terça-feira, 28 de junho de 2011

Ressarcimentos de planos de saúde ao SUS batem recorde

O valor pago por operadoras de planos de saúde ao Sistema Único de Saúde (SUS) pelo atendimento dos segurados em hospitais da rede pública bateu recorde no primeiro semestre deste ano. De acordo com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, os ressarcimentos ao SUS somaram R$ 25 milhões até agora, mais do que o total recebido pelo SUS entre 2008 e 2010.
Os planos de saúde devem ressarcir o SUS sempre que um dos seus clientes é atendido pela rede pública, e não por médicos e hospitais conveniados. Padilha disse que esses pagamentos estavam sendo feitos em ritmo lento. O governo, porém, pretende acelerar as cobranças “Queremos um ressarcimento crescente e, para isso, é fundamental o ajuste de um sistema de informação”, disse Padilha após participar da abertura da 16ª Conferência Municipal de Saúde de São Paulo.
Padilha informou que o Ministério da Saúde está trabalhando com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que regula o funcionamento dos planos de saúde, para obter dados sobre todos os atendimentos a clientes das operadoras feitos pelo SUS. Ele disse que uma resolução da ANS já prevê que as guias de atendimento dos clientes de planos indiquem também a identificação deles no sistema do SUS, justamente para facilitar o ressarcimento.
“Isso [a resolução] vai ser um ganho para o SUS, mas também para os planos de saúde”, disse Padilha. “Na medida que você integra o sistema de informação do SUS com o dos planos, os planos também passam a ter informações dos seus clientes quando eles passam pelo SUS.”
De acordo com Padilha, existem hoje mais de 45 milhões de usuários de planos de saúde no país. Em alguns locais, até 90% dos procedimentos de alta complexidade aos quais esses pacientes são submetidos são feitos pelo SUS.

Mortalidade infantil

A mortalidade infantil no Brasil está em queda acentuada desde 1990, quando passou de 47,1 óbitos a cada mil bebês nascidos vivos para 19,3 a cada mil em 2007. Com a redução de 59% do número de mortes em menos de 20 anos, o país deve atingir, em 2012, a quarta meta dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU). A entidade considera aceitável o número de 14,4 mortes por mil nascidos vivos.
Entre as causas do declínio do óbito de crianças no Brasil estão a ampliação das campanhas de vacinação, maior cobertura do pré-natal, redução da taxa de fecundidade, melhoria dos serviços de saúde, aumento do aleitamento materno e do grau de escolaridade das mães.
Aproximadamente 70% das mortes de recém-nascidos poderiam ser evitadas se as mulheres recebessem maior orientação no pré-natal e parto. Em 2004, o governo federal lançou o Pacto Nacional pela Redução da Mortalidade Materna e Neonatal, iniciativa que envolve gestores das esferas federal, estadual e municipal, sociedade civil, universidades e sociedades médicas.
Entre as principais ações realizadas pelo Estado Brasileiro está a implantação de comitês para identificar as circunstâncias dos óbitos maternos e propor ações para reduzir as ocorrências, a notificação compulsória do óbito materno, a publicação da lei que garante o direito da gestante à presença de acompanhante durante o parto no âmbito do SUS, o incentivo ao parto normal, a eliminação da sífilis na gestação e sífilis congênita e a redução da transmissão do HIV.
A avaliação das ações realizadas pelos parceiros do Pacto Nacional é feita pela Comissão Nacional de Monitoramento e Avaliação, composta por 37 representações do governo federal e sociedade civil. Cabe ao órgão também propor ações, diretrizes e princípios éticos para o programa e acompanhar ações dos gestores nas três esferas de governo.
O Pacto pela Redução da Mortalidade Infantil é um compromisso do Estado brasileiro para acelerar a redução das desigualdades no Nordeste e na Amazônia Legal. A proposta é reduzir em, no mínimo, 5% ao ano a mortalidade infantil (crianças menores de 1 ano de idade), especialmente o neonatal (até 27 dias de nascido), nos anos de 2009 e 2010.
As ações desenvolvidas serão concentradas em 250 cidades. São 154 municípios prioritários em oito estados do Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe) e 96 municípios prioritários em nove estados da Amazônia Legal (Amapá, Acre, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Roraima, Rondônia e Tocantins). Além da saúde da mulher e criança, nessas áreas os objetivos são diminuir o analfabetismo e fortalecer a agricultura familiar.

