou um crítico do governo Fernando Henrique Cardoso por discordar de sua política econômica. Além disso, Itamar pretendia se candidatar à Presidência novamente nas eleições de 1998, porém viu seus planos serem desfeitos quando o então presidente mudou a Constituição para tentar se reeleger para um 2° mandato consecutivo. Mesmo com essa nova mudança nas normas eleitorais, Itamar tenta se candidatar a presidência, mas não consegue obter a indicação do PMDB em uma ação creditada à enorme pressão exercida pelo então presidente que não gostaria de ter Itamar como adversário. Esse foi mais um dos motivos apontados para o rompimento de Itamar com Fernando Henrique Cardoso.
Sem a indicação para a presidência, Itamar se candidata então ao governo de Minas Gerais obtendo a vitória contra o então governador Eduardo Azeredo (PSDB), apoiado por Fernando Henrique.
Governo de Minas GeraisItamar Franco foi eleito governador de Minas Gerais em 1998 pelo PMDB. Governou Minas Gerais de 1999 a 2003, e não conseguiu a indicação do PMDB para se candidatar à presidência da República em 2002. Naquela oportunidade, a convenção nacional do PMDB optou por uma coligação com o PSDB, lançando a então deputada federal Rita Camata (Espírito Santo) a vice-presidente na chapa encabeçada por José Serra.
Assim que tomou posse, Itamar Franco decretou a moratória do estado de Minas Gerais. Entre outros aspectos, o governador alegava a necessidade de se empreender uma auditoria na dívida estadual que, entre outros pontos, era atrelada a uma taxa de juros de 7,5% ao ano, enquanto estados como São Paulo negociaram suas dívidas a uma taxa de 6%. Tentou, com um conjunto de ações na área financeira, reverter uma situação herdada do governo anterior, na qual "as despesas apresentavam crescimento mais acelerado que as receitas tributárias e encontravam-se concentradas em funções de baixa capacidade distributiva, comprometendo a promoção de um processo de desenvolvimento socialmente justo".[2]
Esta atitude polêmica levou Itamar a ser acusado pelo Presidente do Banco Central Armínio Fraga de agir contra a estabilidade de regras necessária à atração de investimentos estrangeiros.
Em que pese essa ação inicial, foi em seu governo que a dívida mineira foi equacionada e começou a ser quitada, conforme esclarece Fabrício Augusto de Oliveira.[3]
Retomou judicialmente o controle acionário da estatal Companhia Energética de Minas Gerais CEMIG, parcialmente vendida pelo governador anterior Eduardo Azeredo, o qual conseguiu fechar as contas estaduais apenas em seus dois últimos anos de governo desfazendo-se de parte do patrimônio público mineiro, que foi privatizado em um processo de reorganização das estatais mineiras que estaria na gênese do chamado "esquema Marcos Valério",[4] cuja "origem dos recursos" seriam "as empresas públicas de Minas Gerais".[5] A CEMIG hoje se tornou uma das maiores empresas de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica do Brasil e do mundo, sendo uma das que mais cresce em seu seguimento.
Itamar Franco em 2004Itamar também se insurgiu contra a privatização empresa energética Furnas, aclamando o povo mineiro e brasileiro para juntos, impedissem que mais um patrimônio do brasileiro fosse privatizado. Na ocasião, Itamar mobilizou a Policia Militar de Minas Gerais em umas das principais usinas da empresa, a Usina Hidrelétrica de Furnas, em São Jose da Barra - MG, ameaçando explodir a referida usina caso Furnas fosse privatizada. Apesar desta postura ter sido muito criticada, Itamar conseguiu seu objetivo e não deixou que Furnas fosse privatizada. Com a incorporação das subsidiarias da Eletrobras, Furnas passou a se chamar Eletrobras Furnas, sendo hoje a estatal Eletrobras a maior empresa do Brasil de geração e transmissão de energia elétrica e uma das maiores do mundo. [6]
