terça-feira, 18 de outubro de 2011

Exceto Delcídio, bancada luta por mais recursos do pré-sal para Mato Grosso do Sul

As discussões sobre a distribuição dos royalties do petróleo ganharam forma e se ampliaram com o pré-sal, que para muitos parlamentares é um patrimônio dos brasileiros, para uma minoria deve continuar nas mãos dos estados produtores.
Em Mato Grosso do Sul a discussão ecoou e a bancada federal se posiciona a favor de uma distribuição para todos os 5.565 municípios, uma forma de beneficiar também o nosso estado com mais recursos.
Na contramão de Mato Grosso do Sul, o senador Delcídio do Amaral (PT), se pronunciou dando apoio aos estados produtores, prejudicando as possibilidades de mais recursos para o estado. A divergência segue e outro senador sul-mato-grossense, Waldemir Moka (PMDB), se mostrou favorável a distribuição aos municípios, independente se produtores, com início já em 2012.
Para o senador Antônio Russo (PR), os direitos adquiridos pelos estados produtores, Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo devem ser mantidos. “Acho fundamental garantir a divisão dos recursos para os estados não produtores, assim como foi definido no relatório do senador Vital do Rêgo (PMDB-PB)”.
Aparentemente unida, a bancada federal de Mato Grosso do Sul afinou o discurso e se posicionou para que o estado passasse a receber mais este recurso, de forma que investimentos sejam realizados para o benefício da população.
E, a bandeira de que o petróleo encontrado na camada pré-sal é propriedade de todos os brasileiros tem o apoio dos deputados federais de MS, mesmo contrariando algumas declarações de Delcídio, que chegou a dar apoio aos estados produtores.
Definição
O deputado Geraldo Resende (PMDB) espera que a definição inclua todos os estados no rateio destes recursos. “Uma alternativa seria a questão do percentual, mas é um recurso natural de todo o país, da nação brasileira”, enfocou.
Resende tem defendido que não fique restrito aos municípios e estados produtores, seja distribuído para todos. “É para todas as unidades da federação e acredito que haverá um acordo até o final do mês”.
Vander Loubet (PT) é bastante claro. “Nossa posição é aquela que os royalties é patrimônio da União, mas com o pré-sal uma nova distribuição deve ser realizada”.
Para o deputado Vander o ideal é que haja o acordo e que Mato Grosso do Sul também seja contemplado, assim como os outros estados não produtores. “Espero um acordo que ajude ao Brasil”, avaliou.
Vander acredita que as discussões caminham para o entendimento. “Os estados produtores são isolados, os não produtores são maioria”.
O parlamentar destacou que os recursos do pré-sal também são importantes para o Mato Grosso do Sul. “É uma receita a mais. Quanto mais receita, maior a capacidade de investimento e isso é bom, independente de quem está no governo”, enfocou.
Riqueza
O deputado Antônio Carlos Biffi (PT) é enfático ao falar do pré-sal. “Primeiro, o pré-sal não pode ficar para os estados que se dizem produtores, pois é uma riqueza do país”. E justificou: “Aos produtores deve ser dado um percentual maior, em razão do desgaste”.
Biffi vai mais além e lembra que há mais para se definir. “Queria que fosse discutido, pois esta riqueza não pode ser simplesmente dos estados e municípios. Isso tem data para terminar e precisamos de projetos que proporcione condições de vida melhor para a população”.
O deputado petista ressaltou a necessidade de um controle social dos recursos oriundos do pré-sal. “A União deve ficar com a parte do leão e reverter em educação, ciência e tecnologia”.
