quinta-feira, 30 de junho de 2011

AL blinda Puccinelli contra denúncias do MPF, mas PGR não deixa primeira-dama escapar no STF

O Ministério Público Federal recomendou ontem (18) ao STF (Supremo Tribunal Federal) que Beth Puccinelli, esposa do governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli (PMDB), deve ser investigada na denúncia do MPF contra o casal por enriquecimento ilícito e até lavagem de dinheiro.
O marido escapou porque é governador e os deputados estaduais não autorizaram a investigação, mas a primeira-dama, sem mandato vai enfrentar o processo. Eles são casados em regime de comunhão universal de bens.
Elizabeth Maria Machado Puccinelli foi incluída na ação penal que investiga ela e o marido, denunciados por prática de um suposto esquema que teria ocultado os bens do casal para disfarçar o enriquecimento ilícito e envolve até lavagem de dinheiro, entre outros crimes, segundo a denúncia, que começou no Ministério Público Estadual e foi acolhida pelo Ministério Público Federal.
O caso corre em segredo de justiça no STJ, mas no STF está disponível para consulta na íntegra sem restrições. Beth, como é conhecida a primeira dama de Mato Grosso do Sul, entrou com recurso para se livrar da investigação, mas o MPF já se manifestou contra o propósito.
O governador sul-mato-grossense teria omitido dados de seu patrimônio em 1996, quando disputou e venceu a eleição para prefeito de Campo Grande. Por trás das dúvidas acerca do suposto enriquecimento do casal Puccinelli, existe uma pilha de denúncias surgidas no período que o hoje governador, candidato à reeleição, era prefeito (1997-2003).
Na relação das ações suspeitas surgem nomes de empreiteiras que teriam prestado serviços à prefeitura durante a administração de André por meio de fraudes em licitações.
As denúncias contra o casal Puccinelli passearam pelas esferas judiciais aqui no Estado e, no ano passado, foram levadas para o STJ (Superior Tribunal de Justiça). Ocorre que uma regra federal só permite que o processo-crime contra governadores siga em frente se a Assembleia Legislativa quiser.
Blindagem na ALMS só para o marido
No dia 3 de novembro do ano passado, a corte enviou um ofício ao presidente da Assembleia, Jerson Domingos, do mesmo partido do governador, pedindo “autorização para a instauração do processo-crime em face do governador André Puccinelli”.
Na época, a Assembleia negou o pedido de autorização encaminhado pela ministra Nancy Andrighi, do STJ, ou seja, protegeu o governador da investigação. Chamou a atenção que, por meio de ofício, o governador dava uma espécie de “carta branca” aos parlamentares avisando-os que ele “nada temia” já que a justiça estadual teria investigado o caso e não teria enxergado irregularidade nas prestações de contas acerca de seu patrimônio.
No parecer do MPF, emitido ontem, a subprocuradora-geral da República, Cláudia Sampaio Marques, recorda o ofício encaminhado à Assembleia e cita que até agora os parlamentares sul-mato-grossenses não responderam ao questionamento do STJ, embora Jerson Domingos tenha dito à época que os deputados não iam avalizar a investigação contra Puccinelli.
Note o escrito pela subprocuradora: “Tratando-se de governador do Estado, foi requerido pelo STJ a indispensável autorização da Assembleia Legislativa local para submetê-lo a processo e julgamento pelo Poder Judiciário (condição de procedibilidade), não logrando êxito, contudo, em obter qualquer pronunciamento daquela Casa Legislativa, padecendo o feito de paralisia por já avançados nove meses”.
Procurada para explicar a citação no STF, a Assembleia Legislativa, informou nesta manhã que o ofício foi, sim, respondido ao STJ e confirmou que a maioria dos parlamentares disse não à investigação contra Puccinelli.
Ainda assim, mesmo os deputados contrariando a investigação, a primeira dama do Estado deve enfrentar o processo pela suposta manobra de ocultação de bens.
Isso fica claro no parecer da subprocuradora: “há que ser considerada, ainda, a possibilidade do legislativo local não autorizar, ou mesmo permanecer inerte em relação à concessão de licença para fluência do processo perante o Judiciário, circunstância que impõe o desmembramento do feito em relação aos co-denunciados (incluída a paciente [Bete]), não detentores de foro especial por prerrogativa de função, com remessa à Justiça Estadual comum, eis que contra eles o prazo prescricional não é suspenso como ocorre, no caso, com o governador do Estado”.
Segue o relato da subprocuradora, que insiste na permanência da primeira dama no processo: “A denúncia contra a paciente [Bete] está em conformidade com o art. 41 do CPP, pois revela provas do crime e indícios suficientes de autoria”. A reportagem entrou em contato com o advogado de Beth, Luis Antônio Bettiol, mas até o momento da publicação não houve resposta.
A ação penal contra Puccinelli que corre no STJ é cuidada pela ministra Andrighi e, no STF, pelo ministro Ricardo Lewandowsky.



ANDRE PUCCINELLI

O governador André Puccinelli, do PMDB, ainda que amparado pela imunidade parlamentar segue enfrentando denúncias no STJ (Superior Tribunal de Justiça). Numa última investida, a sub-procuradoria da República propôs uma ação penal contra ele e a ministra da corte, Nancy Andrighi, antes de definir se acata ou não a solicitação deu um prazo de 15 dias ao governador, para que ele se defenda.
Pucinelli, que enxerga a denúncia proposta como "requentada" ainda não foi notificado. O caso foi publicado ontem no site da corte federal. (confira aqui)
A denúncia em questão tem a ver com uma permuta negociada à época que Puccinelli era prefeito de Campo Grande (1997-2004). A prefeitura deu uma área a uma empreiteira que, em troca, pavimentou ruas da cidade. A transação teria favorecido a empresa, segundo a denúncia.
A desconfiança já gerou processo por aqui, mas a Justiça Estadual arquivou o caso. Agora, a denúncia transita na esfera federal.
A ministra Nancy é a mesma que atua numa ação contra Puccinelli por suposta lavagem de dinheiro e enriquecimento ilícito.
Reportagem publicada ontem à noite pelo portal Terra afirma que a ação penal 664 teve as investigações iniciadas em 2009 e corre em segredo de justiça. A ministra já solicitou informações ao governo de Estado de Mato Grosso do Sul, Tribunal de Contas do Estado (TCE) e ao Tribunal de Justiça (TJ-MS).
De acordo com o Terra, o presidente do TCE, Cícero de Souza, negou ter recebido qualquer pedido pelo STJ de informações sobre Puccinelli. E a assessoria do TJ-MS informou que não poderia divulgar as informações repassadas ao STJ por se tratar de assuntos de outro tribunal.
Já a ação penal 665 não está em segredo de justiça, mas se encontra no gabinete da ministra e, por isso, o STJ não pôde informar do que se trata o processo. De acordo com andamento processual no site do STJ, a ministra Nancy solicitou informações de Puccinelli e de processos que estão no TJ-MS.

Segundo o governador Puccinelli, os processos dizem respeito às ações que já foram julgadas nas primeiras e segundas instâncias da Justiça estadual, em que ele foi absolvido.
"Tem muitos processos lá (no STJ). São processos remitentes. Não me preocupa porque sabemos o que fizemos, temos todos os documentos, são processos que reiteradamente o PT e o Semy Ferraz (ex-deputado estadual petista) entram como ação popular, ação civil pública, um dia acaba (os recursos). Não teve camarada que mais cuidou do município e do governo do Estado do que eu", afirmou Puccinelli no início deste ano.
Puccinelli é alvo de um processo por lavagem de dinheiro e enriquecimento ilícito desde 2007. Em 2010, a ministra do STJ, Nancy Andrighi pediu autorização para Assembleia Legislativa processá-lo, porém não houve resposta dos deputados e o processo foi suspenso temporariamente, até que o governador saia do cargo para que os crimes investigados não prescrevam e ele possa responder a ação sem o foro privilegiado.

uperior Tribunal de Justiça

AÇÃO PENAL Nº 664 - MS (2009/0215267-3) (f)

RELATORA : MINISTRA NANCY ANDRIGHI

AUTOR : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

RÉU : A P

ADVOGADO : LUIZ ANTONIO BETTIOL E OUTRO(S)

DECISÃO

Trata-se de denúncia oferecida pela i. subprocuradora-geral da República,

Dra. Áurea Maria Etelvina Nogueira Lustosa Pierre, contra A. P., governador do Estado

do Mato Grosso do Sul, à época dos fatos prefeito de Campo Grande/MS, pela suposta

prática dos crimes dos artigos 1º, inciso I, do Decreto-lei 201/67 e 89 da Lei 8.666/93.

O inquérito 664/MS foi instaurado a requerimento do MPF, conforme a

petição nº 12.200/ALP, para investigar os fatos narrados na ação popular nº

001.05.017177-2, a saber, a dação do imóvel conhecido como “Área do Papa” à empresa

Financial Construtora, em pagamento pela execução de serviços de estrutura urbana.

Afirma que a transferência de bem público foi realizada por preço inferior ao de mercado

e sem o procedimento previsto em Lei.

Na resposta ao inquérito (fls. 79/117), o indiciado postulou o arquivamento

pela ausência de justa causa e atipicidade da conduta. Salientou que os pedidos da ação

popular nº 001.05.017177-2 foram considerados improcedentes em ambas as instâncias

jurisdicionais, de modo a demonstrar a regularidade da dação em pagamento. Sustenta

que o depoimento da testemunha Marines de Araújo Bertagnolli não narra qualquer

conduta do requerente. Alega que o mero fato de ser prefeito à época não autoriza a

investigação. Acrescenta que não houve qualquer prejuízo ao erário e existiu licitação

prévia.

