domingo, 15 de agosto de 2010

Professores temporários sofrem pressão política, denuncia presidente da Fetems

O professor de Matemática, no ensino público desde 1983, Jaime Teixeira, que cumpre o segundo mandato de presidente da Fetems (Federação dos Trabalhadores na Educação de Mato Grosso do Sul), a maior entidade sindical do serviço público, disse que os professores contratados da rede estadual estariam pressionados por diretores das escolas engajados na campanha eleitoral do governador André Puccinelli, do PMDB, candidato à reeleição. A “pressão” seria um meio de os diretores ligados ao governo garantir o apoio ao peemedebista e, com isso, os temporários, professores não amparados pelas leis trabalhistas, manterem seus empregos. Hoje, o Estado contrata 7,3 mil professores não concursados.

Durante a entrevista ao Midiamax, na sexta-feira de manhã, Teixeira fez um balanço do ensino estadual, disse ser contrário a instalação de câmeras nas escolas e ainda que o governo “fez um gol contra a educação” ao recorrer contra a lei que prevê mais tempo para o professor planejar suas aulas.
Eis o diálogo com o presidente da Fetems:
Midiamax – Ser professor no Brasil, principalmente nas regiões afastadas das áreas centrais do País, sempre foi um desafio. Mas é notado o avanço alcançado para categoria, é isso mesmo, a vida do professor melhorou mesmo, está tudo certo?
Jaime Teixeira - A gente tem de analisar o professor a partir da qualidade da escola pública, não tem como separar uma coisa da outra. A escola pública hoje é melhor do que a de 20 anos atrás, por exemplo. Isso quer dizer que melhorou as condições de trabalho do professor. Mas ainda falta muito, embora tenhamos avançado bastante.
Midiamax – E o senhor poderia apontar que setor do ensino ainda é carente?
Jaime Teixeira – Algumas coisas que se destacaram ao longo do tempo, por exemplo: as escolas públicas, no final da década de 1980, início dos anos 90, enfrentavam um déficit de ao menos 100 mil alunos. Hoje em dia, pode-se dizer que tanto no ensino fundamental quanto no ensino médio, o número de vagas está quase todo preenchido. E no decorrer dos anos 90 criou-se a cultura da superlotação nas salas de aula. Puseram mais alunos nas salas e isso prejudicou o trabalho do professor. Numa sala superlotada é difícil melhorar a qualidade do ensino e ao mesmo tempo requer do professor um esforço muito grande, principalmente com relação ao seu principal instrumento de trabalho, que é voz. E o resultado disso: muitos professores ficaram doentes, com calos vocais, foram afastados por conta das licenças médicas.
Midiamax – Então, a superlotação das salas de aula seria um problema?
Jaime Teixeira – Esta é uma questão que tem de ser enfrentada. O professor precisa atuar em salas com menos alunos e as escolas precisam de uma adequação melhor. Nada adianta as reformas anunciadas hoje, que é pintar o prédio, pôr uma nova cobertura, apenas. O professor precisa de uma escola equipada com sala de informática, possuir a disposição fotocopiadoras, laboratórios, espaços para planejamento escolar, enfim, essas são as principais carências de hoje nas escolas.
Midiamax – O senhor disse planejamento de aula, um projeto de lei criado pelo governo federal que dá ao professor mais tempo para ele cuidar das tarefas fora da sala de aula, mas aqui em Mato Grosso do Sul esse plano não foi posto em pratica, certo?
Jaime Teixeira – Infelizmente no Mato Grosso do Sul, não. O governador André Puccinelli moveu uma ação no STF (Supremo Tribunal Federal) contra o período maior destinado para o professor planejar suas aulas. E a corte concedeu uma liminar ao governo. A lei prevê que o professor use 33% de sua carga horária para o planejamento. E o que é esse planejamento: é um tempo destinado para o professor preparar aula, trabalho, conversar com a comunidade, preparar prova. É um tempo destinado para que o professor possa cumprir a tarefa administrativa dentro da sala. Sem esse tempo, o professor leva para casa tarefas que poderiam ser cumpridas durante a semana, na escola. Mas o governador não entendeu assim e acabou fazendo um gol contra a educação ao mover a ação contra a lei.
Midiamax – E como está esse processo?
Jaime Teixeira – Vamos fazer um manifesto em Brasília no dia 16 de setembro e objetivo do protesto é justamente esse: convencer o STF a julgar logo essa ação, afinal a lei está em vigor em todo o país. O governo é contrário a proposta por acreditar que mais tempo para o planejamento do professor pode representar mais gasto. Hoje ao menos 17 mil professores atuam no ensino estadual e, para que a lei seja imposta, o Estado teria de contratar ao menos 1,7 mil professores, uma gasto pequeno diante dos benefícios que a regra representa. Um exemplo: o professor estaria menos tempo em sala de aula, sem a sobrecarga e, com isso, reduziram o número de licenças médicas por conta da carga excessiva de trabalho. Isso seria um ganho.