Combate à dengue

A dengue é um dos principais problemas de saúde pública não apenas no Brasil, mas em todo o mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), entre 50 milhões e 100 milhões de pessoas são infectadas anualmente em mais de 100 países de todos os continentes, exceto a Europa. No Brasil, as condições socioambientais favoráveis à expansão do mosquito Aedes aegypti possibilitaram a dispersão do vetor desde sua reintrodução no país, em 1976. Desde então, o mosquito transmissor da
dengue mostrou altíssima capacidade de adaptação ao ambiente criado pela urbanização acelerada e pelos novos hábitos da população.
Em 1996, o Ministério da Saúde propôs o Programa de Erradicação do Aedes aegypti (PEAa). Ao longo do processo de implantação desse programa, observou-se a inviabilidade técnica de erradicação do mosquito no curto e médio prazo. O PEAa, mesmo não atingindo seus objetivos, teve méritos ao propor a necessidade de atuação multissetorial e prever um modelo descentralizado de combate à doença, com a participação das três esferas de governo: Federal, Estadual e Municipal.
Os resultados obtidos no Brasil e o próprio panorama internacional, onde inexistem evidências da viabilidade de uma política de erradicação do vetor no curto prazo, levaram o Ministério da Saúde a fazer uma nova avaliação dos avanços e das limitações. O objetivo era estabelecer um novo programa que incorporasse elementos como a mobilização social e a participação comunitária. Tais ações são indispensáveis para responder de forma adequada a um vetor altamente domiciliado.
Na década de 90, o surgimento e a rápida disseminação da dengue tipo 3 evidenciaram a facilidade para a circulação de novos tipos do vírus com as multidões que se deslocam diariamente. Esses eventos ressaltaram a possibilidade de ocorrência de novas epidemias de dengue. Nesse cenário epidemiológico, tornou-se necessário intensificar o conjunto de ações que vinham sendo realizadas e outras a ser elaboradas.
O Ministério da Saúde implantou ações permanentes de combate à doença, o desenvolvimento de campanhas de informação e mobilização social, o fortalecimento da vigilância epidemiológica e entomológica para detectar antecipadamente surtos da doença e o desenvolvimento de instrumentos mais eficazes de acompanhamento e supervisão das ações desenvolvidas pelo Ministério da Saúde.
Doença e prevenção



A dengue é uma doença febril aguda causada por um vírus de evolução benigna na maioria dos casos. Seu principal vetor é o mosquito Aedes aegypti, que se desenvolve em áreas tropicais e subtropicais. O vírus causador da doença possui quatro sorotipos: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. Quando infectada, a pessoa fica imunizada de forma definitiva contra o tipo de vírus que contraiu e temporariamente contra os outros três. Existem duas formas de dengue: a clássica e a hemorrágica. A primeira geralmente apresenta como sintomas febre, dor de cabeça, dor no corpo, nas articulações e por trás dos olhos, podendo afetar crianças e adultos, mas raramente mata. A dengue hemorrágica é a forma mais severa da doença, pois, além dos sintomas citados, é possível ocorrer sangramento, ocasionalmente choque e óbito.
O grande problema para combater o mosquito Aedes aegypti é que sua reprodução ocorre em qualquer recipiente utilizado para armazenar água, tanto em áreas sombrias como ensolaradas. A prevenção e as medidas de combate exigem a participação e a mobilização de toda a comunidade, com a adoção de medidas simples, como evitar o acúmulo de água limpa nas casas, visando à interrupção do ciclo de transmissão e contaminação.
Caso contrário, as ações isoladas poderão ser insuficientes para acabar com os focos da doença. Na eventualidade de uma epidemia de dengue em uma comunidade ou em um município, há a necessidade de executar medidas de controle, como o uso de inseticidas aplicados por carro-fumacê ou nebulização, para diminuir o número de mosquitos adultos transmissores e interromper a disseminação da epidemia.