O MPF apresentou denúncia às fls. 171/221. Assevera que o julgamento da

Ação Popular não repercute na espécie. Narra que o requerido, na condição de prefeito de

Campo Grande/MS, realizou dação do imóvel “Área do Papa”, terreno denominado

“Aviação”, como parte do pagamento pela execução de obras. Explicita que a empresa

Condor Engenharia e Comércio Ltda. venceu a concorrência do contrato público, mas foi

A informação disponível não será considerada para fins de contagem de prazos recursais

(Ato nº 135 - Art. 6º e Ato nº 172 - Art. 5º)

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Com ações protegidas por segredo de justiça, Puccinelli faz apologia por quebra de sigilos



Superior Tribunal de Justiça

substituída pela segunda licitante, a Financial Construtora, sob o pretexto de que a

vencedora não fora capaz de suportar os encargos. Informa que o acusado celebrou termo

de cessão parcial e transferência em 02/02/2002, com escritura de dação em pagamento

outorgada em 28/12/2004, ou seja, antes da finalização das obras e sem a devida

licitação. Acrescenta que o terreno público foi alienado por R$10,32 (dez reais e trinta e

dois centavos) por metro quadrado, preço inferior ao de mercado. Aduz que os lotes da

região possuem valor mínimo de R$56,00 (cinquenta e seis reais) por metro quadrado.

Menciona pareceres que apontam irregularidades na operação. Requer o trâmite da ação

penal nos moldes da Lei 8.038/90 para receber a denúncia e, ao final, condenar o

Requerido nas penas do artigo 1º, inciso I, do Decreto-lei 201/67 e do artigo 89 da Lei

8.666/93.

É o relatório.

Quanto ao pedido de arquivamento do inquérito, apresentado às fls. 79/119,

considero-o prejudicado ante o oferecimento de denúncia pelo Ministério Público

Federal. Os argumentos da zelosa Defesa deverão ser considerados na deliberação sobre

o recebimento da inicial acusatória.

Conforme o art. 4º da Lei 8.038/90, notifique-se o denunciado para

apresentar resposta no prazo de quinze dias. Se vier acompanhada de novos documentos,

remetam-se os autos ao Ministério Público Federal.

À Coordenadoria da Corte Especial para o devido cumprimento.

Brasília (DF), 27 de junho de 2011.

MINISTRA NANCY ANDRIGHI

Relatora

A informação disponível não será considerada para fins de contagem de prazos recursais

(Ato nº 135 - Art. 6º e Ato nº 172 - Art. 5º)

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O governador André Puccinelli, do PMDB, reforça a imagem de polêmico ao declarar à imprensa que é favorável a quebra de sigilo bancário não só dos poderes públicos, mas também de outras entidades, como a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), por exemplo.
Ele disse isso ao opinar sobre o pedido de quebra do sigilo da Assembleia Legislativa feito recentemente pela Procuradoria Geral de Justiça.
“Ou abre [a conta] de todo mundo ou não abre de ninguém”, arrematou o governador em reportagem publicada na edição do Correio do Estado desta quinta-feira.
Tirando a polêmica de lado, Puccinelli é amparado por uma norma que não deixa ninguém saber sobre os processos que correm contra ele no STJ (Superior Tribunal de Justiça).
Na corte federal o governador é citado em três ações penais, uma das quais por suposta lavagem de dinheiro e enriquecimento ilícito.
A ação da lavagem de dinheiro é tocada desde 2007 e já passeou por repartições do fórum de Campo Grande, do Tribunal de Justiça, até seguir para o STJ.
Aqui em Campo Grande, a denúncia foi extinta, mas, por solicitação do Ministério Público Federal, a questão rumou para o STJ. Ninguém pode ter acesso a estes papeis além do MPF ou dos advogados que defendem o governador. Até a Assembleia Legislativa meteu-se nesse assunto.
É que o STJ pediu ao Legislativo sul-mato-grossense se Puccinelli poderia ou não ser investigado, como determina a regra em se tratando de denunciado dono de mandato amparado pelo conhecido foro privilegiado. A Assembleia negou o pedido.
Já a ação penal 664 surgiu dois anos atrás e é cuidada sob sigilo pela ministra Nancy Andrighi. A mesma Nancy conduz também a ação penal 665 contra Puccinelli. Nesse caso, a questão não é tratada em segredo, contudo, as informações têm sido protegidas por ainda se encontrar no gabinete da ministra. Tais ações podem ter relação com o caso da lavagem de dinheiro e enriquecimento ilícito.
O governador sul-mato-grossense teria omitido dados de seu patrimônio em 1996, quando disputou e venceu a eleição para prefeito de Campo Grande. Por trás das dúvidas acerca do suposto enriquecimento de Puccinelli, existe uma pilha de denúncias surgidas no período em que o hoje governador era prefeito (1997-2003).



Ex-deputado federal Antônio Cruz sai do PP e vai para o PMDB

O ex-deputado federal Antônio Cruz pediu a desfiliação do Partido Progressista e irá para o PMDB, após ter sido convidado pelo governador André Puccinelli.

De acordo com o presidente da executiva municipal do PP, Paulo Matos, o ex-deputado pediu desfiliação na quarta-feira (29). Cruz é acusado de praticar fraude nos gastos dos recursos obtidos por meio do fundo partidário.
Sobre a desfiliação Matos disse que o partido “perde muito” com a saída de Antônio Cruz, pois ele conseguiu mais de 55 mil votos nas últimas eleições e é o primeiro suplente para deputado federal.“Era uma das maiores forças eleitorais do partido”, afirma Matos.
Além disso, o presidente afirmou que outras lideranças ligadas a Antônio Cruz já estão pedindo a desfiliação, como membros da classe médica.
A respeito do futuro, Paulo Matos diz que o partido deve buscar o consenso para se articular para as eleições municipais.
PMDB
Ao ser procurado pela reportagem, Antônio Cruz disse que voltará ao PMDB a convite do governador André Puccinelli.
Sobre a saída dele do PP, Cruz disse que inventaram muitas “calúnias” sobre ele e decidiu sair.


Puccinelli usa chuva como desculpa para atrasar entrega de casas e revolta população

O governador André Puccinelli desmarcou a entrega de casas que faria na tarde de hoje (30), em Dourados. A assessoria de imprensa do Governo do Estado informou que, devido às ‘condições climáticas desfavoráveis’ o governador não compareceria no evento, marcado para as 15h.
Além da entrega das 447 casas do residencial Walter Brandão da Silva, no Jardim Novo Horizonte, Puccinelli entregaria também a ampliação do sistema de esgoto sanitário, assinaria a ordem de serviço para a ligação de esgoto na Vila Cachoeirinha e a ampliação do sistema de abastecimento de água na ‘sitióca’ Campina Verde.
Ficou marcada para a próxima semana, quinta-feira (06 de julho), a ida do governador ao município.
Novela
As 447 casas fazem parte de um convênio firmado entre a Prefeitura Municipal de Dourados e o Governo do Estado, na gestão do então prefeito, hoje deputado estadual, Laerte Tetila (PT). Segundo informações de famílias que aguardam pela entrega das casas, o término da construção e a entrega estavam previstos para o início da administração de Ary Artuzi.
Porém, o sorteio das casas foi feito somente em outubro do ano passado, na administração da prefeita interina, vereadora Délia Razuk (PMDB).
Uma das famílias que esperam pela entrega dos imóveis é a de Rosangela Rodrigues Xavier. Ela trabalha como diarista, é mãe de quatro crianças e seu marido está desempregado, além disso, tem que sair da casa que aluga até o próximo dia cinco de julho, um dia antes da data marcada para a vinda de Puccinelli. “O governador poderia vir para Dourados entregar nossas casas. Teria um lugar que ele não pegaria chuva, com certeza” afirmou Rosangela.

Ela está na fila de espera por uma casa há cinco anos. Na época Rosangela morava em um barraco à beira da MS-156, saída sul de Dourados. Ela entrou na lista de uma das 60 casas, das 447 do conjunto, reservadas pelo Ministério Público Estadual para moradores em situação de risco. “É revoltante. Esperamos pelas casas há muito tempo, não só eu, mas diversas famílias em condições muitas vezes piores que a minha” afirma Rosangela.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Aumento de repasses do governo para Cassems é aprovado na AL-MS

A Assembléia Legislativa de Mato Grosso do Sul aprovou o projeto que altera a legislação atual, concedendo reajuste de 0,5% para os repasses do governo do Estado para a Caixa de Assistência aos Servidores de MS (Cassems). O aumento significa R$ 820 mil mensais a mais na conta do plano de saúde. O projeto foi aprovado em sessão extraordinária na manhã desta quarta-feira (29) por unaminidade.
Segundo o deputado Lauro Davi (PSB), houve um acordo entre o governador e os representantes da C assems que teria um aumento gradativo, sendo 0,25% a cada quadrimestre, e vai depender do recebimento de créditos de tributos que o Estado tem junto à Petrobras. O valor a receber é estimado em R$ 100 milhões. A negociação para o recebimento, conforme o deputado, está a cargo da bancada federal.” O governo do Estado se comprometeu a fazer um repasse de recursos até 4,5%”, explica.
O aumento de repasse contribuirá ainda para o equilíbrio financeiro das prestadoras de serviços de assistência à saúde dos servidores públicos do Estado e a seus dependentes. Isto porque a Rede Credenciada argumenta que ocorrerá aumento de despesas assistenciais, em especial das relacionadas à ampliação da quantidade de procedimentos médicos que deverão ser cobertos pelas operadoras. A intenção é evitar ou reduzir o reajuste do valor do plano de saúde dos servidores, que atende mais de 160 mil pessoas.
Com 73 unidades de atendimento em todo o Estado, a Cassems é o maior plano de saúde para servidores públicos estaduais em autogestão do país. Já a Rede Credenciada conta com mais de 2.000 profissionais de saúde nas áreas de medicina, odontologia, fisioterapia, fonoaudiologia, psicologia e nutrição.