De acordo com o deputado, essa riqueza precisa de proteção. “Sem um programa específico essa riqueza com certeza será usada para fins que a população desconhece”.
Para Biffi, 50% dos recursos deverão ser destinados à educação e o restante em ciência e tecnologia. “A nação precisa ter claro, pois muitas cidades que possuem os royalties não proporcionaram melhorias na qualidade de vida e é uma grana pesada, precisa haver controle. Esta riqueza tem validade, não é renovável”, concluiu.
Municípios
O deputado federal pelo DEM, Luiz Henrique Mandetta, lembrou que é uma discussão macro sobre a lei que está no Senado. “Para Mato Grosso do Sul é bem vinda, mas é necessário preparar as leis e o ambiente, pois é uma perspectiva de 5 a 10 anos para começar a exploração”.
Mandetta segue favorável a nova distribuição. “É uma riqueza distante da plataforma. Assim, é tanto do Mato Grosso do Sul, quanto do Rio de Janeiro. O espírito desta lei é favorecer os municípios”.
Segundo Mandetta, uma das aplicações destes recursos deve ser para a educação. “Acredito que os recursos devem ser voltados para políticas nacionais, mas precisa achar o petróleo, precisa fazer o dever de casa e isso vai levar um tempo e a discussão está antes da exploração”, finalizou.
Justiça
Não diferente de seus colegas, o deputado federal Reinaldo Azambuja (PSDB) é defensor do veto do então presidente Lula. “Acho que é o faz justiça para todo o país, aos Estados”.
Para Azambuja, os recursos do pré-sal poderão contribuir com a melhoria da saúde e da segurança pública, tão pertinente a toda população. “Sou favorável da derrubada do veto do Lula, pois o Rio de Janeiro e o Espírito Santo não podem achar que são donos do petróleo”.
Marçal Filho (PMDB) ressaltou que votou favorável e que continua na luta. “É a salvação da lavoura para os municípios e os prefeitos já estão se mobilizando. Será uma partilha muito boa”.
Assim como os outros deputados do estado, Marçal Filho ressalta que o pré-sal é uma riqueza de todos os brasileiros. “Onde já existe acho que não deve ser mexido, nem naquilo que vem sendo recebido pelos estados produtores. A lei é bastante radical e ajudará Mato Grosso do Sul”.
O deputado comparou as riquezas do pré-sal ao Pantanal e a Amazônia. “Tem que conservar, é um recurso do país inteiro”.
Marçal de Souza destacou seu posicionamento. “Acredito que ninguém vote contra o seu estado. Eu vou votar para derrubar o veto e estou trabalhando para que os colegas façam o mesmo”.
Segundo o deputado Fábio Trad (PMDB), não seria justo, nem lícito, que apenas o Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo sejam beneficiados com a exploração de uma riqueza encontrada na plataforma continental. “A plataforma é da União. Mato Grosso do Sul é um estado da federação brasileira, logo tem direito a receber também os royalties e as participações especiais”.
Fábio Trad destacou o artigo 20 da Constituição Federal, onde diz que os recursos naturais da plataforma continental, do mar territorial e da zona econômica exclusiva são bens da União. “A reserva de petróleo está situada em um espaço juridicamente atribuído a União e todos os estados e municípios integram a União. A emenda que foi vetada pelo ex-presidente Lula precisa se restabelecida pelo Congresso Nacional, Câmara e Senado, porque prevê que 50% dos royalties e participações especiais sejam divididos entre todos os Estados e 50% entre todos os municípios, sendo ou não produtores de petróleo”.