Midiamax – Algumas correntes de especialistas em políticas públicas crêem que a vida melhora a partir da educação, o senhor compartilha desse propósito?
Jaime Teixeira – Em parte sou favorável a essa corrente. Mas contrario quando a tese que diz que a educação tem de dar resposta a tudo. Um exemplo: a escola está violenta. Não é assim. É a sociedade é que está violenta. Entendo que a alfabetização reduz a violência, melhora o debate por um entendimento, mas não é tudo. A educação é fundamental, sim, quando estiver inserida numa política articulada que envolva também a segurança pública e o setor da saúde, por exemplo. Já pensou se as escolas tivessem no seu quadro funcional um psicólogo para cuidar de problemas ligados a droga, por exemplo. Uma assistente social para cuidar de problemas que estejam comprometendo o desenvolvimento de aluno, é outro exemplo. Essa política articulada melhoria todos os setores.
Midiamax – Recentemente foi aprovado um projeto que prevê a instalação de câmeras para a captação de imagens nas escolas, o que acha dessa idéia?
Jaime Teixeira – Nós somos radicalmente contra as instalações desses equipamentos dentro da sala, nos banheiros. No pátio, lado externo, é até admissível, discutível. Mas dentro da sala, jamais, isso é monitorar o professor, um risco a democracia.
Midiamax – É verdade que alguns professores estariam sendo pressionados a apoiar o atual governo?
Jaime Teixeira – Infelizmente, sim. É uma prática que repudiamos. Achávamos que essa imposição criada lá atrás, no período da Ditadura, tinha ficado para acabado. E como isso acontece e faz parte de um manifesto da Fetems? Por meio da “precarização” do contrato dos professores temporários, os chamados contratados. No governo anterior, foram feitos três concursos públicos, já esse governo não realizou nenhum. Com isso, aumentou o número de professores contratados que era de 5 mil até três anos atrás para 7,3 mil. E esses convocados são pressionados a fazer campanha pelo governo. Antes, o contratado entrava na escola por mérito, o currículo dele era examinado, agora não. Hoje, as contratações dos temporários são feitas conforme a vontade do diretor, uma norma que temos combatido. Como a maioria dos diretores de escola atua na campanha para o atual governador, os contratados, que não possuem garantias trabalhistas, acabam sofrendo pressão psicológica.
Midiamax – E o que a Fetems tem feito pela realização de concursos?
Jaime Teixeira – Entramos com mandado de segurança para o governo convocar os professores aprovados em um concurso, cujo prazo expirou recentemente. Conseguimos algumas vitórias, agora intensificamos nosso manifesto pelos concursos.
Midiamax – Como tem sido a relação da Fetems com a secretaria de Educação?
Jaime Teixeira – A relação continua conflitante, isso porque geralmente o secretário vira secretário por meio do cargo de confiança do governador. A partir daí ele [secretário] se investe de um poder que fica devendo obrigações ao governo e não a categoria. Ele precisa prestar conta ao governo, não aos professores. Discutimos isso há tempos, pela eleição direta para secretario, um meio de melhorar esse relacionamento. Hoje em dia há restrição devido ao estilo centralizador do governo atual. Sem autonomia fica mais difícil. O objetivo seria o mesmo. Hoje em dia tem coronel da Polícia Militar secretário de Educação, médico secretário.
Midiamax – A Fetems briga ainda por esse modelo, no caso a escolha do secretário de Educação por meio de eleição direta?
Jaime Teixeira – Nós vamos entregar uma pauta da Fetems que passa por este ponto no dia 31 deste mês aos candidatos ao governo, no dia do debate que nossa entidade vai promover. Somos contrários ao cargo de confiança. E vamos propor também mudanças nas eleições dos diretores de escolas. O atual governo modificou o processo eleitoral, ele criou uma prova aos candidatos antes da eleição. Ou seja, o candidato a diretor de escola passa por uma avaliação antes da eleição, isso não é uma eleição direta, é “meio direta”.
A reportagem quis ouvir ontem o governador Puccinelli, que estava viajando para a cidade de Dourados, por meio de sua assessoria, mas não conseguiu. As ligações feitas não foram atendidas.

