sexta-feira, 24 de setembro de 2010

CASO URAGANO

Santini reafirma: TRE-MS vai apurar compra de voto e uso da máquina pública nas eleições

Éser Cáceres
O presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul, Luis Carlos Santini, reafirmou que serão apuradas todas as denúncias de utilização da máquina pública ou sobre compra de votos nas Eleições 2010. Ele falou do assunto na decisão que aceitou a requisição de Força Federal para acompanhar as eleições em Dourados, nesta quinta-feira (23).
"Quanto à utilização da máquina pública e compra de votos ou qualquer outro ilícito de natureza eleitoral, esta Corte Regional, em sua competência constitucional, tem apurado e vai continuar apurando de acordo com sua função institucional", garantiu o desembargador.
Santini falou aos demais desembargadores citando editorial do jornal Midiamax veiculado nesta semana após a explosão do escândalo de suposto esquema de propinas no Parque dos Poderes envolvendo o governador, os deputados e o poder judiciário sul-mato-grossense.
O presidente do TRE-MS disse que o editorial "Parque da Barbárie" foi "um pouco longe", mas aproveitou o conteúdo para explicar o processo de certificação das urnas eletrônicas que serão utilizadas em Mato Grosso do Sul no próximo dia 3 de outubro.
Força Federal em Dourados
Na Decisão do Processo Administrativo 4441-36.2010.6.0000, de interesse da 43’ Zona Eleitoral, que requisitou Força Nacional para acompanhar as eleições no município, Santini deferiu o pedido e encaminhou a requisição para o TSE.


Manifesto contra a corrupção será feito amanhã em frente ao MPF


Liziane Berrocal

Em continuidade às manifestações iniciadas após o vazamento de um vídeo na internet, entidades sindicais, estudantis e da sociedade civil realizarão novo ato amanhã em frente a sede do MPF (Ministério Público Federal).
As manifestações são contra o suposto esquema de corrupção revelados em um vídeo que o deputado estadual Ary Rigo aparece falando sobre pagamentos de propinas para o governador André Puccinelli e membros do judiciário e do MPE.
Segundo os organizadores será entregue ao MPF um documento pedindo empenho e providência na investigação das declarações de Rigo.
A organização informou ainda, que considerando a decisão do juiz eleitoral Fernando Paes de Campos, de solicitar que seja cancelada a passeata programada para o próximo sábado (25). A coligação “Amor, Trabalho e Fé”, do candidato a reeleição André Puccinelli, do PMDB, entrou com recurso junto ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) para que fosse suspenso ato.
Os manifestantes realizam ações desde ontem e já foram a sede da Polícia Federal, Assembleia Legislativa e Ministério Público Estadual. Os sindicalistas e trabalhadores reclamam do esquema de propina revelado na última semana, quando em vídeo divulgado na internet, o deputado estadual Ary Rigo fala sobre a distribuição de um suposto “mensalão” em MS, onde o governador André Puccinelli receberia R$ 2 milhões mensais.

Investigação já ameaça mandato de Ary Rigo


Celso Bejarano e Valdelice Bonifácio

O deputado estadual Ary Rigo, do PSDB, será investigado pela corregedoria da Assembleia Legislativa por conta de suas declarações que circulam num vídeo exibido no You Tube desde anteontem.
O parlamentar afirma na gravação que parte do dinheiro do Poder Legislativo captado por meio do duodécimo é distribuído ao governador do Estado, André Puccinelli, do PMDB, ao Poder Judiciário e até ao Ministério Público Estadual.
O recurso “doado” seria um meio de pagar favores pedidos pelo parlamentar, que ocupa o sexto mandato de deputado. Hoje ele é primeiro-secretário da Casa, cargo cuja missão é mexer com o dinheiro que cai na conta da Assembleia, algo em torno de R$ 181 milhões anuais.
A investigação foi anunciada no fim da sessão de hoje que, como ontem, foi marcada por um forte protesto contra os parlamentares.
No vídeo, Rigo afirma que cada deputado estadual receberia uma cota mensal de R$ 120 mil e que essa quantia seria reduzida agora para R$ 42 mil.
O corregedor da Assembleia, o deputado estadual Maurício Picarelli, do PMDB, disse que na semana que vem deve ouvir Ary Rigo. A partir dali, ele produz um relatório acerca do depoimento e vê se há ou não a necessidade de abertura de investigação.
Se a questão for levada adiante, segundo Picarelli, Rigo deve enfrentar uma comissão de ética, que pode definir, em caso extremo, até pela cassação do mandato do tucano. Quebra de decoro parlamentar seria o motivo da cassação do deputado.
Para Picarelli, as declarações de Rigo deixaram os deputados em situação “constrangedora”. Ontem e hoje, as sessões foram suspensas por conta das vaias dirigidas aos deputados.
Ontem, Rigo disse que o vídeo foi editado com a intenção de prejudicá-lo (ver material logo abaixo).
A conversa de Ary Rigo foi captada por meio de equipamentos da Polícia Federal usado pelo jornalista Eleandro Passaia, ex-secretário da prefeitura de Dourados.
Sob orientação da PF, Passaia gravou diálogos com políticos envolvidos num esquema de fraudes em licitações no município.
Por conta da espionagem do jornalista, 28 pessoas foram detidas pela PF, entre elas o prefeito de Dourados, Ari Artuzzi, o vice e novo dos 12 vereadores do município.