Empreiteira doadora na campanha de Giroto cobra R$ 3,8 milhões para 'elaborar projeto'

Mais uma empreiteira que deu dinheiro para a campanha de candidatos aliados ao governador André Puccinelli (PMDB) ganhou um contrato milionário com o Governo Estadual de Mato Grosso do Sul. Desta vez, a Consegv Planejamento e Obras LTDA vai receber dos cofres públicos R$ 3,8 milhões para elaborar o projeto de implantação de uma rodovia entre Rio Verde e Bonito.
Mas o valor total, de R$ 3.827.977,31 (Três milhões, oitocentos e vinte e sete mil, novecentos e setenta e sete reais e trinta e um centavos), não inclui a obra da nova estrada.
A fortuna será paga somente pela “execução da prestação dos serviços de elaboração de projeto executivo de engenharia para implantação e pavimentação de rodovia, com estudo de viabilidade técnica-econômica e ambiental (EVTEA) da rodovia BR-419/MS”, segundo o extrato do contrato publicado nesta terça-feira (17).
Nas eleições de 2010, a Consegv foi a quinta maior doadora na campanha de Giroto.
Por telefone, o gabinete do deputado afirma que não há nada de estranho na relação. “São empresários que acreditam no desenvolvimento de Mato Grosso do Sul e confiam na força de trabalho de Edson Giroto. Não há nenhuma relação entre os empreiteiros e o deputado”, afirmou a assessoria.
Mas, pelo menos na prestação de contas entregue pelo deputado ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o relacionamento está documentado. A Consegv doou R$ 163 mil reais para custear a eleição do ex-secretário de Obras de Mato Grosso do Sul.
Segundo o sucessor de Edson Giroto na secretaria de Obras, e ordenador de despesas da contratação, Wilson Cabral Tavares, os estudos para a rodovia BR-419/MS englobam o trecho entre a BR-163 em Rio Verde de Mato Grosso e as BRs 060 e 267 em Jardim, numa extensão de 233 Km.
Assim, a empreiteira que ajudou Giroto a ser eleito cobrará, se não houver termos aditivos aumentando o valor, mais de R$ 16,4 mil reais a cada quilômetro. O prazo para desenvolver o projeto é de 150 dias.
Para o Governo do Estado, a contratação da empreiteira por quase R$ 4 milhões para desenvolver apenas o projeto da rodovia se justifica pela localização da futura obra, que tem a maior parte dentro do Pantanal, e, por isso, precisaria de “complexo estudo de impacto ambiental e de viabilidade econômica”.
Não é o primeiro contrato milionário para a mesma empreiteira realizar “serviços técnicos”.
Em fevereiro deste ano, a mesma Consegv Planejamento e Obras Ltda abocanhou mais R$ 3.038.580,25 (Três milhões, trinta e oito mil, quinhentos e oitenta reais e vinte e cinco centavos) pela “supervisão, gestão ambiental e apoio técnico à desapropriação das obras do contorno ferroviário de Três Lagoas”.
Por telefone, a reportagem tentou falar com a Consegv, mas não conseguiu contato com alguém para falar oficialmente pela empreiteira.
Bolso dos empreiteiros
Apontado até por correligionários como candidato do governador André Puccinelli ao Congresso Nacional, Giroto foi eleito com a maior votação em Mato Grosso do Sul e teve a campanha custeada basicamente pelo bolso de empreiteiros e pelo mentor político.
Mesmo candidato pelo PR, Edson Giroto recebeu mais dinheiro do governador que a maioria dos candidatos pelo PMDB. Somente do comitê oficial de André Puccinelli (CNPJ 12.167.550/0001-89) foram R$ 1.024.150,00.
No total, a eleição de Giroto como deputado federal consumiu R$ 3.029.400,00. Como ele teve 147.343 votos, cada um custou R$ 20,56. O valor ficou acima da média em MS, que foi de R$ 17,61 para cada voto recebido pelos candidatos eleitos.
Agora cogitado como nome de Puccinelli para a sucessão na Prefeitura de Campo Grande, Giroto já trocou de partido e está de volta ao PMDB.

Com seis aditivos, valor de contrato entre Coplan e Agehab salta para R$ 5,46 milhões

Com o sexto termo aditivo, um contrato de 2009 da Agehab (Agência de Habitação Popular do Estado de MS) com a Coplan Construções, Planejamentos, Indústria e Comércio Ltda teve o valor aumentado em R$ 435.979,25. O extrato foi publicado nesta quinta-feira (5).
O contrato inicial, de outubro de 2009, tinha o valor de R$ 4.649.943,92 (Quatro milhões, seiscentos e quarenta e nove mil, novecentos e quarenta e três reais e noventa e dois centavos). Era o pagamento aprovado em licitação para a Coplan construir 296 unidades habitacionais no Residencial Guató, de Corumbá, a 444 quilômetros de Campo Grande.
Na época, o extrato do contrato apontava apenas o prazo de vigência, de seis meses. De lá para cá, foram seis termos aditivos e o valor contratual saltou para R$ 5.461.973,37 (cinco milhões, quatrocentos e sessenta e um mil, novecentos e setenta e três reais e trinta e sete centavos), segundo a nota de empenho 2011NE00622 emitida no último dia 30 de setembro de 2011.
Dois anos depois da primeira assinatura, o aditamento publicado hoje justifica o aumento de mais R$ 435,9 mil a serem pagos para a empreiteira com "aumento quantitativo de seu objeto e
reajuste pelo interstício de 12 meses". Miriam Aparecida Paulatti e Hermann Tenuta assinam o sexto termo aditivo desta quinta-feira.

