domingo, 26 de dezembro de 2010

A VIOLENCIA NO RIO DE JANEIRO

Vitória contra o crime


O dia 28 de novembro já entrou para a história do combate ao crime no Rio de Janeiro. As forças de segurança - formadas pelas polícias Militar, Civil, Federal e Forças Armadas - tomaram o Complexo do Alemão praticamente sem resistência dos traficantes. O local era dominado pela facção criminosa Comando Vermelho. Durante a ocupação, policiais encontraram mais de 40 toneladas de drogas, centenas de veículos roubados e armas de grosso calibre. Os números dão uma idéia do tamanho do golpe sofrido pelo tráfico.

A seguir, entenda como começou a onda de violência no Rio de Janeiro e a reação do Estado.



 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os ataques


Mais de 180 veículos foram incendiados por criminosos no Rio de Janeiro em uma semana. A onda de violência começou na tarde de domingo, 21 de novembro, com dois carros queimados na Linha Vermelha. A escalada do crime foi crescendo, com 25 veículos incendiados, 31 pessoas presas e 15 mortos somente na quarta-feira, 24 de novembro, o dia mais violento da ofensiva criminosa. Segundo a polícia, a ação dos traficantes foi motivada pela ocupação das favelas pelo Estado através das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs).



O contra-ataque


A resposta do Estado para a onda de ataques promovida por traficantes veio com a união das forças de segurança do País. As Forças Armadas, a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal se uniram aos policiais civis e militares no combate ao crime. A vitória do Estado começou na sexta-feira, 26 de novembro, com a invasão da Vila Cruzeiro, na Penha. Cerca de 200 agentes do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) tomaram o morro que era comandado pelo Comando Vermelho. Porém, muitos traficantes conseguiram escapar da polícia e fugiram pela mata na direção do Complexo do Alemão, o próximo alvo das forças de segurança na retomada dos territórios no Rio de janeiro.


A tomada do Alemão


O cerco policial bloqueou os 44 acessos ao Complexo de Favelas do Alemão. Desde o dia 27 de novembro, todos que entravam e saíam do local eram revistados. Muitas pessoas foram vistas deixando a região com eletrodomésticos, camas e móveis empilhados em carros. Na manhã de domingo, 28 de novembro, às 8h, o rasante de um helicóptero da Polícia Militar indicava que a operação de tomada do Alemão tinha começado. Blindados da marinha subiam o morro retirando tudo que era obstáculo colocado pelos criminosos pra impedir a subida da polícia. Durante a tarde, as bandeiras do Brasil e do Rio de Janeiro foram hasteadas no alto do morro, próximo ao teleférico, simbolizando a conquista do território até então dominado pelo Comando Vermelho.

A fuga



Foi a prisão de um criminoso acusado de ser um dos chefes do tráfico na favela da Fazendinha, no

Complexo do Alemão, no dia 3 de dezembro, que confirmou a suspeita da polícia: traficantes fugiram pela rede de esgotos antes do início da operação no Alemão. Wellington Roberto de Oliveira, 26 anos, o Dedinho, disse aos policiais que, junto com outros bandidos, aproveitou as tubulações construídas por operários do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no Alemão para escapar. Dedinho foi preso quando tentava sair do Morro do Cajueiro, em Madureira


Golpe no tráfico


O prejuízo estimado dos traficantes com as operações na Vila Cruzeiro e depois no Complexo do Alemão, segundo a Polícia Militar, ultrapassa os R$ 100 milhões. Segundo balanço da Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro, foram apreendidas 518 armas de diversos calibres, incluindo 140 fuzis, 35 metralhadoras e 3 bazucas. Ente o material, metralhadoras antiaéreas ponto 50, jamais aprendida no Estado, e, que, de acordo com a polícia, pode derrubar até helicópteros. Também foram encontradas 33,8 t de maconha, 333,9 kg de cocaína e 54 kg de crack, entre outras drogas. Segundo a Polícia Civil, 118 pessoas foram presas e 21 apreendidas.



"Todo esse material impunha escravidão e a mordaça pelo fuzil. Isso acabou. Não vencemos a guerra, mas vencemos a batalha e podemos acreditar em dias melhores", disse o Secretário Estadual de Segurança, José Mariano Beltrame.