A recomposição do setor público em bases burocráticas, passando essencialmente pela valorização do servidor público, pelo reaparelhamento das principais agências de ação estatal e pelo ajuste fiscal, marcou a gestão Itamar Franco, conforme analisam Wladimir Rodrigues Dias e Roberto Sorbilli Filho, segundo os quais não houve grandes inovações em seu governo, mas uma importante organização da administração pública, desmantelada por seu antecessor.[7]
No âmbito político, Itamar Franco se destacou pela realização de uma política centrada nos grandes temas. A composição política de seu governo, de feição centro-esquerdista, chegou a ter participação de PMDB, PT, PDT, PSB, PCdoB, PTB, PPB e PL, dentre outros partidos. Ainda assim, pode-se dizer que governou sem os partidos e sem os políticos [carece de fontes?].
Itamar se opôs a atividades típicas da política tradicional, como as vinculadas ao clientelismo político. Extinguiu as subvenções sociais distribuídas por deputados e não negociou emendas parlamentares, deixando de exercer a habitual dominação que o Executivo exerce sobre o Legislativo. Em décadas, foi o governador com o maior número de projetos rejeitados na ALMG, retaliado pelo rompimento com o pacto clientelista.[8]
Terminando seu mandato no governo de Minas Gerais ao fim de 2002, Itamar resolve não se candidatar a reeleição e apoia as campanhas de Aécio Neves (PSDB) para o governo do Estado e de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Itamar ajuda a eleger Aécio, e com a vitória de Lula no plano nacional é nomeado embaixador brasileiro na Itália até deixar voluntariamente o cargo em 2005.
Embora na memória da maioria permaneça um governador mais atento aos problemas nacionais e a uma eventual candidatura à presidência da República, foi em seu governo que se reorganizaram as finanças e a administração estadual, possibilitando ao governador seguinte, Aécio Neves, eleito com seu apoio, implantar o chamado "choque de gestão".
Últimos anos
Itamar Franco em 2011Em 2006, tentou se candidatar a presidente da República pelo PMDB, competindo pela indicação do partido com Anthony Garotinho, o ex-governador do Rio de Janeiro. Porém, no dia 22 de maio, anunciou a sua desistência e a sua intenção de disputar uma vaga no Senado Federal.
Acabou perdendo a indicação do PMDB de Minas Gerais para o Senado para Newton Cardoso (líder das pesquisas no início, mas que sofreu uma derrota às vésperas das eleições). Itamar anunciou, em 2006, o seu apoio à candidatura de Geraldo Alckmin à Presidência da República.
Aliado de Aécio Neves desde 2002, foi conselheiro do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais. Em maio de 2009, anunciou sua filiação ao Partido Popular Socialista (PPS), o que alimentou especulações sobre uma possível candidatura à Presidência da República ou ao Senado Federal. Em 27 de janeiro de 2007, anunciou sua pré-candidatura a senador, disputando uma das duas vagas nas eleições deste ano, apoiando Aécio Neves como candidato à outra vaga. O candidato a primeiro suplente será o atual presidente do Cruzeiro Zezé Perrella, do PDT, e a segunda suplente, Elaine Matozinhos, do PTB.[9]
Nas eleições de 3 de outubro de 2010, foi eleito senador pelo estado de Minas Gerais, derrotando Fernando Pimentel do PT.
MorteEm 21 de maio de 2011, foi diagnosticado com leucemia. Alguns dias depois, se licenciou do Senado a fim de tratar-se da doença no Hospital Albert Einstein. No dia 27 de junho, um boletim médico do hospital divulgou que sua situação teria se agravado em virtude de uma pneumonia que o levou à UTI. Itamar faleceu na manhã do dia 2 de julho de 2011[10].