Banco de leite

O leite humano é essencial para proteger recém-nascidos porque alimenta e protege contra diarréia, infecções respiratórias, diabetes e alergias. Para garantir o leite materno a bebês cujas mães não podem amamentar, foram criados em todo país os Bancos de Leite Humano. Eles recebem, pasteurizam e distribuem o leite para as crianças internadas em unidades neonatais. O Brasil possui a maior rede de Bancos de Leite Humano do mundo, reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Ações coordenadas, pesquisa e desenvolvimento tecnológico reduzem custos operacionais e garantem o padrão de qualidade. Em todo Brasil, os procedimentos executados nos Bancos de Leite Humano são supervisionados pela Vigilância Sanitária dos Estados e Municípios e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Todos os processos foram validados pelo Centro de Referência Nacional, instalado no Instituto Fernandes Figueira - Fundação Oswaldo Cruz-, que há duas décadas trabalha no campo da investigação científica e do desenvolvimento tecnológico.
Toda mulher saudável, com excesso de leite e que não usa medicamentos que impeçam a doação pode contribuir. O leite humano doado, após passar por processo que envolve seleção, classificação e pasteurização, é distribuído aos hospitais.
Como preparar o frasco para coletar o leite humano?
• Escolha um frasco de vidro com tampa plástica, pode ser de café solúvel ou maionese;
• Retire o rótulo e o papelão que fica sob a tampa e lave com água e sabão, enxaguando bem;
• Em seguida, coloque em uma panela o vidro e a tampa e cubra com água, deixando ferver por 15 minutos (conte o tempo a partir do início da fervura);
• Escorra a água da panela e coloque o frasco e a tampa para secar de boca para baixo em um pano limpo;
• Deixe escorrer a água do frasco e da tampa. Não enxugue;
• Você poderá usar quando estiver seco.
Como se preparar para retirar o leite humano (ordenhar)?
O leite deve ser retirado após o bebê mamar ou quando as mamas estiverem cheias. Ao retirar o leite, é importante seguir algumas recomendações:
• Escolha um lugar limpo, tranquilo e longe de animais;
• Prenda e cubra os cabelos com uma touca ou lenço;
• Evite conversar durante a retirada do leite ou utilize uma máscara ou fralda cobrindo o nariz e a boca;
• Lave as mãos e antebraços com água e sabão e seque em uma toalha limpa.
Como guardar o leite retirado para doação?
O frasco com o leite retirado deve ser armazenado no congelador ou freezer. Na próxima vez que for retirar o leite, um novo recipiente esterilizado deve ser usado.O leite pode ficar armazenado congelado por até 15 dias.

Programas e campanhas

O número de doadores de órgãos no Brasil cresce cada dia e, com ele, o índice de transplantes realizados no país. Atualmente, o programa público nacional de transplantes de órgãos e tecidos é um dos maiores do mundo. Para ser doador, não é necessário deixar documento por escrito. Cabe aos familiares autorizar a retirada, após a constatação da morte encefálica. Neste quadro, não há mais funções vitais e a parada cardíaca é inevitável.
Embora ainda haja batimentos cardíacos, a pessoa com morte cerebral não pode respirar sem ajuda de aparelhos. O processo de retirada dos órgãos pode ser acompanhado por um médico de confiança da família. É fundamental que os órgãos sejam aproveitados enquanto há circulação sangüínea para irrigá-los. Mas se o coração parar, somente as córneas poderão ser aproveitadas.
Quando um doador efetivo é reconhecido, as centrais de transplantes das secretarias estaduais de saúde são comunicadas. Apenas elas têm acesso aos cadastros técnicos de pessoas que estão na fila. Além da ordem da lista, a escolha do receptor será definida pelos exames de compatibilidade com o doador. Por isso, nem sempre o primeiro da fila é o próximo a ser beneficiado. As centrais controlam todo o processo, coibindo o comércio ilegal de órgãos.
Divulgação/Ministério da Saúde
AmpliarCampanha de incentivo à doação de órgãosPara ser doador é preciso:
• Ter identificação e registro hospitalar;
• Ter a causa do coma estabelecida e conhecida;
• Não apresentar hipotermia (temperatura do corpo inferior a 35ºC), hipotensão arterial ou estar sob efeitos de drogas depressoras do Sistema Nervoso Central;
• Passar por dois exames neurológicos que avaliem o estado do tronco cerebral. Esses exames devem ser realizados por dois médicos não participantes das equipes de captação e de transplante
 • Submeter o paciente a exame complementar que demonstre morte encefálica, caracterizada pela ausência de fluxo sangüíneo em quantidade necessária no cérebro, além de inatividade elétrica e metabólica cerebral;
• Estar comprovada a morte encefálica. Situação bem diferente do coma, quando as células do cérebro estão vivas, respirando e se alimentando, mesmo que com dificuldade ou um pouco debilitadas.
Observação: Após diagnosticada a morte encefálica, o médico do paciente, da Unidade de Terapia Intensiva ou da equipe de captação de órgãos deve informar de forma clara e objetiva que a pessoa está morta e que, nesta situação, os órgãos podem ser doados para transplante.

