segunda-feira, 25 de julho de 2011

Lula já percorre País para vetar prévias no PT e negociar as alianças de 2012

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é contra a realização de prévias no PT para a escolha de candidatos às prefeituras, em 2012, e já trabalha para evitar a prática. Lula avalia que o modelo com voto dos filiados, tradicional no partido, deixa sequelas na disputa e mais atrapalha do que ajuda na atual temporada de costumes políticos pragmáticos.
Em viagens pelo País, Lula já está articulando candidaturas e alianças com o PT. Em São Paulo, ele está disposto a bancar a candidatura do ministro da Educação, Fernando Haddad, à revelia do PT. Pouco afeito a gestões políticas, Haddad enfrenta resistências na seara petista.
O empenho de Lula para varrer as prévias do mapa eleitoral não vale só para São Paulo. Ele combinou com a presidente Dilma Rousseff que cuidaria da montagem dos palanques nas principais capitais e enquadraria o PT. Aliancista, Lula avalia que o PT só deve apresentar candidato onde tiver reais chances de ganhar.
Caso contrário, recomenda ceder a cabeça da chapa para uma outra legenda. "Em determinadas situações, precisamos juntar todos os diferentes para enfrentar os antagônicos", diz o ex-presidente. "Quem tem responsabilidade com o projeto nacional faz suas contas olhando para o futuro", observa o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT).
Novidade.
Em São Paulo, Lula avalia que é preciso um nome novo na praça para enfrentar a "máquina" da Prefeitura, comandada por Gilberto Kassab (fundador do PSD), e também do governo, dirigido por Geraldo Alckmin (PSDB). Além disso, há o fator Gabriel Chalita, deputado que migrou do PSB para o PMDB e assusta os petistas.
A senadora Marta Suplicy (PT-SP) está na frente nas pesquisas, postula a indicação do partido para concorrer à Prefeitura de São Paulo - que já administrou de 2001 a 2004 - e acha que é a única em condições de derrotar José Serra (PSDB), apesar de enfrentar alto índice de rejeição. "Serra diz que não vai ser candidato, mas vai. Seria uma boa oportunidade para uma revanche", afirma ela, que perdeu a eleição para o tucano, em 2004.
Marta foi surpreendida pela movimentação de Lula, ficou contrariada, mas não crê que a candidatura de Haddad seja fato consumado. De qualquer forma, não pretende disputar prévia. Há, porém, quem prometa defender esse método até o fim, caso não haja acordo.
Ex-marido de Marta, o senador Eduardo Suplicy (SP) quer agora concorrer novamente à Prefeitura de São Paulo, cargo que já disputou em 1985 e 1992. "Por onde passo, todos me perguntam por que eu não sou candidato. Eu me disponho a ser e considero as prévias o mecanismo mais democrático do PT", insiste Suplicy, que praticamente obrigou o ex-presidente Lula a disputar com ele uma dessas primárias para definição do candidato ao Planalto, em 2002.
Trincheira.
Na prática, porém, Lula está de olho em 2014 ao promover articulações políticas para a eleição do ano que vem. "Não basta falar mal dos tucanos na véspera da eleição. Se a gente trabalhar direito, o Estado de São Paulo ficará pronto para a gente governar em 2014 e teremos um palanque forte para a Dilma", afirmou Lula no encontro estadual do PT, em Sumaré (SP), no mês passado. "São Paulo virou a trincheira da oposição ao nosso projeto nacional e é a nossa prioridade", argumenta o presidente do PT paulista, Edinho Silva.
O PT quer desbancar o PSDB, que ocupa há 16 anos o governo de São Paulo, mas está dividido. Até mesmo o grupo de Marta rachou e dois de seus ex-secretários - os deputados Jilmar Tatto e Carlos Zarattini - também são pré-candidatos à Prefeitura. Antes cotado, o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, não deve entrar no páreo. Mercadante foi o candidato do PT ao governo de São Paulo em 2010. Dificuldades.
O quadro, porém, não é fácil para o PT nos maiores colégios eleitorais do País. Além de São Paulo, o partido está cindido em Minas Gerais, não sabe que rumo seguir no Rio Grande do Sul e muito menos em Fortaleza, Recife e Curitiba. Para completar, o Supremo Tribunal Federal (STF) prevê o julgamento dos réus do mensalão - maior escândalo do governo Lula, revelado em 2005 - para o primeiro semestre de 2012.
O PT teme que o escândalo de 2005 seja ressuscitado, dê munição aos adversários e contamine a disputa. Em conversas com petistas e com a própria presidente Dilma Rousseff, Lula também prometeu atuar para desmontar o que chama de "farsa" do mensalão. Até agora, porém, o ex-presidente não deixou claro quais serão suas ações e sua estratégia. Mesmo depois de deixar o Palácio do Planalto, o ex-presidente nunca disse quem o traiu.

DNIT não cobrou de empreiteiras correção de irregularidades graves da BR-267 em MS

