Uma rapaz de 20 anos sofreu atentado e teve o rosto completamente queimado, além do pescoço e do tórax, ao tentar receber o pagamento de uma dívida em razão de um acidente de trânsito. Rafael Lourenço da Silva Júnior faz manutenção em computadores e estava na casa de um cliente quando sua moto, que estava estacionada, foi atingida por um veículo e ficou totalmente destruída. O autor do acidente, que aconteceu há cerca de dois meses, se comprometeu a pagar os estragos. Mas há uma semana, quando Rafael foi até a casa dele para receber parte do dinheiro, o agressor jogou um copo de álcool e com um isqueiro, ateou fogo na vítima.
Os pais do jovem estão indignados e procuraram o Correio do Estado para denunciar o caso, que classificam como “absurdo”. Eles contam que o filho estava no residencial Apoena Meireles, onde mora um cliente de Rafael, que é vizinho do homem que bateu na moto. O veículo estava estacionado em frente ao condomínio quando o autor, que é professor e servidor da Secretaria Estadual de Educação (SED), chegou com seu carro, um Celta, e acertou em cheio a moto de Rafael.
Segundo o pai da vítima, Rafael Lourenço da Silva, testemunhas do fato disseram que o motorista estava alcoolizado. Rafael chamou o pai e um dos irmãos para conversar com o autor e ele concordou em pagar o conserto da moto. “Ele disse que ia arcar com o conserto e por isso nem chamamos a polícia”, conta o pai.
Todos saíram do local tranquilos e no dia seguinte Rafael foi até uma oficina para avaliar o valor do conserto, que ficou em R$ 1,8 mil. Ele telefonou ao professor informando o preço e este disse que “pagaria em parcelas”. A mãe de Rafael conta que servidor público entregou cerca de R$ 1 mil para os primeiros consertos e que o restante seria pago depois. “Foi então que ele chamou meu filho para ir até a casa dele pegar parte do dinheiro, uns R$ 300, no domingo de manhã. Meu filho foi e aconteceu isso”.
No dia do atentado os pais de Rafael foram até a delegacia prestar queixa e contaram que em um dos pagamentos feitos pelo professor, ele teria ameaçado a vítima dizendo que pagaria o conserto, mas que “não ficaria assim”. “Eu falei pra ele que isso era ameaça e que ia procurar a polícia para registrar queixa, quando ele falou: “não, fica tranquilo, esquece o que eu falei”.
Álcool
O pai de Rafael conta que no sábado (5 de novembro) o professor ligou várias vezes pedindo para que o filho fosse pegar os R$ 300. Como não pôde, ele foi lá no domingo de manhã. “Meu filho me contou que ele chegou na casa do professor, entrou e foi beber um copo de coca-cola que o professor ofereceu. No que ele foi pegar o copo, o professor pegou outro copo que estava na mesa, cheio de álcool e jogou no rosto do meu filho e acendeu o isqueiro”.
Segundo o relato de Rafael a seu pai, ao entrar na casa do servidor público ele percebeu os dois copos em cima da mesa - um com coca cola e outro com o que parecia ser água. O filho também teria notado o isqueiro na mão do professor, mas como ele fuma, não achou estranho. “No que ele jogou o álcool e acendeu o isqueiro no rosto do meu filho ele saiu correndo e deixou o menino sozinho na casa. Foi quando o Rafael foi para o banheiro jogar água e começou a gritar por socorro”.
O rapaz teve queimaduras de primeiro e segundo graus no rosto e no tronco, conforme boletim médico da Santa Casa. Ele vai precisar passar por uma cirurgia plástica para reconstruir a face e desde o domingo do atentado está internado no hospital.
Investigação

O delegado que cuida do caso, Weber Luciano de Medeiros, da 2ª Delegacia de Polícia, explica que os fatos estão sendo apurados e que o autor, “por ser conhecido em Campo Grande”, será facilmente encontrado. O inquérito policial já foi instaurado e o autor pode ser indiciado por lesão corporal gravíssima.
A reportagem não conseguir localizar o agressor para ouvir sua versão, por isso, o nome dele não foi mencionado.
correiodoestado
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