Dilma afasta cúpula dos Transportes após denúncias de cobrança de proprina

Quatro integrantes da cúpula do Ministério dos Transportes foram afastados de seus cargos hoje, por causa da revelação, pela revista Veja, de um suposto esquema de propinas montado para irrigar os cofres do PR.
Perderam os cargos o diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antônio Pagot, o presidente da Valec Engenharia, José Francisco das Neves, o Juquinha, o chefe de gabinete do Ministério dos Transportes, Mauro Barbosa Silva, e o assessor Luís Tito Bonvini.
Os quatro receberam telefonemas, hoje, do ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, que os informou do afastamento, a ser oficializado na segunda-feira pelo Palácio do Planalto. O próprio ministro, que também é presidente do PR, balança perigosamente no cargo. Logo pela manhã, ele telefonou para a presidente Dilma Rousseff e sugeriu o afastamento dos quatro. Informou, também, que abrirá uma sindicância e para isso pedirá apoio da Controladoria-Geral da União (CGU).
De acordo com a Veja, o esquema montado nos Transportes era baseado na cobrança de propinas de 4% das empreiteiras e de 5% das empresas de consultoria que elaboram os projetos de obras em rodovias e ferrovias. Em troca do pagamento da propina, os fornecedores tinham garantia de sucesso nas licitações, eram beneficiados com superfaturamento de preços e tinham liberdade para fazer aditivos, o que também elevava o valor das obras.
Ainda conforme a revista, o produto dos desvios era dividido da seguinte maneira: a maior parte ia para o PR e uma parcela era distribuída aos parlamentares dos Estados em que a obra era realizada. O comandante informal do esquema seria o deputado Valdemar da Costa Neto (SP), secretário-geral do PR. Segundo empreiteiros ouvidos pela revista, Bonvini seria o "homem da pasta" e Mauro Barbosa, o "dono da chave".
O crescimento vertiginoso do custo dos empreendimentos teria levado a presidente Dilma Rousseff a convocar a cúpula dos Transportes para dar uma bronca daquelas. "Vocês ficam insuflando o valor das obras. Não há orçamento fiscal que resista aos aumentos propostos pelo Ministério dos Transportes. Eu teria de dobrar a carga tributária do País para dar conta", teria afirmado a presidente ao secretário executivo do ministério, Paulo Sérgio Passos, ao diretor de engenharia da Valec, Luiz Carlos Oliveira Machado e ao diretor do Dnit afastado do cargo, segundo relato da revista.
Ela teria dito ainda que eles precisavam de babá, e que agora passariam a ter três: "a Miriam, a Gleisi e eu". Ela se referia à ministra do Planejamento, Miriam Belchior, coordenadora do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann.
Entre os dados que irritaram Dilma, está o crescimento de 38% no orçamento de ferrovias em menos de um ano, de R$ 11,9 bilhões para R$ 16,4 bilhões, e um orçamento de R$ 1 bilhão para apenas um trecho da BR 116 entre Eldorado do Sul e Pelotas. As cidades estão a 270 quilômetros uma da outra

Para Lula, Itamar era um 'democrata'

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva divulgou nota de pesar pela morte do ex-presidente e senador Itamar Franco (PSDB-MG), neste sábado, 2. Lula destacou a dedicação de Itamar à vida pública e o modo como coordenou a política econômica do País quando assumiu a presidência, em 1992. Abaixo, a íntegra da nota, assinada por Lula e por sua esposa, Marisa Letícia:
“O senador e ex-presidente Itamar Franco foi um grande democrata, com uma vida pública dedicada ao Brasil. Mesmo nos momentos de divergência política mantivemos uma relação de profundo respeito e diálogo. Quando assumiu a presidência em um momento conturbado, em 1992, teve sabedoria para dialogar com toda a sociedade brasileira e ajudou o país a entrar em uma rota positiva na política,na economia e no social. No seu governo implementou o Plano Real, o Conselho Nacional de Segurança Alimentar (Consea) e engajou o governo federal no combate à fome, com o apoio a Ação da Cidadania Contra a Fome, a Miséria e Pela Vida, junto ao sociólogo Herbert de Souza, o Betinho. A contribuição de Itamar Franco foi fundamental para a construção coletiva de um país democrático, mais justo e sem pobreza. Nesse momento de tristeza, prestamos solidariedade aos seus familiares e amigos.”