A reportagem do Midiamax percorreu os mesmos trechos da BR-267, como em março deste ano, para checar se o Dnit havia cumprido a determinação do TCU, de fazer com que as empreiteiras resolvessem os graves defeitos da pista, que surgiram depois de trechos da obra terem sido entregues ao tráfego.
Em nota à reportagem, o DNIT havia informado que os gastos com as correções seriam bancados pelas empreiteiras.
Mas agora, ao cruzar a BR-267, a reportagem encontrou novos e graves problemas naquilo que se pode chamar de "a reforma da reforma" da rodovia. Ondulações, rachaduras e remendos em profusão indicam que o velho "tapa-buraco" ajudou no acobertamento dos erros de engenharia.
O trecho mais danificado, próximo à Casa Verde, recebeu mais uma camada de asfalto sobre a pista, que estava totalmente esburacada depois das obras de reconstrução. A emenda ficou pior que o soneto porque já se formaram ondulações no local e o asfalto começa a ceder. Portanto, não será possível esconder os problemas debaixo do "tapete" de asfalto.
Mesmo assim, a Sucesso Engenharia, responsável pelo trecho, tem recebido seus pagamentos normalmente.
Dnit manda governo federal pagar empreiteira
No caso da BR-267, os principais problemas surgiram no trecho da Sucesso Engenharia, uma empresa do Piauí, que tem muitos contratos no Maranhão. A empresa já foi investigada em 2006 pela Polícia Federal por participação no caso Lunus, aquele do financiamento ilegal da campanha de Roseana Sarney à presidência da República, quando foram apreendidos R$ 1.500 milhão.
Mesmo com as irregularidades apontadas pelo TCU na BR-267, a empreiteira continua recebendo pagamentos avaliados pelo Dnit normalmente. A mesma coisa vale para as demais empreiteiras, mesmo que em seus trechos o asfalto apresente muitas ondulações e remendos visíveis.
Consultada pela reportagem, a assessoria da sede do Dnit em Brasília, garantiu que a "fiscalização das obras fica a cargo das superintendências regionais, que remetem as medições dos serviços efetuados (conferência daquilo que foi realizado) à sede da autarquia".:
Anonimamente, por temer retaliações profissionais, um engenheiro que atua em obras também no MS e em vários estados brasileiros, analisou tecnicamente as imagens gravadas na BR-267 pela reportagem, no último dia 21, quinta-feira passada.
Formado numa escola de engenharia da cidade de São Paulo e entrando na meia idade, portanto experiente, o engenheiro foi taxativo ao afirmar que os problemas da rodovia estão relacionados à base da estrada, que é a principal camada de sustentação do asfalto.
"Como a camada de asfalto é um pavimento flexível, não rígido como o concreto, qualquer defeito da base onde ela se apóia e sustenta compromete a pista de rolamento, aparecendo rachaduras, ondulações e o famoso couro de jacaré" (quando o asfalto vai formando pequenas fendas interligadas), garante ele.
"Sempre é preciso fazer um estudo criterioso para evitar a presença de água na base, por penetração direta ou capilaridade, quando a umidade sobe. Uma boa drenagem é a solução", complementa. O consultor acredita que nos piores trechos da BR-267 foi feito um revestimento mais fino, "para esconder o problema", se referindo à última e recente camada de asfalto colocada na pista esburacada. Segundo ele, o correto seria corrigir os problemas da base na própria restauração.
"Desse jeito e com esse tráfego pesado não vai durar um ano", sentencia.
Histórico de acobertamento
Em março deste ano, a reportagem do Midiamax mostrou o péssimo estado da BR-267 depois de uma reforma milionária de R$ 250 milhões, que deveria restaurar integralmente o pavimento e os acostamentos da rodovia.
A reportagem se baseou em auditoria do Tribunal de Contas da União que, em abril de 2010, concluiu inspeção que constatou irregularidades graves na obra como superfaturamento, uso de materiais inadequados e fiscalização omissa do Dnit/MS.
A direção do Dnit/MS nem sequer promoveu a contratação de empresa especializada em fiscalização de obras para que pudesse evitar os danos irreparáveis à rodovia e aos cofres públicos.

A BR-267 é a única rota de caminhoneiros que descem de Rondônia, Mato Grosso e grande parte do MS, em direção ao Porto de Santos ou empresas que industrializam os grãos do Centro-Oeste.
Pelas irregularidades graves que constam no acórdão 2959/2010-TCU, de novembro de 2010, o Tribunal responsabilizou diretamente o superintendente do Dnit-MS, Marcelo Miranda, os principais engenheiros do órgão regional, ressaltando a omissão na fiscalização das obras.
No relatório do acórdão 2959-TCU, o nome de Marcelo Miranda é citado sete vezes, em tópicos que o responsabilizam da "decisão pelo prosseguimento das obras de restauração da BR-267/MS, a despeito da insuficiência da fiscalização própria do DNIT e da inexistência de supervisão contratada", o que fere a lei 8.666 das licitações.
"Ao prosseguir na execução dos contratos de restauração sem fiscalização suficiente, a administração incorre no risco de pagar por serviços não executados e por outros de qualidade inadequada", afirmou o relator do TCU, José Múcio Monteiro.
No projeto das obras realizadas pelas empreiteiras Fidens, Delta, Almeida e Filho e Sucesso, o ex-secretário de Obras do MS, Edson Girotto e o governador André Puccinelli tiveram destacada participação, segundo afirmou à época o próprio deputado do PR.
"Isso foi um trabalho do André, do Marcelo, da bancada e nosso, técnico, meu e do Guilherme, para ajudar", afirmou Girotto. Guilherme Alcântara de Carvalho, citado por ele, é o segundo nome na hierarquia do Dnit/MS.
Depois de concluir seus trabalhos, o TCU encaminhou o acórdão para a Comissão de Finanças e Fiscalização do Congresso Nacional, em 3 de novembro de 2010, presidida pelo deputado Waldemir Moka, hoje senador. Ali, o assunto não mereceu destaque.
O caso agora deve ser investigado pelo Ministério Público Federal, segundo informou a Controladoria Geral da União – CGU, no último dia 20. As investigações vão se concentrar nas BRs 267 e 163, que têm as mesmas irregularidades graves e que são visíveis aos olhos de qualquer um que trafegar por essas rodovias.

domingo, 24 de julho de 2011

Pai de vereador assassinado assume Prefeitura de Alcinópolis e diz que já sondou secretariado