Governo do Estado privatiza serviços do Hospital Regional com recursos do SUS

Ao mesmo tempo em que o governo estadual aumentou o volume e o valor dos contratos com empresas privadas que executam os serviços terceirizados de saúde do Hospital Regional Rosa Pedrossian, os seus resultados do HR declinaram.
É o que indicam estatísticas de atendimento divulgadas no próprio site do HR versus os valores dos contratos de terceirizados publicados no Diário Oficial do MS.
As informações disponibilizadas pela direção do hospital confirmam que a situação do atendimento em algumas especialidades tem precariedade maior. É o caso da emergência pediátrica, realizada no pronto atendimento. Os números demonstram uma redução drástica no atendimento às crianças da emergência pediátrica.
Em janeiro deste ano, os atendimentos já eram poucos, apenas 23 casos. Em fevereiro foram 26. Mas em março, o parco número de atendimentos caiu para um inacreditável único caso. E em abril foram apenas três casos.
Em oncologia pediátrica, não há médicos listados, bem como na neurologia pediátrica. Mas não só as crianças sofrem com o problema. No site do HR, o item "Diagnóstico e Tratamento em Quimioterapia" está riscado.
No ambulatório ortopédico, apenas dois médicos estão listados no site do HR para atender uma demanda crescente em todo o estado – acidentes com motos. E nos tratamentos, não adianta esperar por um eletroencefalograma, porque o procedimento não existe, segundo a divulgação do hospital.
Terceirizados passaram a ganhar mais no mesmo período
A começar pela gestão do HR, controlada pela SPDM, que responde processos movidos pelo Ministério Público Federal de São Paulo, Tribunal de Contas da capital paulista e Tribunal de Contas da União, muitos outros serviços essenciais do hospital estão nas mãos de empresas privadas.
Arquivo, limpeza, esterilização, exames e laboratório são feitos por empresas com altos contratos, comumente aditivados, e que na prática substituem o corpo de funcionários do hospital e reduzem a sua capacitação.
Comentando os efeitos da terceirização nos serviços de saúde públicos de Mato Grosso do Sul, especificamente sobre a Oncologia do HR, o procurador dos Direitos do Cidadão, Felipe Fritz Braga, foi efusivo. "Porque não houve investimento na área pública? Derramam-se recursos vultosos na rede privada de saúde - e aí incluo as instituições filantrópicas, como Hospital do Câncer e também Santa Casa - mas pouco se aplica, em termos proporcionais, nos hospitais públicos". O procurador se referia à fila de radiologia, que no final de 2010 tinha 166 pacientes em espera pelo tratamento.
Em outubro do ano passado, o HR aprofundou um processo de redução de custos do hospital, por decisão do governador André Puccinelli, que alegou necessidades de cumprir com a Lei de Responsabilidade Fiscal.
No entanto, os contratos com empresas que assumiram os serviços do HR aumentaram. Um exemplo claro é o sistema de arquivos do Hospital, tanto de prontuários como de medicamentos e próteses. O HR tinha uma unidade própria, mas desde 2009 quem responde por esses serviços é a empresa Arquivoteca, de propriedade de Gilmar França dos Santos e Alberto Raghiante Junior.
Contratada sem licitação por "notória especialidade", a Arquivoteca recebeu em 2008, segundo o Diário Oficial do Estado, de 13 de dezembro de 2008, o valor de R$188.280,00. Em 2 de junho de 2010, o mesmo contrato passou para R$ 475.200,00 anuais.
Outra empresa dos mesmos proprietários, a Stock Service Armazenagem de Suprimentos e Objetos Ltda, foi também contratada para gestão e armazenamento de insumos e medicamentos diversos, também sem licitação, por "notória especialidade". O contrato assinado com a Fundação de Saúde foi firmado em 2 de maio por R$ 900.000,00 relativos a um período de 12 meses de serviços. Nesse mês de junho, segundo o portal Transparência, do governo do MS, as duas empresas receberam R$ 257.100,00.
A reportagem do Midiamax procurou os proprietários das duas empresas para saber quantos volumes do HR guardam em seus estabelecimentos, mas os proprietários responderam que cláusulas de confidencialidade não permitiam divulgação. Gilmar França apenas se limitou a dizer que "os contratos com o Estado são poucos".
Do lado de fora da Stock Service, em dias diferentes, a reportagem constatou pilhas com caixa de insumos clínicos sob o sol intenso. No entanto, pelos menos motivos, alegados pelos proprietários, não pode constatar se estavam cheias ou vazias. Algumas aparentavam ter o lacre dos fabricantes ainda intacto.