Ex-ministro de Itamar lembra que ele tinha fama de 'mão fechada'

O ex-ministro Alexis Stepanenko, que durante o governo Itamar Franco ocupou as pastas do Planejamento e das Minas e Energia, lembrou da fama de "pão-duro" do ex-chefe e afirmou que a decisão da família em não utilizar um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para transportar o corpo é muito coerente com a vida que ele teve.
"Ele era pessoa de mão fechada. O Itamar era muito econonômico e fazia as coisas por ele mesmo, não dependendo do erário público. Era uma pessoa muito preocupada com os custos e as despesas. A decisão da família foi muito coerente com a vida que ele teve", disse.
Para Stepanenko, o primeiro legado político que Itamar deixa foi "recuperar a governabilidade, a crença, depois de tantos choques econômicos. Foi um presente de Deus. Ele conversava com todos. Recebeu sindicalistas, falava com Lula e Brizola...", disse.
O ex-ministro também disse que Itamar foi o primeiro presidente que acabou com a inflação e que tinha certeza de que ele iria se posicionar de forma decisiva em relação à Reforma Política no Senado. "Certamente ele ia colocar obstáculos", afirmou.
Stepanenko foi ao Hospital Albert Einstein neste sábado quando soube da morte de Itamar, que tinha 81 anos. O ex-presidente estava em tratamento contra uma leucemia e contraiu uma pneumonia. Ele morreu às 10h15 de hoje, após sofrer um acidente vascular cerebral.

Pedra, produtor rural, concorda com Maia e diz que MS ganhou 'trambiqueiro no Senado'

Indignado, o vereador de Campo Grande, Paulo Pedra (PDT) confeccionou um informativo com críticas em relação a renúncia da vaga de senadora de Marisa Serrano para assumir o cargo de conselheira no Tribunal de Contas do Estado (TCE). A alfinetada, mais precisamente, é sobre a consequência da atitude, que deixou caminho para o suplente Antônio Russo (PR) assumir o Senado.
Paulo Pedra, que também é produtor rural, não acredita na legitimidade de Antônio Russo, como senador, para defender os interesses do Estado, em especial a categoria produtora. O novo senador sul-mato-grossense era dono do Frigorífico Independência, que deu calote em pecuaristas não pagando pelos bois que comprou, e agora está no nome dos filhos dele.
Durante palavra livre da sessão da Câmara do dia 9 de junho, Pedra lamentou a troca do mandato da Senadora Marisa Serrano no Senado Federal, para ocupar um cargo no Tribunal de Contas do Estado. “É triste a senadora Marisa Serrano, que tem uma extensa folha de serviço prestado para nosso estado, deixar, no final da sua carreira, a sua vaga no Senado para um “trambiqueiro” e que deu calote. Com isso Mato Grosso do Sul vai viver na mídia negativamente”, disse.
“Nosso Estado tem grandes personalidades políticas, como o Ruben Figueiró, que é trabalhador e um político que contribui muito para nosso Estado. Agora a vaga no Senado ser ocupada por um trambiqueiro da área rural? Isso é uma preocupação também desta Casa, uma vez que o TCE auxilia a Câmara a fiscalizar o executivo”, finaliza o parlamentar.

Giroto ataca Dilma em Mato Grosso do Sul e acusa presidente de 'enrolação'

O deputado federal Edson Giroto (PR), apontado como articulador do governador André Puccinelli (PMDB) junto à presidente Dilma Rousseff (PT) mantém o discurso de oposição dos tempos em que fez campanha para José Serra, no ano passado. Pelo menos em Mato Grosso do Sul.
Nesta semana, a assessoria do deputado federal, braço direito de Puccinelli, que supostamente estaria fazendo o 'meio de campo' entre Dilma e o governador, divulgou material de Giroto chamando de "enrolação" a decisão do Palácio do Planalto de prorrogar por 90 dias o prazo para execução das emendas parlamentares.