O vice-prefeito de Alcinópolis e fundador da cidade, Alcino Carneiro (PDT) toma posse como prefeito na manhã desta segunda-feira, às 9h, no prédio da câmara Municipal. Ele será empossado pela presidente da casa, Izamita Leite (PMDB).
Alcino toma posse porque o prefeito da cidade, Manoel Nunes (PR) está preso em Campo Grande, para averiguações, pois há suspeitas de seu envolvimento no assassinato do então presidente da câmara Municipal e filho do vice-prefeito, Carlos Antônio Carneiro, ocorrido há quase nove meses em Campo Grande. Ele foi morto a tiros.
Questionado se pediu aparato policial por temer algum atentado, Alcino Carneiro disse que não. Apenas no final da semana passada solicitou aparato da polícia militar quando chegava a Alcinópolis.
Sobre possíveis mudanças no secretariado municipal, já que a maioria é de confiança de Manoel Nunes, Alcino prefere não confirmar trocas, apenas diz que já “sondou” as pastas.
Prisões No dia 20 de julho a justiça mandou prender o prefeito de Alcinópolis Manoel Nunes, do PR, preso temporariamente [30 dias] por suposta participação no assassinato do ex-presidente da Câmara dos Vereadores, Carlos Antônio Carneiro, do PDT, em outubro do ano passado. Além do prefeito, foram detidos o então presidente da Câmara, o vice e ainda o primeiro secretário da Casa, ou seja, toda a cúpula do legislativo municipal está na cadeia. (com Celso Bejarano).

Direção Estadual do PT quer avaliação sobre alianças na sucessão municipal de Dourados

Na sexta-feira (22) a Executiva Municipal do PT de Dourados esteve reunida com o vice-presidente estadual do partido, Francisco Givanildo dos Santos, acompanhado de outros membros do Diretório Estadual. Na pauta, organização partidária, eleições 2012/2014 e avaliação da coligação da eleição de 2010.

A reunião é parte de roteiro marcado pelos membros do diretório estadual para as principais cidades do Estado, buscando avaliar cada colégio eleitoral e as condições de cada município na disputa eleitoral do próximo período.
Em entrevista ao Midiamax, o vice-presidente estadual da sigla falou sobre os objetivos e resultados da reunião e também sobre os assuntos na pauta do partido, como Eleições 2012, sucessão em Dourados e conjuntura política estadual.
Avaliação do PT em Dourados
“Pedimos que o PT do município fizesse uma avaliação da coligação firmada para as eleições extemporâneas de 2010”, afirmou. Em Campo Grande o Partido dos Trabalhadores deve fazer uma reunião ampliada do diretório municipal para avaliar a conjuntura e o próximo período no próximo dia 30, sábado.
Francisco afirma que o PT de Dourados se comprometeu em fazer o mesmo. Segundo ele, a reunião está marcada para sábado (6) de agosto.
O vice-presidente fugiu da polêmica, mas acredita que o partido em Dourados tem de avaliar a “chapona” formada em um momento ‘tão conturbado’.
“Não vou criticar a decisão do PT no município, mas temos que avaliar se foi o melhor e quais foram as conseqüências dessa união. Os militantes que estão na gestão municipal tem que prestar contas para o partido sobre suas ações enquanto administração”, indica Francisco.
“Não podemos apenas indicar pessoas para compor a gestão, temos de imprimir nosso jeito de governar nos espaços que ocupamos”, afirmou.
Murilo no PSB
O petista ainda avalia que a saída de Murilo Zauith do DEM para ingressar no PSB foi legítima. Mas, para ele, a ponderação agora tem de ser mais aprofundada. “Por mais que o PSB esteja na base do governo Dilma (PT), temos de analisar que existe uma forte possibilidade do partido ser nosso adversário nas eleições à Presidência da República em 2014, inclusive com o próprio Eduardo Campos, que foi quem fez o convite para Murilo ir para a sigla”.
Francisco lembrou também que nas últimas eleições em 2010 o PSB fechou com o PMDB nas disputas para o Governo do Estado e que tal posicionamento colocou o partido como adversário do PT. “Mesmo no município temos de pensar no nosso futuro”, enfatizou.
 Disputa 2012 em Dourados
No município, apesar da ampla coligação que elegeu Murilo Zauith, vários partidos se colocam como alternativa para a administração municipal. Entre eles está o PMDB. O partido deve realizar reunião que indicará a pré-candidatura à prefeitura de Dourados.
Para Francisco, o Partido dos Trabalhadores deve fazer o mesmo. “Indicamos para as executivas municipais que escolham pré-candidatos e coloquem o bloco na rua. Em Dourados, mesmo sendo administração, temos de fazer isso, se colocar como alternativa, mostrar que temos força”.
Sobre uma eventual união com o PMDB no município, como ventilado nos bastidores da política local, Francisco é enfático: “Vamos colocar nosso bloco na rua nos principais municípios. Não vejo vantagem em sair de uma vice-prefeitura do PSB e ir para uma do PMDB, mesmo que seja uma aliança vitoriosa nacionalmente”.
Questionado se o PT teria pré-candidatos para apresentar de antemão para Dourados, Francisco disparou: “Temos o deputado estadual Laerte Tetila, prefeito por duas vezes no município, desenvolveu uma ótima administração. Temos o ex-deputado João Grandão, liderança com grande força em Dourados e região. Temos o vereador Elias Ishy, que se colocou como alternativa à coligação no início este ano e sem dúvida tem respaldo social”, lembrou.
“Já governamos Dourados e podemos voltar ao comando do município, temos força na sociedade douradense. Acredito que está na hora das nossas lideranças se apresentarem novamente”, finalizou o vice-presidente da sigla no MS.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