Professores de Bela Vista definem se entram em greve nesta terça-feira

Os cerca de 300 professores da rede municipal da cidade Bela Vista, a 356 km, na fronteira com o Paraguai, definem em assembleia marcada para as 14 horas desta terça-feira se aderem à greve, ou não. Eles iam conversar com o prefeito Chico Maia, do PT, pela manhã, mas não foram atendidos, segundo o presidente do Sinted (Sindicato dos Trabalhadores na Educação) da região, Elder Basso.
Os professores brigam pela imposição do piso nacional, já reconhecido por lei federal. Basso disse que o prefeito considerou a regra somente a parte dos professores. O salário da outra parte magistério local foi congelada, segundo o sindicalista.
Basso disse ainda que a categoria suspendeu as aulas hoje porque haviam agendado a audiência com o prefeito. “Ele [Chico Maia] disse por telefone que a reunião não tinha sido marcada, mas nós fizemos isso no dia 21 passado, por meio de ofício. Na realidade, ele não quis nos atender”, disse Basso.
O presidente da Fetems (Federação dos Trabalhadores na Educação de Mato Grosso do Sul), Jaime Teixeira e o secretário de Finanças da entidade, Roberto Magno Botareli Cesar, acompanham as negociações.
O prefeito ainda não se manifestou oficialmente quanto à possibilidade de greve. “Pelo telefone, o prefeito que podemos protestar e entrar em greve”, afirmou Basso.