Presidente Lula confirma participação em comício com Dilma e Zeca na Capital

Durante o lançamento, na noite desta sexta-feira (13), da candidatura de Vander Loubet (PT) para Deputado Federal, o candidato ao governo do estado, Zeca do PT, confirmou a vinda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para Mato Grosso do Sul no próximo dia 24.

Lula deve chegar logo pela manhã a Dourados. À tarde o presidente já estará na capital. A candidata petista a presidência, Dilma Rousseff, chega a Campo Grande no final da tarde. E, no mesmo dia à noite, Lula, Dilma e Zeca fazem o 1º comício juntos na capital.
Programação em Dourados
O presidente deve chegar a Dourados por volta das 9h30, seguindo direto para a sede da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), onde acontece uma cerimônia de entrega e anúncio de obras. Os detalhes da agenda foram acertados entre a reitoria da UFGD e o MEC (Ministério da Educação).
A cerimônia de entrega de obras está previamente marcada para as 10h do dia 24, uma terça-feira, em um palco a ser armado no estacionamento da Unidade II da UFGD, informou a assessoria de comunicação da universidade. Lula fará a entrega oficial de quatro obras executadas a partir de 2008 e que somaram investimentos de R$ 20 milhões: o anfiteatro, o restaurante universitário, a quadra poliesportiva e o Centro de Educação Infantil que atende filhos de alunos, servidores e moradores da região.

Na mesma cerimônia o presidente anuncia outras 15 obras.

Zeca diz que Puccinelli tem medo e foge de debates

Em Aquidauana, onde participa de diversas atividades políticas na manhã deste sábado (14), o candidato a governador Zeca do PT desafiou seu adversário André Puccinelli (PMDB) a encará-lo em debates.

“Por que o André foge do debate? Será que é porque tem medo de comparar os governos, da carapuça servir e o povo saber que as obras que existem em Mato Grosso do Sul são todas do governo Lula, com emendas do senador Delcídio e do deputado Vander?” indagou Zeca.

O candidato estranhou o fato de apenas a TV Morena, afiliada à Rede Globo de Televisão, ter mantido a programação de debate em Mato Grosso do Sul. A TV Guanandi, que fez entrevista, e a Rede Record MS declinaram de realizar debate.
“O único Estado do Centro-Oeste em que a Band não fez debate dia 12 foi Mato Grosso do Sul.

Por que isso? Acho muito suspeito. E a Record, que se orgulha de fazer debates no país todo, aqui não vai fazer. Por que isso? Me pergunto: quem ganha com isso? Está claro quem está fugindo do debate. E quem perde? É claro que é o eleitor, o telespectador.”