Deputados examinam PEC que prevê consulta popular para trocar o nome de MS

O comando da Assembleia Legislativa criou uma comissão especial para examinar PECs (Propostas de Emendas Constitucionais), uma delas a que prevê a realização de um plebiscito, consulta popular para saber se os moradores de Mato Grosso do Sul querem ou não trocar o nome do Estado.

Vão chefiar as comissões os deputados Júnior Mochi (PMDB), Dione Hashiota (PSDB), Cabo Almi (PT) e Zé Teixeira (DEM).

Com oncologia privatizada em MS, pacientes do estado com câncer procuram ajuda em SP

Pacientes das cidades mais distantes do MS, em relação à cidade de Barretos, engrossam a romaria que cresce todo o ano em busca de tratamento de excelência e humanizado, como deve ser especialmente em caso de câncer.
Dourados, Ponta Porã, Porto Murtinho e mais outras 72 cidades compõem a relação fornecida à reportagem do Midiamax em primeira mão pela assessoria do hospital do Câncer de Barretos. Os 2.610 pacientes geraram 24.109 atendimentos no ano passado, porque cada um deles faz mais que uma viagem por ano ao interior de São Paulo.
De Campo Grande a Barretos são 11 horas de viagem.
Pacientes do norte do MS, mais próximos de Barretos que os demais, poderiam buscar tratamento em Três Lagoas, um dos municípios pólos que seria referência para o tratamento de câncer na região. Mas eles sabem que os pacientes de Três Lagoas estão em meio a um protesto contra a falta de atendimento ao câncer na cidade. A cidade envia 349 pacientes para Barretos.
Hospital Regional perdeu qualificação
Na verdade, nos últimos quatro anos, o HRMS vem perdendo a qualificação que possuia até 2007, como Centro de Alta Complexidade em Oncologia, com radioterapia, ao invés de expandir o tratamento para o nível de excelência, caso houvesse investimento e planejamento por parte do governo do MS.
Já em 2008, o HRMS teve esvaziado o seu credenciamento em radioterapia, que passou a ser realizada pela Neorad, uma clínica privada fundada em julho de 2007, na qual o governo Puccinelli injetou milhares de reais para que a empresa assumisse o que cabia de direito ao HRMS – o atendimento do SUS. Desde então, a Neorad integra a Rede Oncológica do estado, como agente isolado. Mas não fornece acompanhamento psicológico e social aos pacientes, como manda o Ministério da Saúde.
Mais recentemente, outro importante hospital público, o Hospital Universitário da UFMS, interrompeu o atendimento em Oncologia, curiosamente, após receber no final do ano passado R$ 217.510,00 da Secretaria de Estado de Saúde para a aquisição de equipamentos de radioterapia.
Coincidentemente, quem também decidiu o fechamento da Oncologia do HU por falta de equipamentos foi seu diretor, o médico Adalberto Abrão Siufi, um dos diretores da Neorad.
Além disso, o Hospital Regional até poderia receber do Ministério da Saúde um novo equipamento chamado Acelerador Nuclear, para retomar a radioterapia, mas a Fundação de Saúde – Funsau - que dirige o hospital, precisaria apresentar um “Plano Operativo Anual” para recebê-lo.
As consequências imediatas dessa situação foi a formação de uma grande "fila" de pacientes oncológicos que esperam o tratamento de radioterapia e a superlotação do Hospital do Câncer Alfredo Abrão, privado, mas credenciado para atender pacientes do SUS.
Ministério Publico Federal protestou contra repasses para a Neorad
Durante reunião com os representantes da Secretarias Estadual de Saúde (SES) e Municipal de Saúde (Sesau), em 25 de outubro do ano passado, MPF informou que o MS tinha 166 pacientes na fila de espera para a radioterapia. Na época, a Neorad recebia R$ 70 mil por mês para atender 17 pacientes pelo SUS.
Com a divulgação do número, o procurador regional dos Direitos do Cidadão, Felipe Fritz Braga, afirmou que "o paciente oncológico que precisa de radioterapia no Sistema Único de Saúde (SUS) de Mato Grosso do Sul está nas mãos de instituições privadas. Se não quiserem ou não puderem atender, o paciente tem de viajar para outros estados".
Por conta da fila, em 17 de novembro do ano passado, o repasse de verbas públicas para a Neorad passou de R$ 70 mil para R$ 270 mil por mês. Quando o procurador recebeu a notícia, aceitou-a como medida temporária, declarando, taxativamente:
- É necessário investir na oncologia de hospitais públicos. Temos aqui o Hospital Regional e o Hospital Universitário - o que é que tem sido feito para criar ali uma radioterapia de ponta? Nada. Estado e município pagarão para clínica particular um montante que, ao longo de poucos anos, lhes permitiriam montar toda a estrutura necessária para o funcionamento de uma radioterapia em hospital público".

Governo não investe e romaria para Barretos aumentou
De lá para cá, não houve o investimento esperado na radioterapia do HR, e o número de pacientes que buscam tratamento em um só no hospital de Barretos chegou a uma dimensão inimaginável.
Somando os dados oficiais fornecidos pelo Hospital do Câncer de Barretos, de 2006 a 2009, o número de pacientes chegou a 11 mil. Só em 2010 são 2.610. O ano de 2011, até o primeiro semestre, ainda não está contabilizado pelo Hospital de Câncer de Barretos.
A reportagem localizou a paciente E. B. P. de Paranaíba, que pertence a uma família com predisposição genética para a doença. Ela contou que o pai, o irmão e ela foram se tratar em Barretos porque, em 2008, o pai tentou tratamento em Campo Grande sem conseguir.
Pacientes das cidades mais distantes do MS, em relação à cidade de Barretos, engrossam a romaria que cresce todo o ano em busca de tratamento de excelência e humanizado, como deve ser especialmente em caso de câncer.
Iria demorar muito e meu pai não podia esperar. Fomos com a assistente social de Paranaíba até a Capital, mas não adiantou nada. Então fomos pra Barretos, os três. Meu pai faleceu, eu tive alta e meu irmão está em tratamento, melhorando. Lá é muito bom”, concluiu.
Confira no arquivo abaixo a lista das cidades que têm pacientes que vão a Barretos (SP):


Moradores do Jardim Sumatra denunciam 'toque de recolher' imposto por bandidos

Moradores do Jardim Sumatra – região sul de Campo Grande, próximo ao bairro Los Angeles, reclamam que estão abandonados pelas autoridades, em assuntos de necessidades públicas, tais como segurança, iluminação, asfalto, transporte, esgoto, educação e lazer. Além disso, eles enfatizam que se submetem ao “toque de recolher”, por medo, já que perderam as esperanças de realizar denúncias.
O local é comparado às favelas do morro carioca, uma vez onde quem dá as cartas são os traficantes. O Jardim Sumatra é visto pelos moradores como um morro em forma de planície, ordem a palavra de ordem é o "silêncio". Além disso, pedem para que a polícia se envolva mais com a comunidade, pois "nem todos aqui são bandidos, tem gente de bem, que trabalha, estuda e quer ter uma vida normal, como qualquer outra pessoa que paga os impostos", declara Ana*.
“A gente até sabe quem comete os furtos e para que ‘boca’ eles levam, mas não adianta falar. Acontecem três hipóteses, se a gente fala pra polícia, eles não vem, quando vem demora e diz que não pode resolver. Ou então, se ficar ‘cutucando’ demais este povo ‘grande’, a gente aparece estirado no asfalto. Nesta situação sim, a polícia aparece aqui. Nestes últimos dias, já foram três”, conta Maria*, se referindo aos mortos. Ela mora no bairro há pelo menos seis anos.
“Há quase duas semanas levaram da minha casa uma máquina de lavar roupas e uma jaqueta que estava no varal. Tenho dois filhos, um de 14 e outro de 8 anos, e eles precisam de mim viva e não morta. Eles são bastante orientados nesta questão de venda de drogas por mim, mas têm muitos que acabam caindo nessa, muitas destas crianças são iludidas pelo dinheiro”, completa a dona-de-casa.
O morador João* informa que, as crianças que comercializam entorpecentes não são viciadas. “Não vale a pena pegar estes ‘nóinhas’ para vender drogas, eles só causam prejuízos. Tem que pegar estes mais ‘espertos’, que sabe das coisas e tem como se safar, sem dá em nada. Além disso, menor já ‘tá’ na rua logo, logo... E não abre a boca, o que é melhor”.
Outra mulher revela que, os moradores têm que retornar às casas antes de escurecer. Já os comerciantes são forçados a fechar o estabelecimento a partir das 17 horas. “Aqui não tem qualquer tipo de lazer para ocupar o tempo ocioso das crianças, que acabam sendo aliciados pelos traficantes. Até a escolinha de futebol aqui perto, que tinha vários projetos legais, teve que se adequar a nova realidade do bairro. Antes, eles liberavam as crianças às 17 horas e hoje o horário é às 15 horas, isso quando as atividades são canceladas”, lembra Fátima*.
“Na semana passada, um cara invadiu a minha casa para roubar as coisas e eu o tirei com um pedaço de pau. Eu moro apenas com meus dois filhos, de um ano e quatro anos. Liguei para a polícia e eles demoraram uma hora para aparecer, e o cara ficou aqui no meu quintal, não foi embora não”, fala Lurdes*.
“No começo do ano tive que comprar uma televisão e uma geladeira nova, porque queimaram. Quando estoura algum poste aqui, é a gente que sofre. Porque iluminação é rara e asfalto pior ainda”. “É triste ver a ‘cracolândia’ que tem aqui, ela é de dar inveja aquela lá do centro. Aqui rola droga, prostituição e morte, para os delatores”, finaliza.
Resposta da PM
A assessoria de comunicação da Polícia Militar informa que não há previsão de construção de um posto policial no Jardim Sumatra, uma vez que já existe um em funcionamento no Los Angeles e é o responsável pela mesma área. Uma orientação é para que a comunidade procure o Conselho Comunitário de Segurança Pública e repasse as demandas do bairro para que atitudes sejam tomadas para solucionar os problemas relativos a Segurança Pública.
Além disso, prossegue a assessoria, a PM tem um projeto na região para atender crianças e adolescentres denominado Bom de Bola Bom na Escola, que será implantado na região na semana que vem, sem data precisa ainda.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Ressarcimentos de planos de saúde ao SUS batem recorde