Candidatura de Márcia à reeleição tem resistência até no PMDB de Três Lagoas

A sucessão municipal já agita os bastidores políticos de Três Lagoas, a 332 quilômetros de Campo Grande. Enquanto algumas candidaturas já se consolidam, como a do vereador Ângelo Guerreiro (PDT), outros partidos devem ter disputa interna acirrada.
É o caso do PMDB, partido da atual prefeita, Márcia Moura, que assumiu a prefeitura após a prefeita eleita, Simone Tebet (PMDB), deixar o cargo para ser vice-governadora. Mesmo entre os peemedebistas há resistência à tentativa de reeleição de Márcia.
O vereador Jorge Martinho (PMDB) diz que a candidatura da atual prefeita para reassumir o cargo deve ser estudada com cautela, porque os votos da eleição passada foram destinados à Simone. "Ela não teve voto para estar aonde está. Acho muito difícil uma candidatura dentro dessa realidade", analisa.
Segundo o peemedebista, o desempenho da prefeita também prejudica os projetos de reeleição. "A Márcia perdeu a oportunidade de mostrar o seu trabalho, de se impor. Acredito que ela tem todas as condições de fazer uma boa gestão, mas uma prefeita não pode ser apenas “copiloto” na Prefeitura de Três Lagoas”, afirmou.
Martinho se refere à intervenção exagerada que acha existir da atual vice-governadora Simone sobre a ex-vice-prefeita.
O presidente do diretório do PMDB, José Paulo Rimoli, acha muito cedo para decidir quem irá disputar as eleições pelo partido, mas admite que o nome de Márcia não está confirmado. “Fica muito difícil apontar um nome agora. Não posso dizer se será a Márcia. Na linha natural é ela, mas em seis meses tudo pode mudar”, explicou.
Outros partidos
Enquanto a indefinição continua no PMDB, outros partidos tentam adiantar o processo. Um dos políticos que já se declara pré-candidato, Ângelo Guerreiro (PDT), é disputado entre um partido da base aliada ao governo e a sua atual sigla partidária. Também há membro do PMDB afirmando que o partido deveria apoiá-lo.
Segundo a presidente do diretório do PSDB, em Três Lagoas, Fátima Montanha, o convite já foi feito para que Ângelo Guerreiro dispute a Prefeitura do Município pelo PSDB.
“Apesar de ser muito cedo, o PSDB vem buscando se estruturar, viabilizar uma candidatura própria. Convidamos o Ângelo Guerreiro para ingressar no PSDB, mas não há nada definido. Com a reforma política, estamos avaliando todas as possibilidades, mesmo diante do fato de que sempre caminhamos ao lado do PMDB”, afirmou.
O pedetista, que também é presidente do PDT na Cidade, revela que o convite partiu do próprio Reinaldo Azambuja (PSDB), mas até o momento a idéia é permanecer no PDT e disputar a prefeitura pela sigla.
"O projeto para disputar a Prefeitura de Três Lagoas, por enquanto, é pelo PDT. Entretanto, algumas alterações podem ser feitas até setembro. Temos buscado fazer os elos de costura normais na política, mas estamos tomando cuidado, pois o sucesso, de uma negociação sobre coligações e apoios, depende do sigilo. Dessa forma, prevenimos a interferência negativa de outros partidos”, explicou.
O vereador Jorge Martinho (PMDB) chegou a cogitar que o partido da atual prefeita deveria apoiar Guerreiro nas próximas eleições. “Na eleição de Simone Tebet (PMDB), o PDT era um de nossos aliados. Acredito que o partido deveria avaliar essa possibilidade. Afinal, porque não conceder a oportunidade para quem nos apoiou anteriormente?”.
Já o PSL e o PRP pretendem lançar candidatura própria nas próximas eleições. Os presidentes dos diretórios municipais são os nomes mais cotados para a disputa.
No PSL, Salus Nunes da Silva, diretor executivo do Sindicato dos Empregados de Papel e Celulose, espera que o grande contingente de pessoas vindas de outros municípios para trabalharem nas empresas deste ramo, em Três Lagoas, se converta em votos.
“Temos contato direto com muita gente que veio de fora, mas agora vota no Município. Membros de uma igreja evangélica também sinalizaram o apoio. Dessa forma, esperamos que nossa candidatura já nasça forte”.
O PRP se diz fortalecido para disputar a cadeira do executivo na Cidade. “Nós estamos em condições para lançar candidatura própria. Já fui candidato nas últimas eleições, mas agora nosso partido se fortaleceu. É possível que eu saia novamente no ano que vem”, informou Luis Antonio Silva Martins (Tidico), presidente do diretório do PRP, em Três Lagoas.
Indefinidos
Entre as demais siglas partidárias, Luiz Akira, presidente do diretório do DEM, no município, afirmou que nada está definido. “A idéia é fortalecer o partido através de uma candidatura própria, mas ainda não analisamos os possíveis nomes que poderiam disputar o executivo, nem aqueles que pleitearão vagas no legislativo. Contudo, não descartamos a hipótese de coligarmos em outras legendas. Tudo depende dos acordos que serão efetuados até setembro”.
No PT, há três nomes com possibilidades, porém também não há descarte de um possível apoio a candidato de outro partido. “Temos o Marco Lúcio Trajano dos Santos, a professora Iara Neves e o Gilmar Tosta como opções. Assim como poderemos apoiar candidato de outro partido, desde que seu plano de governo contenha ações às quais o PT considera como fundamentais para uma boa administração, principalmente nos setores da saúde e da educação”, explicou Nivaldo Gonçalves dos Reis, presidente do diretório Municipal.
Possíveis coligados
Tanto o PP quanto o PPS alegam não ter a intenção de lançar candidatura própria para o executivo de Três Lagoas.
Amilton Aparecido da Silva, presidente do diretório do PP, disse que o partido cogita uma coligação. “Nós iremos apoiar alguém. A Regional do PP, no Estado, ainda não entrou em contato sobre esse assunto. Porém já posso adiantar, no meu caso, que não farei oposição à atual Prefeita”.
De acordo com o presidente do PPS, na Cidade, Milton Gomes Silveira, a decisão final será do colegiado. “Hoje não temos nenhum nome em análise. Só se aparecer alguém até setembro. O colegiado irá, em momento oportuno, se reunir para deliberar sobre o assunto”.
O PR e o PRB sinalizaram que nada está definido, mas tendem a ingressar em coligações com outros partidos.
Os demais cinco partidos – PHS, PMN, PSC, PSOL e PV, com cadastro ativo no Tribunal Regional Eleitoral (TRE/MS), com diretórios em Três Lagoas, mas ainda sem representação eletiva, não foram localizados pela reportagem para falar sobre os planos para 2012.