Vídeo falso: Delegado da Polícia Federal diz que vice de Zeca não foi citada nas investigações da Uragano


Da Redação

Vítima de montagem feita em vídeo no qual tentam vincular seu nome ao esquema de propina no Parque dos Poderes, revelado em conversa do deputado Ary Rigo, gravado pelo jornalista Eleandro Passaia, que contribiu com a Polícia Federal na investigação de corrupção em Dourados, que culminou com a prisão de 28 pessoas, a advogada e professora universitária, Tatiana Ujacow, foi hoje à Polícia Federal pedir investigação.

No vídeo, a edição usa o nome da ex-secretária de Administração de Dourados, Tatiane Moreno, que foi presa na operação Uragano, para inserir, maldosa e fraudulentamente o nome da vice de Zeca do PT.
Recebida pelo delegado Bráulio Galloni, responsável pelas investigações da operação Uragano, Tatiana formalizou pedido de esclarecimento à opinião pública sobre a exploração criminosa da qual era vítima, com a divulgação do vídeo falso em alguns órgãos da imprensa. "Sequer ligaram para conhecer minha versão, criticou duramente Tatiana"
No início da noite, o delegado Bráulio Galloni assina mensagem à candidata a vice de Zeca do PT na qual atesta que Tatiana Ujacow não é a Tatiana mencionada no vídeo. Acrescenta ainda que Tatiana Ujacow sequer foi citada nas investigações da operação denominda Uragano, ou seja, ela não tem nenhuma participação nos escândalos de corrupção.
Tatiana reiterou ao Midiamax que lamenta que na reta final da campanha àqueles enlameados pela corrupção tentam desviar a atenção da população. "Ao invés de se explicarem, se é que há explicação, usam de mecanismos rasteiros".
Precisamos, agora, identificar os responsáveis por essa baixaria. "Vou até o final desta história, como cidadã e em nome da honra de tantos cidadãos que estão sendo supostamente roubados por essa quadrilha".
Tatiana acrescentou que a assessoria jurídica já examina as medidas contra aqueles que mantiveram a exibição do vídeo, como o site Campo Grande News, que veicula em Campo Grande, mesmo após sua afirmação de que o vídeo era montagem e o próprio jornalista Eleandro Passaia ter declarado que a gravação era falsa, pois ela jamais teria sido citada no trabalho investigativo no qual ele colaborou com a Polícia Federal.
Leia na íntegra a solicitação e a resposta da Polícia Federal:
Prezado Dr. Bráulio Galloni:
Considerando vídeo editado, postado na data de ontem, no site YOU TUBE, no qual aparece o Deputado Ary Rigo em entrevista com o então secretário Eleandro Passaia, durante o qual há edição e citação do nome Tatiana e referência na chamada como se fosse a minha pessoa, solicito que V. Senhoria esclareça ao nome de quem o parlamentar estava se referindo.

Solicito, a que V. Senhoria informe se durante as investigações da Operação Uragano houve qualquer referência ao meu nome.
Envio em anexo o vídeo que circula no YOU TUBE.

Atenciosamente,
Tatiana Azambuja Ujacow
 Em resposta ao vosso e-mail, infomo que no vídeo encaminhado em anexo, ao que parece editado, que circula pelo youtube (cuja versão original acabou vazando à imprensa, à revelia da Polícia Federal), a pessoa de Tatiana, ali mencionado, não se refere a vossa senhoria, cujo nome não foi sequer mencionado durante as investigações que culminaram na denominada operação URAGANO.
Atenciosamente,
Bráulio Cézar da S. Galloni

Delegado de Polícia Federal

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