quarta-feira, 29 de junho de 2011

Aumento de repasses do governo para Cassems é aprovado na AL-MS

A Assembléia Legislativa de Mato Grosso do Sul aprovou o projeto que altera a legislação atual, concedendo reajuste de 0,5% para os repasses do governo do Estado para a Caixa de Assistência aos Servidores de MS (Cassems). O aumento significa R$ 820 mil mensais a mais na conta do plano de saúde. O projeto foi aprovado em sessão extraordinária na manhã desta quarta-feira (29) por unaminidade.
Segundo o deputado Lauro Davi (PSB), houve um acordo entre o governador e os representantes da C assems que teria um aumento gradativo, sendo 0,25% a cada quadrimestre, e vai depender do recebimento de créditos de tributos que o Estado tem junto à Petrobras. O valor a receber é estimado em R$ 100 milhões. A negociação para o recebimento, conforme o deputado, está a cargo da bancada federal.” O governo do Estado se comprometeu a fazer um repasse de recursos até 4,5%”, explica.
O aumento de repasse contribuirá ainda para o equilíbrio financeiro das prestadoras de serviços de assistência à saúde dos servidores públicos do Estado e a seus dependentes. Isto porque a Rede Credenciada argumenta que ocorrerá aumento de despesas assistenciais, em especial das relacionadas à ampliação da quantidade de procedimentos médicos que deverão ser cobertos pelas operadoras. A intenção é evitar ou reduzir o reajuste do valor do plano de saúde dos servidores, que atende mais de 160 mil pessoas.
Com 73 unidades de atendimento em todo o Estado, a Cassems é o maior plano de saúde para servidores públicos estaduais em autogestão do país. Já a Rede Credenciada conta com mais de 2.000 profissionais de saúde nas áreas de medicina, odontologia, fisioterapia, fonoaudiologia, psicologia e nutrição.

Deputados examinam PEC que prevê consulta popular para trocar o nome de MS

O comando da Assembleia Legislativa criou uma comissão especial para examinar PECs (Propostas de Emendas Constitucionais), uma delas a que prevê a realização de um plebiscito, consulta popular para saber se os moradores de Mato Grosso do Sul querem ou não trocar o nome do Estado.

Vão chefiar as comissões os deputados Júnior Mochi (PMDB), Dione Hashiota (PSDB), Cabo Almi (PT) e Zé Teixeira (DEM).

Com oncologia privatizada em MS, pacientes do estado com câncer procuram ajuda em SP