Na avaliação senador Delcídio do Amaral (PT) a vantagem da candidata à presidência da República pelo PT, Dilma Rousseff, nas pesquisas de intenção de voto vai puxar a candidatura de Zeca do PT ao governo do Estado e influenciar também na escolha dos candidatos ao Senado. Atualmente, ele e seu colega de chapa, o deputado federal Dagoberto Nogueira (PDT), lideram as pesquisa para o Senado.

Na avaliação senador Delcídio do Amaral (PT) a vantagem da candidata à presidência da República pelo PT, Dilma Rousseff, nas pesquisas de intenção de voto vai puxar a candidatura de Zeca do PT ao governo do Estado e influenciar também na escolha dos candidatos ao Senado. Atualmente, ele e seu colega de chapa, o deputado federal Dagoberto Nogueira (PDT), lideram as pesquisa para o Senado.


Conforme pesquisa instituto Datafolha divulgada ontem, Dilma tem 41% das intenções de voto, José Serra , do PSDB, tem 33% das intenções de voto e Marina Silva (PV) aparece em terceiro lugar com 10%. Como a margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, Serra pode ter entre 31% e 35% e Dilma, entre 39% e 43%, e Marina, entre 8% e 12%.
De acordo com senador Delcídio, o índice atribuído à Dilma pelo Datafolha já era esperado pela cúpula nacional do PT. “Reflete informação que a gente já tinha levantado em pesquisas internas”, explicou hoje pela manhã após gravar mensagens de TV para o aniversário de Campo Grande, em área no Bairro Bela Vista.
O senador avalia que a campanha de Zeca deve deslanchar assim que começar o horário eleitoral em rádio e televisão. Ontem, o Midiamax noticiou que Lula e Dilma já gravaram imagens para o programa do petista. “A Dilma traz o Lula o que reflete na nossa campanha majoritária”, afirma. “Depois o cara começa a crescer e vai embora”, aposta.
A vinculação com a figura de Lula tem sido o principal trunfo dos candidatos a governador do PT. O presidente tem atingido índices recordes de aceitação popular. Na última pesquisa Sensus encomendada pela CNT (Confederação Nacional dos Transportes) realizada entre 31 de julho e 2 de agosto, Lula aparece com aprovação pessoal de 80,5% e a aprovação do governo atinge 77,5%.
Para o senador, a campanha de Dilma tende a puxar as campanhas do PT no País inteiro em decorrência do bom desempenho do governo Lula. “O governo Lula vem muito bem. Tem um desempenho excepcional. As pessoas votam baseado na melhoria de vida e na perspectiva de um futuro melhor”, analisa o parlamentar.
Presente às gravações no Bairro Bela Vista, nesta manhã, o presidente regional do PT, Marcus Garcia, explicou que esta eleição tem um diferencial que garante o crescimento de Dilma nas pesquisas. “As pessoas têm uma sensação de bem estar. O Serra ainda não conseguiu provar que é capaz de manter esta sensação se for eleito”, avalia o dirigente.

Semana: Puccinelli proíbe Moka de "passar" Delcídio e Zeca garante vinda de Lula no dia 24

E você está proibido de ultrapassar o nosso senador Delcídio”. Diferente do que se pode supor a frase não partiu da boca de um petista, mas sim do governador André Puccinelli (PMDB) dirigida ao deputado federal, Waldemir Moka (PMDB), que concorre ao Senado, durante evento em Corumbá terra do senador petista.