CGU confirma irregularidades graves em obras do DNIT em MS

Todas as irregularidades graves denunciadas pelo Midiamax nas rodovias federais de MS, como superfaturamento, falta de fiscalização da obra, serviços deficientes e inexistência de estudo técnico de viabilidade técnica, econômica e ambiental, foram constatadas oficialmente, pela Controladoria Geral da União (CGU).
A auditoria da CGU foi feita em seis obras executadas pelo Dnit/MS, em parceira com o governo do estado, através da secretaria de Obras, ocupada na época pelo deputado Edson Giroto.
Os peritos da CGU fizeram a inspeção em novembro do ano passado, e agora foram definidos os prazos para as correções, que deverão ser acompanhados pelo Ministério Público Federal.
A reportagem do Midiamax vem denunciando os mesmos problemas recorrentes nas rodovias federais desde o final do ano passado, como a BR-267, BR-262, BR-163 e a BR-359, ainda em construção, com atraso no prazo de entrega do primeiro trecho.
O Dnit é comandado desde o ano de 2003 por Marcelo Miranda, ex-governador do MS que, naquela ocasião, foi indicado ao cargo por Zeca do PT. De lá para cá, Marcelo Miranda se manteve no cargo, inclusive a partir de 2006, quando começou a trabalhar com intensa afinidade com o governador André Puccinelli e o Edson Giroto.
As irregularidades dizem respeito ao ano de 2007, quando essa parceria já era sólida. Hoje, Marcelo Miranda pertence ao PR, o mesmo partido de Edson Giroto, e acusado de fazer caixa de campanha a partir “pedágio” de até 5% dos valores das obras cobrados de empreiteiros.
Denúncia da revista Veja ensejou a série de demissões das cúpulas do Ministério dos Transportes e do Dnit, por decisão da presidente Dilma Rousseff. O diretor geral do Dnit, Luiz Antonio Pagot, está em férias e quando voltar no começo de agosto deve ser demitido, conforme pronunciamento da própria presidente da República.
Se o fato se confirmar, os cargos de confiança do Dnit, como as diretorias regionais dos estados, devem ser trocados, especialmente aqueles onde as irregularidades graves apontadas pela CGU e TCU são recorrentes.
Entrevistado ontem pelo jornal o estado de São Paulo, Marcelo Miranda disse que o “Dnit/MS não tem nenhuma questão na Justiça, por irregularidades em obras". Completou dizendo que "estamos providenciando todas as correções solicitadas pela CGU e pelo Ministério Púbico. As obras prosseguem normalmente, sem interrupção."
Mas pelo que diz a CGU, as irregularidades serão sanadas em função da Controladoria e do Ministério Público, e não pelos responsáveis pelos problemas apontados nas auditorias. O valor dessas obras em conjunto supera R$ 1 bilhão.
Marcelo Miranda: 'seis obras na mira de devassa no Dnit-MS'
Relembre a primeira reportagem sobre a BR-267:

Conselho Superior do Ministério Público examina denúncia contra o deputado Edson Giroto

Ainda não tem uma data definida a audiência do CSMP-MS (Conselho Superior do Ministério Público de Mato Grosso do Sul) que vai dar um rumo à denúncia contra o deputado federal Edson Giroto, do PR, por ele ter supostamente subfaturado em documentos o valor de uma fazenda que comprara em Rio Negro, cidade distante 163 km de Campo Grande (MS).
O caso corre no MPE desde novembro de 2009. A assessoria de imprensa do órgão informou que o caso “está na fila”, daí não tem como precisar a data da audiência.
A denúncia diz que a área comprada teria custado R$ 2 milhões, mas o parlamentar dito que gastara apenas R$ 200 mil no negócio.
Reportagem do Midiamax informou em maio passado que a área em questão custou R$ 1,7 milhão e Giroto comprou a fazenda com três sócios, um deles ligados a Agesul, órgão estadual que cuida das estradas e pontes no Estado.
Ou seja, este sócio era subordinado do deputado, à época Secretário de Obras.
Uma médica, filha de outro diretor da Agesul, é também sócia de Giroto. O terceiro sócio é irmão do parlamentar. (saiba mais em notícias relacionadas, logo abaixo)
Edson Giroto, em declarações divulgadas aqui e na imprensa nacional, disse que já repassou os documentos solicitados pelo MPE e que o caso será “decidido na Justiça”.
Assim que caiu a cúpula do Ministério dos Transportes, o nome de Giroto despontou como um dos prováveis substitutos de Alfredo Nascimento.

Na cadeia, cunhado teria dado pistas sobre suspeito de ser pai do filho de Marielly

Hugleice da Silva, 26 anos, teria comentado de dentro da cela onde está detido, na Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furtos (Derf) que tem uma suspeita de quem poderia ser o pai do bebê de Marielly Barbosa, 19 anos. Segundo a fonte, que terá o nome preservado, o cunhado dela disse que um sobrinho de um ex-patrão da moça estava tentando “ficar” com ela.
O cunhado, ele próprio um dos suspeitos ainda de ter engravidado a irmã da esposa, teria dito que encontros entre o outro suspeito e Marielly poderiam ter ocorrido.
Embora Hugleice tenha feito o comentário da paternidade do bebê de Marielly, continua forte a linha de investigação da polícia de que ele possa ser o pai da criança. O rapaz confessou que levou a jovem até a cidade de Sidrolândia para fazer um aborto, que teria dado errado que culminou na morte da jovem. O autor da intervenção para retirada do feto seria o enfermeiro Jodimar Ximenes, que mora e está detido na cidade.
A polícia trabalha agora para saber se Hugleice só levou Marielly a Sidrolandia e depois retornou para casa ou se ficou no local do aborto até acontecer a morte dela e depois teve participação na desova do corpo em um canavial de Sidrolândia. Um segundo momento é descobrir se o rapaz é o pai da criança ou se sabe quem é ou anda recebeu dinheiro e ordens para acompanhar a jovem para fazer o aborto.
Segundo o advogado de defesa de Hugleice, José Roberto da Rosa, seu cliente afirmou que a única coisa que não havia contado a ele até passar uma noite preso na Derf é que levou Marielly para fazer o aborto na cidade vizinha. “Ele me garantiu que não terei surpresas quanto ao seu envolvimento no caso”, disse o advogado na tarde desta quarta-feira, quando esteve na delegacia para visitar o rapaz.