Pacientes das cidades mais distantes do MS, em relação à cidade de Barretos, engrossam a romaria que cresce todo o ano em busca de tratamento de excelência e humanizado, como deve ser especialmente em caso de câncer.
Dourados, Ponta Porã, Porto Murtinho e mais outras 72 cidades compõem a relação fornecida à reportagem do Midiamax em primeira mão pela assessoria do hospital do Câncer de Barretos. Os 2.610 pacientes geraram 24.109 atendimentos no ano passado, porque cada um deles faz mais que uma viagem por ano ao interior de São Paulo.
De Campo Grande a Barretos são 11 horas de viagem.
Pacientes do norte do MS, mais próximos de Barretos que os demais, poderiam buscar tratamento em Três Lagoas, um dos municípios pólos que seria referência para o tratamento de câncer na região. Mas eles sabem que os pacientes de Três Lagoas estão em meio a um protesto contra a falta de atendimento ao câncer na cidade. A cidade envia 349 pacientes para Barretos.
Hospital Regional perdeu qualificação
Na verdade, nos últimos quatro anos, o HRMS vem perdendo a qualificação que possuia até 2007, como Centro de Alta Complexidade em Oncologia, com radioterapia, ao invés de expandir o tratamento para o nível de excelência, caso houvesse investimento e planejamento por parte do governo do MS.
Já em 2008, o HRMS teve esvaziado o seu credenciamento em radioterapia, que passou a ser realizada pela Neorad, uma clínica privada fundada em julho de 2007, na qual o governo Puccinelli injetou milhares de reais para que a empresa assumisse o que cabia de direito ao HRMS – o atendimento do SUS. Desde então, a Neorad integra a Rede Oncológica do estado, como agente isolado. Mas não fornece acompanhamento psicológico e social aos pacientes, como manda o Ministério da Saúde.
Mais recentemente, outro importante hospital público, o Hospital Universitário da UFMS, interrompeu o atendimento em Oncologia, curiosamente, após receber no final do ano passado R$ 217.510,00 da Secretaria de Estado de Saúde para a aquisição de equipamentos de radioterapia.
Coincidentemente, quem também decidiu o fechamento da Oncologia do HU por falta de equipamentos foi seu diretor, o médico Adalberto Abrão Siufi, um dos diretores da Neorad.
Além disso, o Hospital Regional até poderia receber do Ministério da Saúde um novo equipamento chamado Acelerador Nuclear, para retomar a radioterapia, mas a Fundação de Saúde – Funsau - que dirige o hospital, precisaria apresentar um “Plano Operativo Anual” para recebê-lo.
As consequências imediatas dessa situação foi a formação de uma grande "fila" de pacientes oncológicos que esperam o tratamento de radioterapia e a superlotação do Hospital do Câncer Alfredo Abrão, privado, mas credenciado para atender pacientes do SUS.
Ministério Publico Federal protestou contra repasses para a Neorad
Durante reunião com os representantes da Secretarias Estadual de Saúde (SES) e Municipal de Saúde (Sesau), em 25 de outubro do ano passado, MPF informou que o MS tinha 166 pacientes na fila de espera para a radioterapia. Na época, a Neorad recebia R$ 70 mil por mês para atender 17 pacientes pelo SUS.
Com a divulgação do número, o procurador regional dos Direitos do Cidadão, Felipe Fritz Braga, afirmou que "o paciente oncológico que precisa de radioterapia no Sistema Único de Saúde (SUS) de Mato Grosso do Sul está nas mãos de instituições privadas. Se não quiserem ou não puderem atender, o paciente tem de viajar para outros estados".
Por conta da fila, em 17 de novembro do ano passado, o repasse de verbas públicas para a Neorad passou de R$ 70 mil para R$ 270 mil por mês. Quando o procurador recebeu a notícia, aceitou-a como medida temporária, declarando, taxativamente:
- É necessário investir na oncologia de hospitais públicos. Temos aqui o Hospital Regional e o Hospital Universitário - o que é que tem sido feito para criar ali uma radioterapia de ponta? Nada. Estado e município pagarão para clínica particular um montante que, ao longo de poucos anos, lhes permitiriam montar toda a estrutura necessária para o funcionamento de uma radioterapia em hospital público".

Governo não investe e romaria para Barretos aumentou
De lá para cá, não houve o investimento esperado na radioterapia do HR, e o número de pacientes que buscam tratamento em um só no hospital de Barretos chegou a uma dimensão inimaginável.
Somando os dados oficiais fornecidos pelo Hospital do Câncer de Barretos, de 2006 a 2009, o número de pacientes chegou a 11 mil. Só em 2010 são 2.610. O ano de 2011, até o primeiro semestre, ainda não está contabilizado pelo Hospital de Câncer de Barretos.
A reportagem localizou a paciente E. B. P. de Paranaíba, que pertence a uma família com predisposição genética para a doença. Ela contou que o pai, o irmão e ela foram se tratar em Barretos porque, em 2008, o pai tentou tratamento em Campo Grande sem conseguir.
Pacientes das cidades mais distantes do MS, em relação à cidade de Barretos, engrossam a romaria que cresce todo o ano em busca de tratamento de excelência e humanizado, como deve ser especialmente em caso de câncer.
Iria demorar muito e meu pai não podia esperar. Fomos com a assistente social de Paranaíba até a Capital, mas não adiantou nada. Então fomos pra Barretos, os três. Meu pai faleceu, eu tive alta e meu irmão está em tratamento, melhorando. Lá é muito bom”, concluiu.
Confira no arquivo abaixo a lista das cidades que têm pacientes que vão a Barretos (SP):