A declaração polêmica foi gravada no mesmo evento em que o governador prometeu dobrar o número de famílias atendidas pelo Vale Renda condicionando a promessa à eleição de um candidato que apóia para deputado estadual, fato noticiado pelo Midiamax na semana anterior.
Nesta semana, o governador foi alvo ainda de outras polêmicas. Na Assembléia Legislativa, deputados do PT o acusaram de compra de votos e perseguição eleitoral. A reportagem flagrou repartições públicas vazias em pleno horário de expediente. Os servidores foram convocados para reunião política na sede do PMDB.
Vazias também estão as sessões na Assembléia, mas nem por isso menos apimentadas. Em plena quinta-feira, dia 12, na presença de apenas quatro colegas os deputados estaduais Paulo Corrêa (PR) e Ivan de Almeida (PR) trocaram farpas em público. O motivo é antigo: o avanço das construções da empresa Plaenge no Parque dos Poderes.
Do lado petista, a semana foi de euforia. O candidato ao governo Zeca do PT confirmou a vinda do presidente Lula e da candidata à presidência, Dilma Rousseff, ao Estado no dia 24 para agenda em Dourados, pela manhã, e Campo Grande, à tarde.
Puccinelli, um delcidista?
A atitude de Puccinelli, em Corumbá, de brincar vinculando Moka a Delcídio, mais uma vez excluiu o outro candidato ao Senado de sua chapa: o vice-governador Murilo Zauith (DEM). Vale ressaltar que na primeira vez que isso aconteceu, em manifestação do governador, em Três Lagoas, Murilo anunciou desistência da candidatura e quase rompeu com o governador.
Mas, desta vez, adotou outro tom. Mesmo admitindo que o assunto é grave, Murilo foi comedido. Segundo ele, as declarações de Puccinelli, poderiam ter sido uma tentativa do governador de "fazer média" com Delcídio no reduto eleitoral do petista. “Eu tenho que tocar minha vida. Não vou mexer no meu astral", minimizou o vice-governador.
Compra de votos e perseguições contra 'Paulo do Mal'
No plenário da Assembléia, os deputados do PT acusaram Puccinelli de compra de votos, perseguição eleitoral e de constranger servidores públicos a apoiarem candidatos de sua coligação.
A acusação de compra de votos partiu do deputado estadual Paulo Duarte (PT) em análise a um episódio já mencionado nesta matéria, a declaração dada pelo governador em Corumbá (terra natal do petista) prometendo ampliar o número de beneficiários do programa Vale Renda caso candidato a deputado estadual, Oséas Ohara, que ele apoia no município, se eleja.
“Eu quero continuar com o Vale Renda, que tem 2500 famílias cadastradas. Mas... Se... Se o Oséas se eleger, e depende de vocês, esse número pode dobrar”, condicionou durante discurso gravado em vídeo divulgado pelo Midiamax.
O deputado Duarte se indignou. “Se isso não é uma compra de votos, não sei mais o que é”, disse. O parlamentar afirma que tem sido perseguido eleitoralmente pelo governador. “Ele me chama de Paulo do Mal e pede às pessoas para não votarem em mim”, relatou.
Outro petista que também afirmou conhecer indícios de irregularidades praticadas pelo grupo do governador nesta campanha foi Pedro Kemp. Segundo ele, há um e-mail sendo distribuído a servidores da área da Educação que convocam servidores para reuniões políticas de candidatos ligados a Puccinelli. Kemp revelou que está juntando o material encaminhado para detalhar o assunto com mais subsídio.
Tem alguém aí?
Quem esteve na Sema (Secretaria Estadual de Meio Ambiente), no Parque dos Poderes, na quarta-feira, dia 10, se deparou com a repartição vazia. Os servidores teriam sido convocados por Puccinelli para reunião na sede do PMDB, na Avenida Mato Grosso.
Nas instalações do Instituto Pantanal e do Imasul, salas vazias e portas abertas davam o ar de abandono. A reportagem esteve nos dois órgãos por volta de 16h15 e pode andar livremente pelos corredores e salas onde telefones tocavam sem servidores para atender.
Na sede do PMDB, a reportagem teve acesso à sala onde o governador se preparava para conversar com uma platéia de aproximadamente 80 funcionários públicos. Segundo alguns que estavam na parte externa do diretório, a maioria eram servidores que ocupam cargos comissionados e foram "convocados para a conversa".