O valor pago por operadoras de planos de saúde ao Sistema Único de Saúde (SUS) pelo atendimento dos segurados em hospitais da rede pública bateu recorde no primeiro semestre deste ano. De acordo com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, os ressarcimentos ao SUS somaram R$ 25 milhões até agora, mais do que o total recebido pelo SUS entre 2008 e 2010.
Os planos de saúde devem ressarcir o SUS sempre que um dos seus clientes é atendido pela rede pública, e não por médicos e hospitais conveniados. Padilha disse que esses pagamentos estavam sendo feitos em ritmo lento. O governo, porém, pretende acelerar as cobranças “Queremos um ressarcimento crescente e, para isso, é fundamental o ajuste de um sistema de informação”, disse Padilha após participar da abertura da 16ª Conferência Municipal de Saúde de São Paulo.
Padilha informou que o Ministério da Saúde está trabalhando com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que regula o funcionamento dos planos de saúde, para obter dados sobre todos os atendimentos a clientes das operadoras feitos pelo SUS. Ele disse que uma resolução da ANS já prevê que as guias de atendimento dos clientes de planos indiquem também a identificação deles no sistema do SUS, justamente para facilitar o ressarcimento.
“Isso [a resolução] vai ser um ganho para o SUS, mas também para os planos de saúde”, disse Padilha. “Na medida que você integra o sistema de informação do SUS com o dos planos, os planos também passam a ter informações dos seus clientes quando eles passam pelo SUS.”
De acordo com Padilha, existem hoje mais de 45 milhões de usuários de planos de saúde no país. Em alguns locais, até 90% dos procedimentos de alta complexidade aos quais esses pacientes são submetidos são feitos pelo SUS.

Mortalidade infantil

A mortalidade infantil no Brasil está em queda acentuada desde 1990, quando passou de 47,1 óbitos a cada mil bebês nascidos vivos para 19,3 a cada mil em 2007. Com a redução de 59% do número de mortes em menos de 20 anos, o país deve atingir, em 2012, a quarta meta dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU). A entidade considera aceitável o número de 14,4 mortes por mil nascidos vivos.
Entre as causas do declínio do óbito de crianças no Brasil estão a ampliação das campanhas de vacinação, maior cobertura do pré-natal, redução da taxa de fecundidade, melhoria dos serviços de saúde, aumento do aleitamento materno e do grau de escolaridade das mães.
Aproximadamente 70% das mortes de recém-nascidos poderiam ser evitadas se as mulheres recebessem maior orientação no pré-natal e parto. Em 2004, o governo federal lançou o Pacto Nacional pela Redução da Mortalidade Materna e Neonatal, iniciativa que envolve gestores das esferas federal, estadual e municipal, sociedade civil, universidades e sociedades médicas.
Entre as principais ações realizadas pelo Estado Brasileiro está a implantação de comitês para identificar as circunstâncias dos óbitos maternos e propor ações para reduzir as ocorrências, a notificação compulsória do óbito materno, a publicação da lei que garante o direito da gestante à presença de acompanhante durante o parto no âmbito do SUS, o incentivo ao parto normal, a eliminação da sífilis na gestação e sífilis congênita e a redução da transmissão do HIV.
A avaliação das ações realizadas pelos parceiros do Pacto Nacional é feita pela Comissão Nacional de Monitoramento e Avaliação, composta por 37 representações do governo federal e sociedade civil. Cabe ao órgão também propor ações, diretrizes e princípios éticos para o programa e acompanhar ações dos gestores nas três esferas de governo.
O Pacto pela Redução da Mortalidade Infantil é um compromisso do Estado brasileiro para acelerar a redução das desigualdades no Nordeste e na Amazônia Legal. A proposta é reduzir em, no mínimo, 5% ao ano a mortalidade infantil (crianças menores de 1 ano de idade), especialmente o neonatal (até 27 dias de nascido), nos anos de 2009 e 2010.
As ações desenvolvidas serão concentradas em 250 cidades. São 154 municípios prioritários em oito estados do Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe) e 96 municípios prioritários em nove estados da Amazônia Legal (Amapá, Acre, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Roraima, Rondônia e Tocantins). Além da saúde da mulher e criança, nessas áreas os objetivos são diminuir o analfabetismo e fortalecer a agricultura familiar.

Combate à dengue

A dengue é um dos principais problemas de saúde pública não apenas no Brasil, mas em todo o mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), entre 50 milhões e 100 milhões de pessoas são infectadas anualmente em mais de 100 países de todos os continentes, exceto a Europa. No Brasil, as condições socioambientais favoráveis à expansão do mosquito Aedes aegypti possibilitaram a dispersão do vetor desde sua reintrodução no país, em 1976. Desde então, o mosquito transmissor da
dengue mostrou altíssima capacidade de adaptação ao ambiente criado pela urbanização acelerada e pelos novos hábitos da população.
Em 1996, o Ministério da Saúde propôs o Programa de Erradicação do Aedes aegypti (PEAa). Ao longo do processo de implantação desse programa, observou-se a inviabilidade técnica de erradicação do mosquito no curto e médio prazo. O PEAa, mesmo não atingindo seus objetivos, teve méritos ao propor a necessidade de atuação multissetorial e prever um modelo descentralizado de combate à doença, com a participação das três esferas de governo: Federal, Estadual e Municipal.
Os resultados obtidos no Brasil e o próprio panorama internacional, onde inexistem evidências da viabilidade de uma política de erradicação do vetor no curto prazo, levaram o Ministério da Saúde a fazer uma nova avaliação dos avanços e das limitações. O objetivo era estabelecer um novo programa que incorporasse elementos como a mobilização social e a participação comunitária. Tais ações são indispensáveis para responder de forma adequada a um vetor altamente domiciliado.
Na década de 90, o surgimento e a rápida disseminação da dengue tipo 3 evidenciaram a facilidade para a circulação de novos tipos do vírus com as multidões que se deslocam diariamente. Esses eventos ressaltaram a possibilidade de ocorrência de novas epidemias de dengue. Nesse cenário epidemiológico, tornou-se necessário intensificar o conjunto de ações que vinham sendo realizadas e outras a ser elaboradas.
O Ministério da Saúde implantou ações permanentes de combate à doença, o desenvolvimento de campanhas de informação e mobilização social, o fortalecimento da vigilância epidemiológica e entomológica para detectar antecipadamente surtos da doença e o desenvolvimento de instrumentos mais eficazes de acompanhamento e supervisão das ações desenvolvidas pelo Ministério da Saúde.
Doença e prevenção



A dengue é uma doença febril aguda causada por um vírus de evolução benigna na maioria dos casos. Seu principal vetor é o mosquito Aedes aegypti, que se desenvolve em áreas tropicais e subtropicais. O vírus causador da doença possui quatro sorotipos: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. Quando infectada, a pessoa fica imunizada de forma definitiva contra o tipo de vírus que contraiu e temporariamente contra os outros três. Existem duas formas de dengue: a clássica e a hemorrágica. A primeira geralmente apresenta como sintomas febre, dor de cabeça, dor no corpo, nas articulações e por trás dos olhos, podendo afetar crianças e adultos, mas raramente mata. A dengue hemorrágica é a forma mais severa da doença, pois, além dos sintomas citados, é possível ocorrer sangramento, ocasionalmente choque e óbito.
O grande problema para combater o mosquito Aedes aegypti é que sua reprodução ocorre em qualquer recipiente utilizado para armazenar água, tanto em áreas sombrias como ensolaradas. A prevenção e as medidas de combate exigem a participação e a mobilização de toda a comunidade, com a adoção de medidas simples, como evitar o acúmulo de água limpa nas casas, visando à interrupção do ciclo de transmissão e contaminação.
Caso contrário, as ações isoladas poderão ser insuficientes para acabar com os focos da doença. Na eventualidade de uma epidemia de dengue em uma comunidade ou em um município, há a necessidade de executar medidas de controle, como o uso de inseticidas aplicados por carro-fumacê ou nebulização, para diminuir o número de mosquitos adultos transmissores e interromper a disseminação da epidemia.


Banco de leite

O leite humano é essencial para proteger recém-nascidos porque alimenta e protege contra diarréia, infecções respiratórias, diabetes e alergias. Para garantir o leite materno a bebês cujas mães não podem amamentar, foram criados em todo país os Bancos de Leite Humano. Eles recebem, pasteurizam e distribuem o leite para as crianças internadas em unidades neonatais. O Brasil possui a maior rede de Bancos de Leite Humano do mundo, reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Ações coordenadas, pesquisa e desenvolvimento tecnológico reduzem custos operacionais e garantem o padrão de qualidade. Em todo Brasil, os procedimentos executados nos Bancos de Leite Humano são supervisionados pela Vigilância Sanitária dos Estados e Municípios e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Todos os processos foram validados pelo Centro de Referência Nacional, instalado no Instituto Fernandes Figueira - Fundação Oswaldo Cruz-, que há duas décadas trabalha no campo da investigação científica e do desenvolvimento tecnológico.
Toda mulher saudável, com excesso de leite e que não usa medicamentos que impeçam a doação pode contribuir. O leite humano doado, após passar por processo que envolve seleção, classificação e pasteurização, é distribuído aos hospitais.
Como preparar o frasco para coletar o leite humano?
• Escolha um frasco de vidro com tampa plástica, pode ser de café solúvel ou maionese;
• Retire o rótulo e o papelão que fica sob a tampa e lave com água e sabão, enxaguando bem;
• Em seguida, coloque em uma panela o vidro e a tampa e cubra com água, deixando ferver por 15 minutos (conte o tempo a partir do início da fervura);
• Escorra a água da panela e coloque o frasco e a tampa para secar de boca para baixo em um pano limpo;
• Deixe escorrer a água do frasco e da tampa. Não enxugue;
• Você poderá usar quando estiver seco.
Como se preparar para retirar o leite humano (ordenhar)?
O leite deve ser retirado após o bebê mamar ou quando as mamas estiverem cheias. Ao retirar o leite, é importante seguir algumas recomendações:
• Escolha um lugar limpo, tranquilo e longe de animais;
• Prenda e cubra os cabelos com uma touca ou lenço;
• Evite conversar durante a retirada do leite ou utilize uma máscara ou fralda cobrindo o nariz e a boca;
• Lave as mãos e antebraços com água e sabão e seque em uma toalha limpa.
Como guardar o leite retirado para doação?
O frasco com o leite retirado deve ser armazenado no congelador ou freezer. Na próxima vez que for retirar o leite, um novo recipiente esterilizado deve ser usado.O leite pode ficar armazenado congelado por até 15 dias.