Moradores do Jardim Sumatra denunciam 'toque de recolher' imposto por bandidos

Moradores do Jardim Sumatra – região sul de Campo Grande, próximo ao bairro Los Angeles, reclamam que estão abandonados pelas autoridades, em assuntos de necessidades públicas, tais como segurança, iluminação, asfalto, transporte, esgoto, educação e lazer. Além disso, eles enfatizam que se submetem ao “toque de recolher”, por medo, já que perderam as esperanças de realizar denúncias.
O local é comparado às favelas do morro carioca, uma vez onde quem dá as cartas são os traficantes. O Jardim Sumatra é visto pelos moradores como um morro em forma de planície, ordem a palavra de ordem é o "silêncio". Além disso, pedem para que a polícia se envolva mais com a comunidade, pois "nem todos aqui são bandidos, tem gente de bem, que trabalha, estuda e quer ter uma vida normal, como qualquer outra pessoa que paga os impostos", declara Ana*.
“A gente até sabe quem comete os furtos e para que ‘boca’ eles levam, mas não adianta falar. Acontecem três hipóteses, se a gente fala pra polícia, eles não vem, quando vem demora e diz que não pode resolver. Ou então, se ficar ‘cutucando’ demais este povo ‘grande’, a gente aparece estirado no asfalto. Nesta situação sim, a polícia aparece aqui. Nestes últimos dias, já foram três”, conta Maria*, se referindo aos mortos. Ela mora no bairro há pelo menos seis anos.
“Há quase duas semanas levaram da minha casa uma máquina de lavar roupas e uma jaqueta que estava no varal. Tenho dois filhos, um de 14 e outro de 8 anos, e eles precisam de mim viva e não morta. Eles são bastante orientados nesta questão de venda de drogas por mim, mas têm muitos que acabam caindo nessa, muitas destas crianças são iludidas pelo dinheiro”, completa a dona-de-casa.
O morador João* informa que, as crianças que comercializam entorpecentes não são viciadas. “Não vale a pena pegar estes ‘nóinhas’ para vender drogas, eles só causam prejuízos. Tem que pegar estes mais ‘espertos’, que sabe das coisas e tem como se safar, sem dá em nada. Além disso, menor já ‘tá’ na rua logo, logo... E não abre a boca, o que é melhor”.
Outra mulher revela que, os moradores têm que retornar às casas antes de escurecer. Já os comerciantes são forçados a fechar o estabelecimento a partir das 17 horas. “Aqui não tem qualquer tipo de lazer para ocupar o tempo ocioso das crianças, que acabam sendo aliciados pelos traficantes. Até a escolinha de futebol aqui perto, que tinha vários projetos legais, teve que se adequar a nova realidade do bairro. Antes, eles liberavam as crianças às 17 horas e hoje o horário é às 15 horas, isso quando as atividades são canceladas”, lembra Fátima*.
“Na semana passada, um cara invadiu a minha casa para roubar as coisas e eu o tirei com um pedaço de pau. Eu moro apenas com meus dois filhos, de um ano e quatro anos. Liguei para a polícia e eles demoraram uma hora para aparecer, e o cara ficou aqui no meu quintal, não foi embora não”, fala Lurdes*.
“No começo do ano tive que comprar uma televisão e uma geladeira nova, porque queimaram. Quando estoura algum poste aqui, é a gente que sofre. Porque iluminação é rara e asfalto pior ainda”. “É triste ver a ‘cracolândia’ que tem aqui, ela é de dar inveja aquela lá do centro. Aqui rola droga, prostituição e morte, para os delatores”, finaliza.
Resposta da PM
A assessoria de comunicação da Polícia Militar informa que não há previsão de construção de um posto policial no Jardim Sumatra, uma vez que já existe um em funcionamento no Los Angeles e é o responsável pela mesma área. Uma orientação é para que a comunidade procure o Conselho Comunitário de Segurança Pública e repasse as demandas do bairro para que atitudes sejam tomadas para solucionar os problemas relativos a Segurança Pública.
Além disso, prossegue a assessoria, a PM tem um projeto na região para atender crianças e adolescentres denominado Bom de Bola Bom na Escola, que será implantado na região na semana que vem, sem data precisa ainda.