Cunhado confessa que desovou corpo de Marielly e já é principal suspeito de ser o pai

Hugleice da Silva, de 26 anos, confessou em depoimento no final da tarde quinta-feira (21) que levou o corpo da jovem Marielly Barbosa Rodrigues, de 19 anos, até o canavial onde foi encontrado no dia 11 de junho, em Sidrolândia.
Ainda no depoimento ao delegado Fabiano Nagata, que cuida do caso, ele afirmou que levou Marielly até o canavial acompanhado do enfermeiro Jodimar Ximenes, de 40 anos, que teria feito o aborto malsucedido na jovem.
Com a confissão, ainda segundo Nagata, o cunhado se torna o principal suspeito de ser o pai do bebê de Marielly. “Com as provas que temos, será muito difícil afirmar conclusivamente quem é o pai, mas a hipótese de que seja o Hugleice ganha força”, afirmou.
Antes, Hugleice havia dito que apenas teria levado Marielly até Sidrolândia. Ele disse que deixou a jovem na casa de Jodimar, onde o procedimento abortivo seria feito. Com o insucesso, o enfermeiro teria dito para Hugleice ir embora pois o aborto teria dado errado.

Hugleice admitiu que teve relacionamento com Marielly

Hugleice da Silva, de 26 anos, admitiu que teve um relacionamento amoroso com a ex-cunhada Marielly Barbosa Rodrigues, de 19, encontrada morta em um canavial da cidade de Sidrolândia no último dia 11 de junho. A informação foi confirmada pelo advogado dele, José Roberto da Rosa.
Segundo Rosa, Hugleice, apesar de assumir o relacionamento, não sabe afirmar se é ou não o pai do bebê da jovem, já que ela tinha envolvimento com outro rapaz antes de desaparecer no mês de maio.
Hoje, o acusado confessou que ocultou o corpo da jovem após o aborto malsucedido que causou sua morte pouco depois do desaparecimento.
Com a confissão, segundo o delegado Fabiano Nagata, o cunhado se torna o principal suspeito de ser o pai do bebê de Marielly. “Com as provas que temos, será muito difícil afirmar conclusivamente quem é o pai, mas a hipótese de que seja o Hugleice ganha força”, afirmou.
Antes, Hugleice havia dito que apenas teria levado Marielly até Sidrolândia. Ele disse que deixou a jovem na casa de Jodimar, onde o procedimento abortivo seria feito. Com o insucesso, o enfermeiro teria dito para o cunhado ir embora, pois o aborto teria dado errado.
Jodimar Ximenes, de 40 anos, enfermeiro que teria realizado o aborto, continua negando participação no crime.

Cunhado e enfermeiro teriam usado baú para 'desovar' corpo de Marielly em canavial

Hugleice da Silva, 27 anos, e Jodimar Ximenes Gomes, 41 anos, colocaram o corpo de Marielly Barbosa Rodrigues, 19 anos, dentro de uma caixa de acrílico de aproximadamente um metro, a transportaram na caminhonete da empresa do rapaz e abandonaram apenas a jovem em um canavial, que fica as margens da BR-060, em Sidrolândia – a 64 km a sudoeste de Campo Grande. Esta foi a versão dada pelo cunhado da vítima para justificar como ocorreu os fatos.
De acordo com o delegado responsável pelo caso, Fabiano Góes Nagata, Hugleice “se meteria nesta história” por que seria o pai do filho dela. “Ele conta que levou a jovem de caminhonete até a casa de Jodimar. No local, Marielly entrou no imóvel e ele aguardou dentro do veículo. Em seguida, o suspeito foi ao encontro dele para comunicar que o procedimento deu errado e que a garota havia morrido”.
Em depoimento, Hugleice afirmou que ele foi orientado a colocar a caminhonete na garagem da casa de Jodimar. “Os dois teriam colocado a vítima em um ‘baú’, que foi colocado na carroceria do veículo de cabine dupla, que mal deu para fechar. Depois seguiram até o canavial, onde retiraram o corpo dela e o abandonaram no local”.
O delegado não explicou sobre quem teria vestido a vítima ou mesmo se havia mais alguém que presenciou toda a ação no imóvel, uma vez que a diarista de Jodimar, deu três depoimentos sobre o caso, sendo que no último, a versão é parecida com a apresentada pelo Hugleice no início da noite de ontem.
Amparim Lakatos
Delegado Fabiano Nagata afirma que Marielly teria sido transportada em um baú
 delegado afirma que o “baú” não foi localizado. “Acredito que esta caixa não seja relevante. Já na caminhonete não vai aparecer o sangue, pois o corpo não foi colocado diretamente nela. Além disso, o laudo ainda não está pronto, falta pouco para terminar, mas o caso já está fechado”.