Empreiteira doadora na campanha de Giroto cobra R$ 3,8 milhões para 'elaborar projeto'

Mais uma empreiteira que deu dinheiro para a campanha de candidatos aliados ao governador André Puccinelli (PMDB) ganhou um contrato milionário com o Governo Estadual de Mato Grosso do Sul. Desta vez, a Consegv Planejamento e Obras LTDA vai receber dos cofres públicos R$ 3,8 milhões para elaborar o projeto de implantação de uma rodovia entre Rio Verde e Bonito.
Mas o valor total, de R$ 3.827.977,31 (Três milhões, oitocentos e vinte e sete mil, novecentos e setenta e sete reais e trinta e um centavos), não inclui a obra da nova estrada.
A fortuna será paga somente pela “execução da prestação dos serviços de elaboração de projeto executivo de engenharia para implantação e pavimentação de rodovia, com estudo de viabilidade técnica-econômica e ambiental (EVTEA) da rodovia BR-419/MS”, segundo o extrato do contrato publicado nesta terça-feira (17).
Nas eleições de 2010, a Consegv foi a quinta maior doadora na campanha de Giroto.
Por telefone, o gabinete do deputado afirma que não há nada de estranho na relação. “São empresários que acreditam no desenvolvimento de Mato Grosso do Sul e confiam na força de trabalho de Edson Giroto. Não há nenhuma relação entre os empreiteiros e o deputado”, afirmou a assessoria.
Mas, pelo menos na prestação de contas entregue pelo deputado ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o relacionamento está documentado. A Consegv doou R$ 163 mil reais para custear a eleição do ex-secretário de Obras de Mato Grosso do Sul.
Segundo o sucessor de Edson Giroto na secretaria de Obras, e ordenador de despesas da contratação, Wilson Cabral Tavares, os estudos para a rodovia BR-419/MS englobam o trecho entre a BR-163 em Rio Verde de Mato Grosso e as BRs 060 e 267 em Jardim, numa extensão de 233 Km.
Assim, a empreiteira que ajudou Giroto a ser eleito cobrará, se não houver termos aditivos aumentando o valor, mais de R$ 16,4 mil reais a cada quilômetro. O prazo para desenvolver o projeto é de 150 dias.
Para o Governo do Estado, a contratação da empreiteira por quase R$ 4 milhões para desenvolver apenas o projeto da rodovia se justifica pela localização da futura obra, que tem a maior parte dentro do Pantanal, e, por isso, precisaria de “complexo estudo de impacto ambiental e de viabilidade econômica”.
Não é o primeiro contrato milionário para a mesma empreiteira realizar “serviços técnicos”.
Em fevereiro deste ano, a mesma Consegv Planejamento e Obras Ltda abocanhou mais R$ 3.038.580,25 (Três milhões, trinta e oito mil, quinhentos e oitenta reais e vinte e cinco centavos) pela “supervisão, gestão ambiental e apoio técnico à desapropriação das obras do contorno ferroviário de Três Lagoas”.
Por telefone, a reportagem tentou falar com a Consegv, mas não conseguiu contato com alguém para falar oficialmente pela empreiteira.
Bolso dos empreiteiros
Apontado até por correligionários como candidato do governador André Puccinelli ao Congresso Nacional, Giroto foi eleito com a maior votação em Mato Grosso do Sul e teve a campanha custeada basicamente pelo bolso de empreiteiros e pelo mentor político.
Mesmo candidato pelo PR, Edson Giroto recebeu mais dinheiro do governador que a maioria dos candidatos pelo PMDB. Somente do comitê oficial de André Puccinelli (CNPJ 12.167.550/0001-89) foram R$ 1.024.150,00.
No total, a eleição de Giroto como deputado federal consumiu R$ 3.029.400,00. Como ele teve 147.343 votos, cada um custou R$ 20,56. O valor ficou acima da média em MS, que foi de R$ 17,61 para cada voto recebido pelos candidatos eleitos.
Agora cogitado como nome de Puccinelli para a sucessão na Prefeitura de Campo Grande, Giroto já trocou de partido e está de volta ao PMDB.