Programas e campanhas

O número de doadores de órgãos no Brasil cresce cada dia e, com ele, o índice de transplantes realizados no país. Atualmente, o programa público nacional de transplantes de órgãos e tecidos é um dos maiores do mundo. Para ser doador, não é necessário deixar documento por escrito. Cabe aos familiares autorizar a retirada, após a constatação da morte encefálica. Neste quadro, não há mais funções vitais e a parada cardíaca é inevitável.
Embora ainda haja batimentos cardíacos, a pessoa com morte cerebral não pode respirar sem ajuda de aparelhos. O processo de retirada dos órgãos pode ser acompanhado por um médico de confiança da família. É fundamental que os órgãos sejam aproveitados enquanto há circulação sangüínea para irrigá-los. Mas se o coração parar, somente as córneas poderão ser aproveitadas.
Quando um doador efetivo é reconhecido, as centrais de transplantes das secretarias estaduais de saúde são comunicadas. Apenas elas têm acesso aos cadastros técnicos de pessoas que estão na fila. Além da ordem da lista, a escolha do receptor será definida pelos exames de compatibilidade com o doador. Por isso, nem sempre o primeiro da fila é o próximo a ser beneficiado. As centrais controlam todo o processo, coibindo o comércio ilegal de órgãos.
Divulgação/Ministério da Saúde
AmpliarCampanha de incentivo à doação de órgãosPara ser doador é preciso:
• Ter identificação e registro hospitalar;
• Ter a causa do coma estabelecida e conhecida;
• Não apresentar hipotermia (temperatura do corpo inferior a 35ºC), hipotensão arterial ou estar sob efeitos de drogas depressoras do Sistema Nervoso Central;
• Passar por dois exames neurológicos que avaliem o estado do tronco cerebral. Esses exames devem ser realizados por dois médicos não participantes das equipes de captação e de transplante
 • Submeter o paciente a exame complementar que demonstre morte encefálica, caracterizada pela ausência de fluxo sangüíneo em quantidade necessária no cérebro, além de inatividade elétrica e metabólica cerebral;
• Estar comprovada a morte encefálica. Situação bem diferente do coma, quando as células do cérebro estão vivas, respirando e se alimentando, mesmo que com dificuldade ou um pouco debilitadas.
Observação: Após diagnosticada a morte encefálica, o médico do paciente, da Unidade de Terapia Intensiva ou da equipe de captação de órgãos deve informar de forma clara e objetiva que a pessoa está morta e que, nesta situação, os órgãos podem ser doados para transplante.

Governo do Estado privatiza serviços do Hospital Regional com recursos do SUS

Ao mesmo tempo em que o governo estadual aumentou o volume e o valor dos contratos com empresas privadas que executam os serviços terceirizados de saúde do Hospital Regional Rosa Pedrossian, os seus resultados do HR declinaram.
É o que indicam estatísticas de atendimento divulgadas no próprio site do HR versus os valores dos contratos de terceirizados publicados no Diário Oficial do MS.
As informações disponibilizadas pela direção do hospital confirmam que a situação do atendimento em algumas especialidades tem precariedade maior. É o caso da emergência pediátrica, realizada no pronto atendimento. Os números demonstram uma redução drástica no atendimento às crianças da emergência pediátrica.
Em janeiro deste ano, os atendimentos já eram poucos, apenas 23 casos. Em fevereiro foram 26. Mas em março, o parco número de atendimentos caiu para um inacreditável único caso. E em abril foram apenas três casos.
Em oncologia pediátrica, não há médicos listados, bem como na neurologia pediátrica. Mas não só as crianças sofrem com o problema. No site do HR, o item "Diagnóstico e Tratamento em Quimioterapia" está riscado.
No ambulatório ortopédico, apenas dois médicos estão listados no site do HR para atender uma demanda crescente em todo o estado – acidentes com motos. E nos tratamentos, não adianta esperar por um eletroencefalograma, porque o procedimento não existe, segundo a divulgação do hospital.
Terceirizados passaram a ganhar mais no mesmo período
A começar pela gestão do HR, controlada pela SPDM, que responde processos movidos pelo Ministério Público Federal de São Paulo, Tribunal de Contas da capital paulista e Tribunal de Contas da União, muitos outros serviços essenciais do hospital estão nas mãos de empresas privadas.
Arquivo, limpeza, esterilização, exames e laboratório são feitos por empresas com altos contratos, comumente aditivados, e que na prática substituem o corpo de funcionários do hospital e reduzem a sua capacitação.
Comentando os efeitos da terceirização nos serviços de saúde públicos de Mato Grosso do Sul, especificamente sobre a Oncologia do HR, o procurador dos Direitos do Cidadão, Felipe Fritz Braga, foi efusivo. "Porque não houve investimento na área pública? Derramam-se recursos vultosos na rede privada de saúde - e aí incluo as instituições filantrópicas, como Hospital do Câncer e também Santa Casa - mas pouco se aplica, em termos proporcionais, nos hospitais públicos". O procurador se referia à fila de radiologia, que no final de 2010 tinha 166 pacientes em espera pelo tratamento.
Em outubro do ano passado, o HR aprofundou um processo de redução de custos do hospital, por decisão do governador André Puccinelli, que alegou necessidades de cumprir com a Lei de Responsabilidade Fiscal.
No entanto, os contratos com empresas que assumiram os serviços do HR aumentaram. Um exemplo claro é o sistema de arquivos do Hospital, tanto de prontuários como de medicamentos e próteses. O HR tinha uma unidade própria, mas desde 2009 quem responde por esses serviços é a empresa Arquivoteca, de propriedade de Gilmar França dos Santos e Alberto Raghiante Junior.
Contratada sem licitação por "notória especialidade", a Arquivoteca recebeu em 2008, segundo o Diário Oficial do Estado, de 13 de dezembro de 2008, o valor de R$188.280,00. Em 2 de junho de 2010, o mesmo contrato passou para R$ 475.200,00 anuais.
Outra empresa dos mesmos proprietários, a Stock Service Armazenagem de Suprimentos e Objetos Ltda, foi também contratada para gestão e armazenamento de insumos e medicamentos diversos, também sem licitação, por "notória especialidade". O contrato assinado com a Fundação de Saúde foi firmado em 2 de maio por R$ 900.000,00 relativos a um período de 12 meses de serviços. Nesse mês de junho, segundo o portal Transparência, do governo do MS, as duas empresas receberam R$ 257.100,00.
A reportagem do Midiamax procurou os proprietários das duas empresas para saber quantos volumes do HR guardam em seus estabelecimentos, mas os proprietários responderam que cláusulas de confidencialidade não permitiam divulgação. Gilmar França apenas se limitou a dizer que "os contratos com o Estado são poucos".
Do lado de fora da Stock Service, em dias diferentes, a reportagem constatou pilhas com caixa de insumos clínicos sob o sol intenso. No entanto, pelos menos motivos, alegados pelos proprietários, não pode constatar se estavam cheias ou vazias. Algumas aparentavam ter o lacre dos fabricantes ainda intacto.

Professores de Bela Vista definem se entram em greve nesta terça-feira

Os cerca de 300 professores da rede municipal da cidade Bela Vista, a 356 km, na fronteira com o Paraguai, definem em assembleia marcada para as 14 horas desta terça-feira se aderem à greve, ou não. Eles iam conversar com o prefeito Chico Maia, do PT, pela manhã, mas não foram atendidos, segundo o presidente do Sinted (Sindicato dos Trabalhadores na Educação) da região, Elder Basso.
Os professores brigam pela imposição do piso nacional, já reconhecido por lei federal. Basso disse que o prefeito considerou a regra somente a parte dos professores. O salário da outra parte magistério local foi congelada, segundo o sindicalista.
Basso disse ainda que a categoria suspendeu as aulas hoje porque haviam agendado a audiência com o prefeito. “Ele [Chico Maia] disse por telefone que a reunião não tinha sido marcada, mas nós fizemos isso no dia 21 passado, por meio de ofício. Na realidade, ele não quis nos atender”, disse Basso.
O presidente da Fetems (Federação dos Trabalhadores na Educação de Mato Grosso do Sul), Jaime Teixeira e o secretário de Finanças da entidade, Roberto Magno Botareli Cesar, acompanham as negociações.
O prefeito ainda não se manifestou oficialmente quanto à possibilidade de greve. “Pelo telefone, o prefeito que podemos protestar e entrar em greve”, afirmou Basso.

