quarta-feira, 19 de maio de 2010

PSDB pode abandonar Nelsinho e virar oposição se ele apoiar Dilma

Valdelice Bonifácio
O presidente regional do PSDB, deputado estadual, Reinaldo Azambuja informou hoje que o partido não desistiu de obter o apoio do prefeito de Campo Grande, Nelsinho Trad (PMDB), ao candidato tucano a presidente da República, José Serra. A sigla pretende esgotar todos os argumentos para ter o prefeito como aliado. Contudo, se Nelsinho mantiver a decisão de apoiar a presidenciável do PT, Dilma Rousseff, Azambuja vai sugerir que o PSDB entregue os cargos que têm na prefeitura e passe a fazer oposição na Câmara de Vereadores.
“Nós vamos insistir para ter o PMDB inteiro no nosso projeto”, explica Azambuja. O tucano revela a base da argumentação que será usada para tentar conquistar o apoio de Nelsinho. “O prefeito tem dito que a prioridade dele é a reeleição do governador André Puccinelli. Vamos dizer, por exemplo, que se Nelsinho apoiar Dilma enfraquecerá André e fortalecerá Zeca do PT que é do mesmo partido que ela. Trata-se de uma questão lógica”, afirma.
Esgotada a fase de argumentação com Nelsinho, se ele se mantiver irredutível, o partido vai, conforme Azambuja, “rever algumas coisas”. Ele cita que proporá ao PSDB de Campo Grande que entregue os cargos que tem na administração municipal. Hoje, os tucanos comandam a Fundação de Esporte com Carlos Alberto de Assis e a Secretaria de Educação chefiada por Maria Cecília Amêndola da Mota.
“Eu acho que a gente deveria entregar estes espaços para deixar o prefeito livre”, afirma Azambuja. O dirigente completa que a mudança de atitude na Câmara dos Vereadores seria uma questão de coerência, já que o prefeito estaria apoiando o principal adversário nacional do PSDB que Dilma Rousseff.
Em Campo Grande, o PSDB tem três vereadores que dão sustentação política a Nelsinho Trad na Câmara da Capital, Cristóvão Silveira, João Rocha (este já esteve na prefeitura como titular da Fudesporte) e Roseane Modesto.
Azambuja esclarece que a mudança de atitude em relação a Nelsinho, caso ele se decida por Dilma, caberá ao partido, mas avisa defenderá seu ponto de vista.
Contudo, o dirigente reitera que o PSDB ainda tem esperanças de ter Nelsinho como aliado ao projeto tucano, assim como o governador André Puccinelli e o partido de ambos, o PMDB, cuja maioria das lideranças já mencionou preferência por Serra. “Vamos insistir até o final”, diz o tucano sem dar prazos para a decisão de Nelsinho.
Democrata
Inserido no projeto tucano de eleger Serra à presidência da República, o Democratas também figura na base aliada a Nelsinho Trad. Uma das lideranças do partido, o deputado estadual Zé Teixeira, concorda que seria coerente o DEM passar a fazer oposição na Câmara de Campo Grande, caso o prefeito se decida por Dilma. Porém, esclarece que a cúpula estadual do partido não pretende obrigar o único vereador da sigla na Capital, Airton Saraiva, a fazer oposição sem que ele queira.
“O proponho que a gente deixe esta decisão para o vereador”, sugere. Zé Teixeira afirma ainda que, diferente do PSDB, o DEM não tem cargos na prefeitura da Capital nesta segunda gestão de Nelsinho. Na verdade, Rodrigo Aquino, secretário de Governo do prefeito é filiado ao DEM.
Mas, conforme Teixeira, a escolha de Aquino para a função foi uma decisão pessoal do prefeito. “O cargo não foi oferecido ao partido”, explica. No primeiro mandato, o DEM ocupava a Emha (Empresa Municipal de Habitação), com Paulo Aquino e a Agetran (Agência de Transporte e Trânsito) com Carlos Lanteri.
Porém, Teixeira avalia que apoiando Dilma, Nelsinho que pretende concorrer ao governo do Estado em 2014, terá conseqüências políticas bem piores do que o aumento da oposição no Legislativo. “Lá na frente, ele pode não ter o apoio do DEM e do PSDB”, analisa.
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