Delegado confirma que Marielly estava grávida do cunhado e que caso está encerrado

O delegado da DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídios), Fabiano Góes Nagata, informou na manhã de hoje que está satisfeito com as declarações feitas por Hugleice da Silva, 27 anos, nas últimas 24 horas, sobre a morte da Marielly Barbosa Rigues, 19 anos. “O depoimento dele foi suficiente para a conclusão do caso, além disso, ele assumiu a paternidade e por causa acabou se envolveu nesta história”, enfatiza.
A garota desapareceu no dia 21 de maio e o corpo dela foi localizado em um canavial no dia 11 de junho, localizado em Sidrolândia – a 64 km a sudoeste de Campo Grande. Laudos do Imol (Instituto Médico Odontológico Legal) apontaram que a provável causa da morte seria por um procedimento malsucedido de um aborto.
Nagata conta que o “sentimento de culpa” foi o maior aliado da polícia para a confissão de Hugleice. “Estávamos todos os dias indo até a delegacia para vê-lo e algo o incomodava, e estávamos percebendo isso. Ele estava atormentado, queria falar, mas não saía. Sabíamos que era questão de tempo, para colocar um fim nisso tudo”, lembra.
Hugleice da Silva, cunhado de Marielly

Ele ressalta que Hugleice vai ser indiciado como co-autor de aborto e por ocultação de cadáver, assim como Jodimar Ximenes Gomes, 41 anos, que é bacharel em enfermagem, mas que exercia a profissão de cabeleireiro. Ambos estão detidos na Derf (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furtos) por conta de um mandado de prisão temporário de 30 dias. O caso está previsto para ser concluído no dia 12 de agosto.

Pai de vereador assassinado denuncia ameaças e perseguição em Alcinópolis

Alcino Carneiro, vice-prefeito de Alcinópolis e pai do ex-presidente da Câmara, Carlos Antônio Carneiro, que foi assassinado a tiros no dia 26 de outubro do ano passado, disse que, depois do crime, já sofreu perseguições e "fechadas" no trânsito de Campo Grande, além da "visita" de dois homens em sua propriedade rural, que fica em Alcinópolis.
Sem ter condições de contratar seguranças particulares, Alcino Carneiro relata que no dia 26 de novembro passado dois homens em motocicletas foram até sua fazenda e conversaram com o funcionário.
"Os dois chegaram e perguntaram o nome dele e se ele estava sozinho. Ele disse que sim. Daí viraram as costa e um deles disse: "Hoje nós perdemos a viagem, mas da próxima a gente não perde". Para o pai do vereador isto foi um recado em tom de ameaça de morte.
Em fevereiro deste ano, Alcino relata que um veículo modelo Fiat Uno, cinza, começou a perseguir o carro dele e nas proximidades de um atacadista localizado na Avenida Costa e Silva. Ele conta que o condutor começou a emparelhar o com o dele, buzinar, acelerar e depois sumiu.
No dia 17 de março Alcino Carneiro afirma que um carro verde escuro ou preto, provavelmente um Gol também teve praticamente as mesmas atitudes provocativas do mês de fevereiro. Em nenhum dos casos, o vice-prefeito conseguiu anotar as placas, apenas comunicou o delegado de Alcinópolis e a de Campo Grande, que tem relação direta na investigação do assassinato do vereador.
Em Campo Grande tratando de assuntos que prefere não revelar, o pai do vereador disse que conversou com a delegada da 1ª DP da Capital, que é a responsável pelo inquérito policial. "Ela me disse que no dia 2 de julho encerrou o inquérito".
A reportagem entrou em contato com a delegada, que preferiu não revelar informações sobre oitivas, diligências e o encerramento do inquérito.
Sem revelar novidades das investigações, que correm em segredo, a delegada disse que certamente conclui o inquérito logo, logo. Sobre as diligências que fez desde o crime, Roseman afirma que concentrou a maioria delas em Campo Grande e não mais voltou à cidade de alcinópolis.
Questionada sobre indícios de quem seria o ou os mandantes do crime, Roseman também preferiu não revelar se já tem nomes.
O crime
Carlos Antônio Carneiro foi morto por volta das 13 horas do dia 26 de outubro, em frente ao hotel Vale Verde. Ele foi atingido por tiros e morreu no local.
Segundo a polícia, dois agentes da DGPC (Delegacia Geral De Polícia Civil) perceberam a movimentação do pistoleiro Ireneu Maciel, conhecido como Vaca Magra, e o seguiram. Ele foi preso com o comparsa Aparecido de Souza Fernandes, que pilotava a motocicleta que daria fuga à dupla. Fernandes disse em depoimento que não sabia que o colega era pistoleiro e que ia matar o vereador. Arquivo
Ao que tudo indica o vereador foi vítima de uma emboscada. Ele chegou ao hotel e disse na recepção que alguém (nome não revelado) o esperava para almoçar.

TJ-MS manda lacrar prédio da prefeitura de Alcinópolis

Policiais civis estão lacrando o prédio da prefeitura de Alcinópolis. Por determinação da Justiça o prefeito, o presidente e o vice-presidente da Câmara dos Vereadores da cidade foram presos ontem, quarta-feira (20) por suposta participação no assassinato do ex-presidente da Câmara, Carlos Carneiro, do PDT, em outubro passado.
O lacre na prefeitura foi determinado pela desembargadora Marilza Fortes, e a medida só será suspensa após o vice-prefeito Alcino Carneiro, do PDT, assumir o cargo vago.
Já o vice-prefeito disse ao Midiamax que “está com receio” porque teria ouvido de amigos que se assumisse poderia sofrer um atentado. Alcino é o fundador da cidade de 4 mil habitantes, 387 km distante de Campo Grande. Ele é o pai do vereador assassinado.
Cumprem a determinação da magistrada os delegados Camilo Cavalheiro e Bruno Henrique Urban.