Candidatura de Márcia à reeleição tem resistência até no PMDB de Três Lagoas

A sucessão municipal já agita os bastidores políticos de Três Lagoas, a 332 quilômetros de Campo Grande. Enquanto algumas candidaturas já se consolidam, como a do vereador Ângelo Guerreiro (PDT), outros partidos devem ter disputa interna acirrada.
É o caso do PMDB, partido da atual prefeita, Márcia Moura, que assumiu a prefeitura após a prefeita eleita, Simone Tebet (PMDB), deixar o cargo para ser vice-governadora. Mesmo entre os peemedebistas há resistência à tentativa de reeleição de Márcia.
O vereador Jorge Martinho (PMDB) diz que a candidatura da atual prefeita para reassumir o cargo deve ser estudada com cautela, porque os votos da eleição passada foram destinados à Simone. "Ela não teve voto para estar aonde está. Acho muito difícil uma candidatura dentro dessa realidade", analisa.
Segundo o peemedebista, o desempenho da prefeita também prejudica os projetos de reeleição. "A Márcia perdeu a oportunidade de mostrar o seu trabalho, de se impor. Acredito que ela tem todas as condições de fazer uma boa gestão, mas uma prefeita não pode ser apenas “copiloto” na Prefeitura de Três Lagoas”, afirmou.
Martinho se refere à intervenção exagerada que acha existir da atual vice-governadora Simone sobre a ex-vice-prefeita.
O presidente do diretório do PMDB, José Paulo Rimoli, acha muito cedo para decidir quem irá disputar as eleições pelo partido, mas admite que o nome de Márcia não está confirmado. “Fica muito difícil apontar um nome agora. Não posso dizer se será a Márcia. Na linha natural é ela, mas em seis meses tudo pode mudar”, explicou.
Outros partidos
Enquanto a indefinição continua no PMDB, outros partidos tentam adiantar o processo. Um dos políticos que já se declara pré-candidato, Ângelo Guerreiro (PDT), é disputado entre um partido da base aliada ao governo e a sua atual sigla partidária. Também há membro do PMDB afirmando que o partido deveria apoiá-lo.
Segundo a presidente do diretório do PSDB, em Três Lagoas, Fátima Montanha, o convite já foi feito para que Ângelo Guerreiro dispute a Prefeitura do Município pelo PSDB.
“Apesar de ser muito cedo, o PSDB vem buscando se estruturar, viabilizar uma candidatura própria. Convidamos o Ângelo Guerreiro para ingressar no PSDB, mas não há nada definido. Com a reforma política, estamos avaliando todas as possibilidades, mesmo diante do fato de que sempre caminhamos ao lado do PMDB”, afirmou.
O pedetista, que também é presidente do PDT na Cidade, revela que o convite partiu do próprio Reinaldo Azambuja (PSDB), mas até o momento a idéia é permanecer no PDT e disputar a prefeitura pela sigla.
"O projeto para disputar a Prefeitura de Três Lagoas, por enquanto, é pelo PDT. Entretanto, algumas alterações podem ser feitas até setembro. Temos buscado fazer os elos de costura normais na política, mas estamos tomando cuidado, pois o sucesso, de uma negociação sobre coligações e apoios, depende do sigilo. Dessa forma, prevenimos a interferência negativa de outros partidos”, explicou.
O vereador Jorge Martinho (PMDB) chegou a cogitar que o partido da atual prefeita deveria apoiar Guerreiro nas próximas eleições. “Na eleição de Simone Tebet (PMDB), o PDT era um de nossos aliados. Acredito que o partido deveria avaliar essa possibilidade. Afinal, porque não conceder a oportunidade para quem nos apoiou anteriormente?”.
Já o PSL e o PRP pretendem lançar candidatura própria nas próximas eleições. Os presidentes dos diretórios municipais são os nomes mais cotados para a disputa.
No PSL, Salus Nunes da Silva, diretor executivo do Sindicato dos Empregados de Papel e Celulose, espera que o grande contingente de pessoas vindas de outros municípios para trabalharem nas empresas deste ramo, em Três Lagoas, se converta em votos.
“Temos contato direto com muita gente que veio de fora, mas agora vota no Município. Membros de uma igreja evangélica também sinalizaram o apoio. Dessa forma, esperamos que nossa candidatura já nasça forte”.
O PRP se diz fortalecido para disputar a cadeira do executivo na Cidade. “Nós estamos em condições para lançar candidatura própria. Já fui candidato nas últimas eleições, mas agora nosso partido se fortaleceu. É possível que eu saia novamente no ano que vem”, informou Luis Antonio Silva Martins (Tidico), presidente do diretório do PRP, em Três Lagoas.
Indefinidos
Entre as demais siglas partidárias, Luiz Akira, presidente do diretório do DEM, no município, afirmou que nada está definido. “A idéia é fortalecer o partido através de uma candidatura própria, mas ainda não analisamos os possíveis nomes que poderiam disputar o executivo, nem aqueles que pleitearão vagas no legislativo. Contudo, não descartamos a hipótese de coligarmos em outras legendas. Tudo depende dos acordos que serão efetuados até setembro”.
No PT, há três nomes com possibilidades, porém também não há descarte de um possível apoio a candidato de outro partido. “Temos o Marco Lúcio Trajano dos Santos, a professora Iara Neves e o Gilmar Tosta como opções. Assim como poderemos apoiar candidato de outro partido, desde que seu plano de governo contenha ações às quais o PT considera como fundamentais para uma boa administração, principalmente nos setores da saúde e da educação”, explicou Nivaldo Gonçalves dos Reis, presidente do diretório Municipal.
Possíveis coligados
Tanto o PP quanto o PPS alegam não ter a intenção de lançar candidatura própria para o executivo de Três Lagoas.
Amilton Aparecido da Silva, presidente do diretório do PP, disse que o partido cogita uma coligação. “Nós iremos apoiar alguém. A Regional do PP, no Estado, ainda não entrou em contato sobre esse assunto. Porém já posso adiantar, no meu caso, que não farei oposição à atual Prefeita”.
De acordo com o presidente do PPS, na Cidade, Milton Gomes Silveira, a decisão final será do colegiado. “Hoje não temos nenhum nome em análise. Só se aparecer alguém até setembro. O colegiado irá, em momento oportuno, se reunir para deliberar sobre o assunto”.
O PR e o PRB sinalizaram que nada está definido, mas tendem a ingressar em coligações com outros partidos.
Os demais cinco partidos – PHS, PMN, PSC, PSOL e PV, com cadastro ativo no Tribunal Regional Eleitoral (TRE/MS), com diretórios em Três Lagoas, mas ainda sem representação eletiva, não foram localizados pela reportagem para falar sobre os planos para 2012.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Dilma nomeia Lula para chefiar missão em assembleia africana

A presidente Dilma Rousseff nomeou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como chefe da missão brasileira que participará da 17a Assembleia Geral da União Africana. O decreto foi publicado na edição desta segunda-feira do Diário Oficial.
O encontro será realizado entre os dias 28 de junho e 1o de julho na Guiné Equatorial com o tema "Empoderamento da Juventude para o Desenvolvimento Sustentável".
Lula, cujo governo liderou uma política de aproximação dos países africanos, fará também uma palestra a convite do presidente do país, Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, no dia 30, informou sua assessoria.
A União Africana reúne os países africanos para promover a integração, a cooperação, o desenvolvimento e a paz no continente.
Além de Lula, a comitiva brasileira será formada pelos embaixadores Paulo Cordeiro de Andrade Pinto, subsecretário do Ministério de Relações Exteriores; Eliana da Costa e Silva Puglia, embaixadora designada do Brasil para a República da Guiné Equatorial; e Isabel Cristina de Azevedo Heyvaert, embaixadora do Brasil em Adis Abeba.

Após defender pesquisas, agora Puccinelli diz que é 'cedo demais' para definir candidatos

O governador André Puccinelli (PMDB) disse na manhã desta segunda-feira (27) que é cedo ainda para definir as candidaturas para as eleições municipais do ano que vem. “É muito cedo para lançar candidatura em qualquer município do Estado de Mato Grosso do Sul. O momento ideal eu creio que seja o ano que vem”, argumentou durante a cerimônia de posse de Marisa Serrano como conselheira do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul (TCE).
Puccinelli, que já encomendou pesquisas qualitativas e quantitativas para saber quais os nomes tem mais aceitação para ser prefeito de Campo Grande no lugar de Nelson Trad Filho (PMDB), quer que os processos andem mais calmos para 2012.
Nesse fim de semana, o deputado federal Geraldo Resende (PMDB) se lançou candidato à prefeitura de Dourados e disse que o vice-presidente Michel Temer (PMDB) participa do encontro regional da sigla, no mês que vem, onde apontará as estratégias que o PMDB deverá tomar nas eleições do ano que vem.
Em Campo Grande, vários partidos já lançaram seus pré-candidatos a prefeitura. O tucano Reinaldo Azambuja já almeja a cadeira de chefe do executiva municipal, os vereadores Athayde Nery (PPS) e o vereador Paulo Siufi (PMDB), os deputados federais Luiz Henrique Mandetta (DEM) e o republicano Edson Giroto, apontado até por peemedebistas como o predileto de André Puccinelli. Além dos deputados estaduais Marquinhos Trad (PMDB) e Alcides Bernal (PP).
Os partidos que compõem a base aliada do governador estão começando a seguir seus próprios caminhos já que a maioria tem a orientação nacional de que tem que ter candidatos próprios para o pleito do ano que vem.
O PSDB de Reinaldo Azambuja já deixou claro que a sigla terá candidatura própria e que só coliga com o PMDB se for cabeça de chapa. O PPS de Athayde Nery alardeia que a sigla terá candidatura própria e até provocou uma crise com o atual prefeito Nelsinho Trad.
O PR de Giroto também já confirmou que o republicano será lançado como candidato a prefeito e como já e de conhecimento público ele possui a benção do governador. Dentro do PMDB de André existem muitos pré-candidatos, mas até o momento nenhuma definição de quem será o candidato que sucederá Nelsinho na prefeitura da Capital.