O republicano, que é vice-líder do bloco parlamentar PR, PRB, PTdoB, PRTB, PRP, PHS, PTC, PSL, disse que o grupo decidiu que não haveria condições de perder os R$ 4,5 bilhões referentes aos restos a pagar do Orçamento Geral da União de 2009, por isso houve outra reunião com a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, para convencê-la de que o pagamento era primordial para as economias municipais.
Pelo Decreto 7.468/11, as emendas perderiam a vigência hoje. A crítica é resultado de avaliação após reunião com outros líderes partidários e com os 64 integrantes do bloco. Na tarde de ontem, os deputados que compõem o bloco partidário estiveram reunidos para avaliar os prejuízos aos pequenos municípios com o fim do prazo para liberar os recursos.
Após Dilma Roussefff retornar de viagem oficial ao Paraguai, na noite de ontem, Salvatti anunciou a prorrogação por 90 dias do prazo para liberar o dinheiro, mas não teria dado garantia de que haverá o pagamento, garante Giroto.
“O compromisso era pagar as emendas, não enrolar. o Governo está tentando empurrar para agosto o repasse dos recursos”, disparou Giroto, completando que a decisão da presidente Dilma Rousseff “mantém a inadimplência nos municípios, comprometendo toda uma rede econômica local. Há uma paradeira geral nas cidades pequenas.
Os arquivos dos programas políticos eleitorais da campanha de André Pucinelli à reeleição, veiculados entre agosto e setembro do ano passado, comprovam a denúncia de sindicalistas veiculadas ontem pelo Midiamax, de que a propaganda do Hospital Regional do MS usou um casting de atores para causar a impressão de que tudo vai bem no HR.

Pelo menos dois quadros são literalmente repetidos, o de uma médica examinando o ouvido de uma menina e outro de um médico auscutando o coração de um garoto.
No meio sindical ligado à saúde, a propaganda é vista como uma tentativa de abafar as seguidas denúncias de mau atendimento no hospital, provocado pela falta de médicos, equipamentos e leitos.




Aécio diz que Itamar deixa um grande vácuo de saudade e admiração

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) lembrou hoje a perda de seu pai, o ex-deputado Aécio Cunha, no fim do ano passado, ao manifestar pesar pela morte do ex-presidente e senador Itamar Franco (PPS-MG). “Eu me despedi de meu pai no final do ano passado e me despeço de Itamar agora. E não posso deixar de lamentar, com grande tristeza, profunda e intimamente, como filho e cidadão, as perdas que Minas vem sofrendo”, disse ele.
Em nota, Aécio Neves afirma que Itamar deixa atrás de si um imenso vácuo de saudade e admiração. “Foi um homem excepcional e singular naquilo que é tão precioso e tão raro na vida pública: a fidelidade aos seus princípios e convicções.”
“Nunca foi omisso e, no exercício da Presidência e do governo, honrou as melhores tradições de Minas, sendo implacável na defesa do interesse público. Os mineiros, em toda a sua sabedoria, prestaram a Itamar, sem saber que seria a última, uma homenagem que teve para ele um significado muito especial”, acrescentou. Aécio se referia à eleição de Itamar para o Senado, em outubro do ano passado.
O ex-governador, que participou da última campanha para o Senado ao lado de Itamar Franco, afirmou que, ao elegê-lo de novo para o Senado, Minas manifestou a ele todo seu reconhecimento e respeito, "permitindo que ele vivesse um momento de especial importância na sua vida”. Para Aécio, nos poucos meses em que exerceu o mandato, "iluminou" o Senado.
"Nesses poucos meses, graças aos mineiros, o Brasil se lembrou do valor de Itamar. Para mim, pessoalmente, trata-se de uma perda irreparável. Mantive com Itamar, ao longo dos últimos dez anos, uma convivência próxima e amiga”, ressaltou.
Aécio lembrou, por fim, ter sido testemunha do incansável trabalho de Itamar Franco por Minas, bem como de sua lealdade. “Poucos homens honraram a vida pública com tanta bravura. Ele costumava dizer que tinha por mim um afeto paternal”, concluiu o senador tucano.

Ex-presidente Itamar Franco morre em São Paulo aos 81 anos

Morreu hoje (2), aos 81 anos, o senador e ex-presidente da República Itamar Franco. Ele estava internado desde o dia 21 de maio no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, para tratamento de uma leucemia. Segundo o hospital, o tratamento quimioterápico contra a leucemia surtiu efeito, mas, posteriormente, o senador contraiu uma pneumonia, que se agravou. Reprodução, Abril

O ex-presidente e senador Itamar Franco fazia tratamento de leucemia


Itamar Franco foi também governador de Minas Gerais e prefeito de Juiz de Fora.