Decisão de quem vai ficar no comando de Alcinópolis será tomada hoje

Após o Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso do Sul (TJ-MS) lacrar a prefeitura de Alcinópolis, os integrantes da Câmara da cidade se reunirão na tarde desta sexta-feira para decidir quem irá comandar o executivo municipal.
Essa celeuma se deu após a prisão do prefeito e três vereadores que são suspeitos de envolvimento na morte do presidente da Câmara de Alcinópolis Carlos Antônio Carneiro, que foi assassinado com três tiros em outubro do ano passado.
Além do prefeito de Alcinópolis, Manoel Nunes, foram presos na manhã desta quarta-feira (20), o presidente da Câmara, Valter Roni, o vice-presidente Valdeci Lima (Passarinho), o primeiro secretário Enio Queiroz, o comerciante Ademir Luiz Muller e Gildete de Freitas, ex-namorada de um dos executores do vereador.
Segundo os trâmites normais, o vice-prefeito da cidade Alcino Carneiro, pai do vereador assassinado deveria tomar posse no lugar do atual prefeito preso, no entanto, desde a morte do filho ele se afastou do cargo.
Caso o vice-prefeito não assuma o cargo quem deve comandar a cidade será o presidente da Câmara que seria o vereador mais velho no caso Izamita Alves Leite (PMDB).
O vice-prefeito disse ao Midiamax que “está com receio” de assumir o cargo de prefeito porque teria ouvido de amigos que se assumisse poderia sofrer um atentado. Alcino é o fundador da cidade de 4 mil habitantes, 387 km distante de Campo Grande.

Políticos de Alcinópolis foram presos para não atrapalharem investigações, diz polícia

Os depoimentos das seis pessoas que tiveram a prisão temporária decretada para investigações da morte do presidente da Câmara de Alcinópolis, vereador Carlos Antonio Costa Carneiro (PDT) assassinado em outubro do ano passado, devem continuar até a tarde desta sexta-feira (23).
Segundo a delegada que acompanha as investigações, Rozeman de Paula, os seis envolvidos ainda não terminaram os depoimentos e estão divididos em celas de algumas delegacias da capital.
As prisões do prefeito Mané Nunes (PR), do presidente da Câmara Valter Roniz (PR), do vice-presidente Valdeci Lima (PSDB), do primeiro secretário Enio Queiroz (PR), do comerciante Ademir Luiz Muller e de Gildete, que seria namorada de Irineu Maciel, acusado de ter atirado no vereador, não teve os motivos declarados pela delegada, já que o processo corre em segredo de justiça.
Ela disse apenas que foi preciso prender os seis para que não se atrapalhem as investigações e para que possíveis provas não se percam. Foram apreendidos documentos e anotações com os presos, assim como uma arma de fogo na casa de um dos vereadores.
Uma operação policial nesta quinta-feira à noite lacrou o prédio da Prefeitura Municipal de Alcinópolis.
O caso
O presidente da Câmara Municipal de Alcinópolis, Carlos Antonio Costa Carneiro (PDT), de 40 anos, foi assassinado com três tiros, por volta das 13h, do dia 26 de outubro de 2010, ao lado do hotel Vale Verde, na avenida Afonso Pena esquina com a rua Guia Lopes, em Campo Grande. Carlos é filho do vice-prefeito do município, Alcino Carneiro.
Segundo testemunhas, um dos suspeitos identificado pela polícia como Irineu Maciel, de 38 anos, foi visto próximo ao vereador, que estava na calçada, como se estivessem conversando, em seguida ouviram os disparos.
Após disparar contra a vítima, o autor correu ao encontro de Aparecido de Souza, de 28 anos, que o esperava em uma motocicleta Yamaha, de placa HSN 2741, de Campo Grande/MS.
A dupla foi presa após ser perseguida por dois investigadores da DGPC (Diretoria Geral da Polícia Civil) que passavam pelo endereço em uma viatura descaracterizada e presenciaram o crime.
Segundo os policias, durante a perseguição chegaram a atirar três vezes contra os autores que foram impedidos de fugir após derraparem e caírem ao chão. Eles foram presos pelo Garras (Grupo Armado de Repressão a Roubos e Sequestros).
Aos policiais eles disseram terem sido contratados para executar o vereador pelo valor de R$ 20 mil, mas não disseram ainda quem teria encomendado o crime.


quarta-feira, 13 de julho de 2011

Puccinelli nomeia dois assessores ligados a Youssif Domingos na Secretaria de Governo

Foi publicada na edição desta quarta-feira (13) do Diário Oficial do Estado a nomeação em cargos de comissão de dois assessores ligados ao ex-deputado estadual Youssif Assis Domingos. Moraima Batista Porello e Valdeci Celestino Bezerra assumem cargos na Secretaria de Estado de Governo.
Com o decreto número 2.811, André Puccinelli nomeou Moraima no cargo de 'direção gerencial e assessoramento', com nível DGA-2, e Valdeci no cargo de 'gerência-executiva e assessoramento', com nível DGA-4. Os salários não foram divulgados.
Youssif, que foi líder do governo na Assembleia Legislativa durante o mandato passado, não se reelegeu e foi nomeado também na Secretaria de Estado de Governo.
Recentemente, com a possibilidade de os deputados indicarem um parlamentar para uma vaga de conselheiro no TCE-MS, correligionários consideraram a possibilidade de Domingos voltar para a AL.
Porém, a ex-senadora Marisa Serrano foi a indicada, supostamente com apoio do governador André Puccinelli.

Antônio João critica uso de ações judiciais por políticos para tentar barrar imprensa

O presidente regional do PSD, Antonio João Hugo Rodrigues, esteve reunido na manhã desta quarta-feira (13) com o sócio-diretor do Midiamax, Carlos Eduardo Belineti Naegele. Eles conversaram reservadamente durante uma hora na sede do jornal.
Logo após a reunião, Antônio João falou sobre os caminhos que o PSD irá tomar nas próximas eleições, fez uma avaliação da conjuntura política de Mato Grosso do Sul e sobre a sucessão da prefeitura de Campo Grande, além de fazer criticas a políticos que usam de meios jurídicos para tentar barrar o trabalho jornalístico.
A íntegra da entrevista com o ex-senador e jornalista será publicada logo mais pelo Midiamax.

