As três sessões semanais da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul recebem poucos cidadãos, dando aspecto vazio às sessões plenárias, quando somente os deputados estaduais usam a palavra, debatem leis e temas polêmicos. Na tarde desta quinta-feira, o cenário mudou com o projeto “A Câmara quer te ouvir”, da Ouvidoria da Câmara Federal.
Criado para ser um canal de conversa entre a Câmara Federal e a sociedade, o projeto recebeu 164 entidades inscritas que poderão fazer o uso da palavra por três minutos. De acordo com o Ouvidor-Geral da Casa, Deputado Federal Miguel Corrêa (PT-MG), “ouvir a opinião é o nosso desafio. É o desafio do século XXI”.
Ele convida toda a população, principalmente jovens, a participarem das ações da Câmara Federal, por meio das mídias sociais. “A parte mais difícil do nosso projeto é convocar a sociedade. Postei no meu twitter inclusive que o papel da imprensa é fundamental. Aqui foi fantástico”, disse.
Depois, a Ouvidoria avalia as propostas e validam as ações, sistematizando as idéias e colocando-as em linguagem parlamentar. “Um garoto de 11 anos do Rio Grande do Norte sugeriu um caminho para evitar o preconceito em sala de aula, que acabou virando uma proposta de lei”, contou Miguel Corrêa.
“PAC Fronteira”
O deputado federal Geraldo Resende (PMDB) quer que do seu painel “Segurança Pública com foco em Fronteiras/ Rota do tráfico” saia uma ideia para o que ele chamou de “PAC Fronteira”. “É preciso colocar a educação, essa heroína, na fronteira, além de segurança. Todo mundo sabe que a droga entra fácil, vinda do Paraguai e da Bolívia”, disse.
Academias em postos de saúde
Edinalva dos Reis, do Conselho de Saúde Local de Campo Grande, usou a palavra para lembrar aos deputados sobre a crescente quantidade de obesos no Brasil. “O país é um dos mais gordos do mundo. Ao invés de se gastar dinheiro com medicamento, deveriam investir em construção de academias livres nos postos de saúde, para incentivar a atividade física”, propõe.
Com um discurso mais inflamado, o militar reformado José Magalhães Filho pediu por mais moralidade, probidade e credibilidade dos deputados. “A moralidade deve estar associada a todas as instituições públicas”, diz. Ele relata que protocolou um pedido para a quebra de sigilo bancário na Assembleia, que não foi acatado. “A credibilidade desta Casa tangencia a sargeta”, alfinetou.
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