Ministério da Saúde investiga jornada de trabalho de médicos do Hospital Regional

Os vários empregos dos médicos do HR está em análise pela Secretaria de Atenção à Saúde, órgão do ministério responsável por implantar as políticas de atenção básica e especializada do SUS. A informação está na tela do site do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), onde o HRMS possui um aviso grafado em vermelho:

"Estabelecimento em análise por descumprimento aos Artigos 2º e 5º, da Portaria SAS/MS nº 134/2011"
A portaria em questão, baixada em 4 de abril deste ano pela Secretaria de Atenção à Saúde, estabelece limites de carga de trabalho baseadas no artigo 37 da Constituição Federal, que não permite a acumulação de mais de dois cargos públicos.
O Art. 2º da portaria explicita a proibição de "cadastramento no CNES de profissionais de saúde em mais de 02 (dois) cargos ou empregos públicos" e a penalidade prevista em caso de descumprimento é "a rejeição da produção processada no SIA/SUS e SIHD, executada pelo respectivo profissional nos estabelecimentos em que esteja vinculado". Ou seja, não haverá pagamento daquilo que for produzido acima do limite fixado.
A portaria 134/2011 ainda tem o cuidado de alertar que os dois cargos públicos ou privados só serão aceitos no cadastro do CNES se os horários forem compatíveis, como define o Art. 37, inciso XVI, alínea 'c', da Constituição Federal de 1988.
O CNES reúne informações dos serviços hospitalares, clínicos e médicos de todo o país, formando uma base de planejamento nacional da saúde.
Dados do HRMS no DATASUS revelam alta jornada de trabalho
Além dos empregos públicos, no cadastro de alguns dos médicos do HRMS no CNES existe o acúmulo de trabalho também em hospitais particulares, o que impossibilitaria o atendimento de qualidade aos pacientes do sistema, segundo presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Seguridade Social de Mato Grosso do Sul (Sintss-MS), Cássio Pereira. A legislação estabelece um limite para a jornada máxima de 60 horas semanais.
A reportagem do Midiamax examinou os dados de médicos do HRMS, disponibilizados no site do hospital e pelo cadastro nacional do SUS. Há vários profissionais com mais de três empregos, em jornadas de trabalho que mesclam hospitais do SUS, como o HRMS, a Santa Casa, o Hospital Universitário e o conveniado São Julião, com clínicas e hospitais privados. A média de trabalho semanal, em muitos casos, varia de 70 a 89 horas semanais.
Os dados do DATASUS revelam que um diretor do hospital se encaixa nesse quadro, com dois empregos pagos pelo SUS e três outros em hospitais privados, numa jornada semanal de 72 horas.
Outro médico que é proprietário de uma clínica particular cumpre uma jornada de 89 horas em três hospitais do SUS, com 76 horas semanais, além de dirigir a sua clínica e fazer as suas consultas particulares. E não é só. Um cardiologista do HR, segundo o CNES, trabalha as incríveis 115 horas semanais, como contratado em dois hospitais públicos (HR e HU), e mais três hospitais particulares.
Em outro caso, a ficha de um médico releva uma jornada de 108 horas semanais, o que daria uma média diária de 18 horas/dia, com exceção do domingo. Mesmo que a divisão das horas trabalhadas fosse por sete dias, a jornada diária seria de 15,4 horas.
Além de trabalhar no HR, o médico faz cirurgias pelo SUS, plantões na Santa Casa, no hospital São Julião e ainda atende pacientes particulares na clínica onde também trabalha.
Para o presidente do Sintss-MS, essa situação tem explicações diferentes, caso a caso. "Primeiro tem aquele profissional que realmente precisa trabalhar e trabalha 18 horas e tem outro que não trabalha tanto, passa no local de trabalho, prescreve o que tem que prescrever e vai embora".
Segundo ele, a prática serve ao "monopólio do serviço, porque é interessante para o profissional de alguma clínica, que tem remuneração boa, ser o detentor daquele serviço, ele não abre mão, e fica no serviço no Hospital Regional, serviço na Santa Casa, serviço no Hospital Universitário e serviço na iniciativa privada, onde ele cria um monopólio no campo seu campo de atuação".
Outro fator, segundo o sindicalista, está ligado à baixa remuneração dos médicos no serviço público, o que geraria acúmulo de trabalho para compor a renda.
"O DATASUS tem que ter o cadastro correto de tudo o que faz o médico, para evitar o que aconteceu em Campinas". Cássio Pereira falava da denúncia do Fantástico sobre fraudes no SUS, na qual 70 médicos e dentistas que recebiam do sistema público de saúde sem trabalhar.
Nessas condições, as queixas da população sobre a rapidez do atendimento são constantes. Para o sindicalista, o que existe "é uma precarização da assistência, porque você vai estar num grau de estresse alto, e fica psicologicamente sem condição de estar no outro dia na mesma atividade".
Informações sobre médico que trabalha 108 são desencontradas
Para checar a veracidade do que revelam as fichas do CNES, a reportagem simulou a necessidade de uma consulta, tentando falar com o médico cuja ficha no CNES revela jornada de 108 horas semanais, quase o dobro do permitido pela legislação. No setor clínico de Campo Grande, o médico é considerado um trabalhador assíduo.
Telefonando aos seus locais de trabalho, a reportagem procurou agendar uma consulta na clínica particular onde trabalha. A tentativa foi em vão, mas é possível considerar que ele não tivesse sido localizado pelas atendentes.
Para a consulta simulada, a secretária do médico relatou os horários disponíveis, sempre às segundas e quartas à tarde, e sexta-feira pela manhã. Segundo ela, o resto do tempo ele passa dentro do HR. Não houve menção dos outros hospitais que constam na ficha do médico no DATASUS – o São Julião e a Santa Casa.



"A Acrissul não vai aceitar interferência do André na eleição da entidade", diz Jonathan

O presidente em exercício da Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul (Acrissul), Jonathan Barbosa, em entrevista ao Midiamax, faz duras críticas ao modo de aplicação dos recursos do Fundersul, bem como na maneira que o governador André Puccinelli tem interferido em questões que envolvem entidades classistas e definições políticas que deveriam ser assunto exclusivo de outras siglas partidárias que não são a sua, o PMDB.
Um dos maiores descontentamentos de Jonathan, que é um dos fundadores do PSDB no Estado, é sobre a ida de Antônio Russo (PR) para o Senado, o que ele qualifica com "uma manobra política suja" desde que foi definida a tucana Marisa Serrano na eleição ao Senado há seis anos. Confira.
Midiamax – Sobre Antônio Russo hoje estar ocupando a vaga de senador deixada por Marisa Serrano, que foi para o TCE. Que sentimento o senhor tem, como fundador do PSDB no Estado?
Jonathan Barbosa – Sobre isto respondo que “a situação está russa! (risos). Eu digo, sem medo de errar e ser interpretado mal, que isto foi obra de arte do governador André Puccinelli. Não tem nada de Jerson Domingos (presidente da Assembléia), como tentam dizer. O Jerson fez o que ele (André) pediu. O quórum da assembleia votou no que ele queria.
Midiamax – E sobre a indicação de Marisa Serrano para o Tribunal de Contas deixando esta brecha para Antônio Russo assumir?
Jonathan Barbosa – A questão da Marisa nós já sabíamos por que ela estava procurando uma saída honrosa da política. Ela não queria disputar mais eleição, talvez porque já tenha problemas de natureza particular e porque ela acha que eleitoralmente seria difícil, já que o próprio governador iria bater chapa com ela. Tenho certeza que ao deixar o governo ele é candidato ao Senado e na única vaga que vai ter que é a dela. Ele (Puccinelli) já foi padrinho do Antônio Russo uma vez e agora de novo.
Da primeira vez foi quando plantou o Toninho Russo como primeiro suplente da Marisa. Eu, inclusive, nesta oportunidade, fui contra. Eu e outros como o Waldir Neves, a Tereza Cristina, fomos lá pra saber como seria a aliança. Ali então ele (André) falou: posso dar pra vocês (PSDB) a vaga ao Senado. Nós entendemos que viria a primeira suplência também, daí alguém falou: Quer dizer que temos também os dois suplentes? E ele: Não! Os dois não posso dar porque a primeira já tenho compromisso com o Toninho Russo. Eu fui voto vencido porque queríamos que fosse o Rubem Figueiró, mas a maioria acabou aceitando pra não perder a vaga para a Marisa.
Na verdade, ele não deu a vaga para o PSDB porque ele meteu um PR lá. Agora ele faz uma mexida e faz o homem (Russo) senador. Numa estratégia tira a Marisa da área e manda para o TCE. Posso falar como líder classista desta área rural que foi penalizada por este dito empresário do setor frigorífico, um dos homens que mais prejuízo deu para os pecuaristas deste estado.
Midiamax – Qual a opinião do senhor sobre estas intervenções do governador?
Jonathan Barbosa – O governador não deveria se meter nisto. Ele sabe que o Estado é eminentemente produtor de grãos e de carne. Ele premiar quem deu calote, inclusive teve gente que teve infarto por causa do calote do frigorífico do Russo (Independência) porque vendeu o boi e não recebeu por ele. Isto foi muito traumático para nossa classe. Não queremos e não podemos aceitar e muito menos compreendermos esta manobra suja. Acho que um estado como o nosso, neste momento, tem que tomar outro tipo de comportamento. Um senador que tem domicílio eleitoral em Nova Andradina, mas mora em são Paulo, não pode nos representar. Não é nada pessoal, mas a Acrissul deplora esta atitude.
Midiamax - Um das grandes reclamações do setor rural é sobre o Fundersul...
Jonathan Barbosa - Sim. A gente sempre lutou para que o Fundersul seja aplicado de acordo com o que se propõe e ele (Puccinelli) não gosta que se fale nisto. Talvez este mal-estar do governador com a Acrissul tenha nascido exatamente por causa da questão do Fundersul. Faz tempo que estamos tentando uma audiência com o governador para discutir com ele esta questão. Queremos procurar como melhor aplicar estes recursos. Porque o fazendeiro é o único que paga, mas todos usam. Ele não tem estradas, não tem ponte e padece por isto. Isto é caótico.
Admiro que a Assembleia Legislativa não tenha ainda chamado para a ordem esta questão. É injusto para quem paga, se é que tem que pagar. Temos que ter uma contrapartida. Se nós renovarmos nosso mandato, temos o compromisso de continuarmos com esta luta. Entendemos que o Fundersul como está é uma aberração.
O Fundersul já passa a ser palavrão, uma vergonha. Do jeito que está não podemos aceitar. Quero frisar que sou político do portão pra fora da Acrissul. Lá dentro não fazemos política como dizem, embora todos tenham algum partido que simpatize.
Midiamax – O senhor falou de interferência do governador nas questões classistas. Isto chegou também na eleição da Acrissul?
Jonathan Barbosa – eu entendo que quando você elege um governador, independente do partido, o compromisso que ele tem é o de cuidar da macropolítica, dos assuntos do governo, do Estado. Este nosso governador resolveu intervir, se intrometer em todo tipo de questão, inclusive nas associações de classe e partidos políticos como o PSDB. Ele pensa que o PSDB é um brinquedinho dele. Tenho uma história política e nunca vi um governador do Estado fazer coisas como este: jogando pesado, assediando. O conheço bem. Fui deputado, fui seu presidente. Sei que ele gosta de fazer isto.
Mas, falando da Acrissul, a história agora vai ser diferente: não vamos permitir isto. A Acrissul é uma entidade de 83 anos e não adianta usar chavão eleitoral “precisamos tirar a petezada de lá”, porque lá dentro ninguém faz política, mas quando um partido, como o PT, ou outro, nos ajuda, falamos. Se outro ajudar, também vamos falar.
O governador fala da gente, mas quando vai a Brasília tenta parecer mais PT do que o próprio PT. Ele beija a mão da Dilma e ainda a chama de fada madrinha. O governador devia se preocupar com outras questões como a da Santa Casa. Ele foi prefeito oito anos e vai ficar governador mais oito. Se não age como político, que pense ao menos como médico e ajude a Santa Casa que corre o risco de fechar suas portas.