O governador confirmou que na platéia era formada por servidores e informou que a reportagem devia se retirar, já que a reunião era reservada. Ele ainda determinou que todas as portas do diretório fossem fechadas e foi imediatamente atendido.
Deputados não querem trabalhar na quinta-feira
“Eles estão com a cabeça nas eleições”, admite o presidente da Assembléia Legislativa, Jerson Domingos (PMDB), sem conseguir esconder a baixa produtividade dos parlamentares e as faltas crescentes.
Preocupados em manter sua vaga na Casa, os deputados deram início a movimento de bastidores para mudar os dias das sessões plenárias da Assembleia, atualmente de terça a quinta-feira. Uma das hipóteses levantadas pelos próprios parlamentares é passar a sessão de quinta para segunda-feira.
Há até quem defenda realizar apenas duas sessões por semana, hipótese, por enquanto, rejeitada pela maioria dos parlamentares. Fechar o Parlamento em dia de semana pode ser um risco muito grande para a imagem de quem busca a reeleição.
Não sou leigo, não senhor!
Numa quinta-feira com baixo comparecimento de deputados, a sessão plenária tinha tudo para terminar em minutos e sem produzir qualquer fato que merecesse registro. Mas, os deputados Paulo Corrêa (PR) e Ivan de Almeida (PRTB) mudaram o quadro. Os dois trocaram farpas ficando no limite das ofensas pessoais.
Corrêa discursava na tribuna sobre projeto de lei de sua autoria que cria mecanismos para que obras a serem construídas no Estado não agridam ao meio ambiente. Em aparte, Ivan de Almeida que cobrou atitude do MP diante excesso de construções da Plaenge às margens de córregos na Capital.
Engenheiro civil, Corrêa discordou do colega e citou que ele “não entendia de engenharia”. “Posso não entender de segurança pública, mas de engenharia eu entendo (...) Se tem alguém aqui com problemas pessoais com a Plaenge não vou entrar neste mérito”, disse.
De volta ao microfone de apartes, Ivan se pôs a detalhar seu currículo. “Sou administrador com mestrado e atuante. Me graduei no Exército e fiz mestrado na universidade federal, fora o MBA. Eu não sou leigo. Fui chefe da Polícia Militar que comanda a PMA [Polícia Militar Ambiental]. Já fiscalizávamos esta questão [construções perto de córregos] (...) Hoje não há mais beleza natural no Parque dos Poderes. Só tem prédios. Em relação ao meio ambiente a Plaenge causa muito mal a Campo Grande”, disse.
Ivan aumentou a tensão no local ao reiterar acusações que ele já havia feito anteriormente contra a empresa. “É que aqui [a Plaenge] tem privilégios, [alguém] recebe vai lá e cede. Não vou citar nomes porque eu não tenho provas”, mencionou deixando o microfone.
Mais uma vez Corrêa discordou. “Não incorporo vosso aparte. Se tem algum culpado pela existência de prédios no Parque dos Poderes é a prefeitura de Campo Grande”, citou. “Respeito o senhor, mas tem que tirar do quesito emocional. Se está dizendo que tem alguém que foi beneficiado com falcatruas tem que ter provas”, disse.
Lula vem e Dilma também
Era noite de sexta-feira, 13 de agosto. Ressaltando, sexta 13, bem ao gosto dos petistas, quando o ex-governador que busca um terceiro mandato na chefia do Estado, Zeca do PT, fez uma esperada confirmação. Lula vem no dia 24 de agosto para cumprir agenda em Dourados e Campo Grande.
Lula deve chegar logo pela manhã a Dourados. À tarde o presidente já estará na capital. A candidata petista a presidência, Dilma Rousseff, chega a Campo Grande no final da tarde. E, no mesmo dia à noite, Lula, Dilma e Zeca fazem o 1º comício juntos na capital.
Lula e Dilma, inclusive, já gravaram para o programa eleitoral de Zeca do PT que vai ar a partir de quarta-feira, dia 18. O teor das declarações é mantido em sigilo, mas estima-se que o presidente tenha contribuído com a tentativa de vincular o ex-governador a sua imagem, hoje com índices recordes de popularidade.