domingo, 26 de junho de 2011

Perda de mandato por desfiliação na pauta da CCJ

A reforma política voltará a ser tema da reunião da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) na próxima semana. Na reunião de quarta-feira (29), os senadores apreciarão mais uma rodada de proposições elaboradas pela Comissão da Reforma Política. Um dos projetos que estão na pauta é o PLS 266/11, que prevê a perda de mandato para deputados e vereadores que se desfiliarem, sem causa justa, do partido pelo qual se elegeram.
O PLS 266/11 foi lido na última sessão da comissão e deve ser votado em decisão terminativaÉ aquela tomada por uma comissão, com valor de uma decisão do Senado. Quando tramita terminativamente, o projeto não vai a Plenário: dependendo do tipo de matéria e do resultado da votação, ele é enviado diretamente à Câmara dos Deputados, encaminhado à sanção, promulgado ou arquivado. Ele somente será votado pelo Plenário do Senado se recurso com esse objetivo, assinado por pelo menos nove senadores, for apresentado à Mesa. Após a votação do parecer da comissão, o prazo para a interposição de recurso para a apreciação da matéria no Plenário do Senado é de cinco dias úteis. . Relator da proposta, o presidente da CCJ, Eunício Oliveira (PMDB-CE), apresentou emenda limitando a perda de mandato aos políticos eleitos pelo sistema proporcional, ou seja, deputados federais, estaduais e vereadores. Aqueles eleitos pelo sistema majoritário (presidente e vice-presidente da República, governadores e vice-governadores, prefeitos e senadores) poderiam mudar de partido, sem perda de mandato, desde que a legenda integrasse a coligação pela qual foi eleito. A matéria teve pedido de vistaSolicitação feita pelo senador para examinar melhor determinado projeto, adiando, portanto, sua votação. Quem concede vista é o presidente da comissão onde a matéria está sendo examinada, por prazo improrrogável de até cinco dias. Caso a matéria tramite em regime de urgência, a vista concedida é de 24 horas, mas pode ser somente de meia hora se o projeto examinado envolve perigo para a segurança nacional. coletivo.
De acordo com a proposta, são motivos aceitáveis para transferência de legenda sem punição a incorporação ou fusão do partido; a criação de novo partido; mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário; e ainda grave discriminação pessoal.
Referendo sobre mudanças
Também na pauta da CCJ estão três propostas de emenda à Constituição que fazem parte do pacote da reforma política. A PEC 42/11 propõe uma medida formal para alteração na legislação eleitoral: a exigência de um referendo popular para que qualquer mudança no sistema eleitoral entre em vigor. O relator da proposta, senador Romero Jucá (PMDB-RR), apresentou voto favorável à matéria, que teve pedido de vista coletiva na última reunião da comissão. A justificativa da proposta é incluir a população na decisão da reforma política.
Já a PEC 40/11 proíbe coligações partidárias nas eleições proporcionais - para deputados federais, estaduais e vereadores. Relator na CCJ, o senador Valdir Raupp (PMDB-RO) deu voto favorável à medida, com rejeição de emenda apresentada pelo senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE). A proposta do senador pelo Sergipe era manter a proibição de coligações, mas permitir a criação da Federação de Partidos - entidade formada por legendas com identidade programática, registro na Justiça Eleitoral e funcionamento parlamentar conjunto por ao menos três anos.
A PEC 40/11 recebeu ainda voto em separadoRelatório elaborado por um parlamentar como alternativa ao texto do relator formal de determinada matéria. É apresentado quando um senador discorda do relatório apresentado. Somente é votado quando o relatório oficial é rejeitado. do senador Inácio Arruda (PCdoB-CE), contrário à sua aprovação. O senador argumenta que há coligações decorrentes de "afinidade programática entre os partidos" e que sua proibição só ocorreu na época da ditadura. "Se há problemas, vamos alterar a legislação com o objetivo do seu aperfeiçoamento, mas o Congresso Nacional não pode aprovar o retrocesso", diz o senador na justificativa de seu voto.
À espera de relatório na CCJ, está a PEC 43/11, que institui o sistema eleitoral proporcional de lista fechada nas eleições para a Câmara dos Deputados. A proposta tramita em conjunto com a PEC 23/11, que prevê realização de eleições internas diretas nos partidos políticos para a escolha de candidatos aos cargos eletivos - que viriam a compor a lista preordenada para as eleições. O relator da matéria é o senador Romero Jucá. Depois de aprovadas na CCJ, as PECs seguem para votação em Plenário.
Cláusula de desempenho e financiamento público
Na pauta da comissão, à espera de relatório, estão ainda o PLS 267/11 e o PLS 268/11. Elaborado pela Comissão da Reforma Política, o PLS 267/11 torna critério permanente a cláusula de desempenho para funcionamento parlamentar e para o acesso ao rádio e à televisão, corrigindo um vácuo legal sobre o tema.
Pela norma, é concedido funcionamento parlamentar aos partidos com, no mínimo, três representantes de diferentes estados - facultado à Mesa a decisão sobre partidos com número inferior a este. Já para acesso às redes de comunicação, o tempo a que a legenda tem direito no rádio e na TV varia conforme sua representatividade na Câmara.
O PLS 267/11 tramita em conjunto com o PLS 29/11, do senador Alvaro Dias (PSDB-PR), que pede a exclusão do cálculo do tempo de propaganda em rádio e TV dos minutos correspondentes aos partidos que não têm candidatos na disputa a que se refere aquela propaganda. O relator das propostas é o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB).
O PLS 268/11 dispõe sobre o financiamento público exclusivo das campanhas eleitorais. A proposta tramita em conjunto com o PLS 373/08, do senador Alvaro Dias, que permite a doação de recursos financeiros para campanhas eleitorais por meio de cartões de pagamento. Os projetos serão apreciados em decisão terminativa na CCJ.
A reunião da CCJ está marcada para as 10h de quarta-feira (29), na sala 3 da ala Alexandre Costa.

Morre o ex-ministro da Educação Paulo Renato Souza

O ex-ministro da Educação Paulo Renato Souza, 65 anos, morreu na noite deste sábado (25) após sofrer um infarto fulminante na cidade de São Roque, interior de São Paulo, onde passava o feriado de Corpus Christi em um hotel da cidade. Segundo informações da assessoria do governo do Estado de São Paulo, Paulo Renato chegou a ser socorrido, mas não resistiu.




O velório será realizado neste domingo (26) na Assembleia Legislativa de São Paulo, a partir das 10h. No Twitter, o ex-governador de São Paulo José Serra lamentou a morte de Paulo Renato. "Foi-se Paulo Renato, meu querido amigo, um dos maiores homens públicos do Brasil. Foi um grande secretário e um grande ministro da Educação", escreveu Serra.



Assim como Serra, outros políticos lamentaram a morte do ex-ministro. "Grande perda para o Brasil e para os amigos o falecimento do Paulo Renato de Souza" , escreveu o secretário estadual da Cultura de São Paulo, Andrea Matarazzo. "Estou chocado com a perda do amigo Paulo Renato Souza, o melhor chefe que tive em toda minha vida! Ministro da Educação de FHC", escreveu o coordenador de Comunicação da Secretaria de Transportes Metropolitanos, Raul Christiano.



Paulo Renato Souza Nascido em Porto Alegre, Paulo Renato era formado em economia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Um dos fundadores do PSDB, foi Ministro da Educação no governo Fernando Henrique Cardoso (entre 1995 e 2002) e Secretário de Educação do Estado de São Paulo no governo José Serra (entre 2009 e 2010) e no governo Franco Montoro (entre 1984 e 1986). Dentre as suas maiores realizações à frente do ministério da Educação estão o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb). Na década de 80, foi reitor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Na década de 70, Paulo Renato foi especialista das Nações Unidas em questões de empregos e salários. Ele também foi vice-presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento, em Washington. Atualmente, o ex-ministro não ocupava nenhum cargo público e atuava como consultor, principalmente em projetos ligados à educação, em empresas da iniciativa privada.