É desprezível o político que processa jornalista, diz Antonio João em visita ao Midiamax

O empresário e presidente regional do PSD, jornalista Antonio João Hugo Rodrigues, se reuniu reservadamente na manhã desta quarta-feira (13) com o sócio-diretor do Jornal Midiamax, Carlos Eduardo Naegele, e prestou solidariedade no caso de ações judiciais movidas por políticos para tentar barrar matérias sobre suspeitas de corrupção.

“Acho desprezível o político que, por questão de vaidade, processa um jornalista ou um meio de comunicação”, disse Antonio João.
O empresário lembrou, no entanto, que as decisões do Superior Tribunal Federal (STF) beneficiam a imprensa livre. Ele defende que todos os avanços sociais acontecem com participação da imprensa. “Os escândalos vêem a tona por causa da imprensa. Pelo trabalho que os jornalistas fazem”, explica.
Antonio João explica ainda que os meios de comunicação e os jornalistas são alvos de processos pela manhã, tarde e noite. “Isso é uma covardia principalmente dos políticos que fazem isso. Acho desprezível só porque o político se acha gostosão, bonitão, inatingível. Isso é desprezível”, comenta.
O jornal midiamax e o repórter Celso Bejarano Junior estão sendo processados pelo senador petista Delcídio do Amaral Gomez por ter reproduzido uma notícia veiculada pela imprensa nacional com o título “Imprensa nacional revela citação de Delcídio em inquérito na Operação Uragano”.
PSD em MS
Logo após a reunião, Antônio João falou sobre os caminhos que o PSD irá tomar nas próximas eleições, fez uma avaliação da conjuntura política de Mato Grosso do Sul e principalmente sobre a sucessão da prefeitura de Campo Grande.
A íntegra da entrevista com o ex-senador e jornalista será publicada logo mais pelo Midiamax.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Delcídio pede na justiça R$ 100 mil de indenização de jornalista do Midiamax

Mais uma vez, o senador Delcídio do Amaral Gomez (PT-MS) está processando jornais e jornalistas que noticiaram a suposta citação dele em conversas gravadas durante investigações da Operação Uragano, realizadas pela Polícia Federal em 2010.
Agora, o petista quer “reparação por danos morais” e deu à causa o valor de R$ 100 mil reais. Ele processou o jornal Midiamax e o jornalista Celso Bejarano Júnior por reproduzirem uma notícia veiculada pela imprensa nacional com o título “Imprensa nacional revela citação de Delcídio em inquérito na Operação Uragano”.
A reportagem havia sido veiculada originalmente no portal nacional Terra, que também está sendo processado, junto com o jornalista Ítalo Milhomem Zikemura. No texto, o repórter informa que trechos de escutas telefônicas realizadas para investigar o suposto esquema de desvio de verbas públicas em Dourados com autorização judicial contêm citação do nome de Delcídio do Amaral.
Políticos federais no MPF
Na ação, o senador alega que não teria sido instaurado qualquer procedimento contra ele ao final da operação. No entanto, o delegado da Polícia Federal Bráulio Gallone, que conduziu o inquérito da Uragano, em momento algum desmentiu a presença do nome de Delcídio nas conversas e já informou várias vezes que as citações de políticos em cargos federais foram encaminhadas para Brasília.
Gallone reafirma, inclusive, que todos os trechos envolvendo parlamentares federais de Mato Grosso do Sul foram remetidos diretamente para o Ministério Público Federal, a quem compete tomar as medidas cabíveis. “Não posso mais me manifestar sobre esse assunto. O que eu disse antes foi o que aconteceu. Agora, é com o Ministério Público Federal”, resume.
Pressão contra imprensa
Não é a primeira vez que Amaral entra na Justiça contra a imprensa. Segundo o próprio advogado de Delcídio, Laércio Guilhem, atualmente existem pelo menos seis processos do senador petista contra jornais ou jornalistas.
Nas redes sociais, a prática adotada por Delcídio para lidar com as notícias que considera “ofensivas à moral e à honra” causa reação entre jornalistas sul-mato-grossenses.
O fato de o político do PT ter atribuído um valor considerado elevado para os ganhos médios dos jornalistas em Mato Grosso do Sul é apontado como uma forma de tentar desencorajar matérias que liguem o nome de Delcídio ao escândalo de corrupção que explodiu com a Operação Uragano.
A prática tem sido denunciada internacionalmente há tempos, principalmente como forma de fortalecer o combate à corrupção na América Latina. Recentemente, a SIP (Sociedade Interamericana de Imprensa) divulgou uma resolução expressando a preocupação com a "deterioração da liberdade expressão e da liberdade de imprensa no continente americano" e pedindo a revisão ou anulação de leis que limitem o trabalho dos jornalistas.
São citados exemplos de países como Bolívia e Paraguai, onde aumentou o número de processos contra jornalistas após assassinatos dos mesmos passarem a ser mais bem investigados por pressão internacional. “Os processos por difamação e calúnia se transformaram (...) em um instrumento para amedrontar os profissionais de imprensa, na tentativa de impedir sua atividade informativa e investigativa".
O advogado de Delcídio, Guilhem, nega a intenção de coagir. "Pode falar do Delcídio, mas não pode é usar isso politicamente, para atacar ele por interesse de adversários políticos", disse. Ele, no entando, não quis identificar quem seriam esses supostos 'adversários políticos'.
Segundo o jornalista do Midiamax processado, Celso Bejarano Júnior, o que mais causou estranheza foi a forma como Delcídio questionou a reportagem. “O senador tem todo o direito de protestar, mas jamais devia dizer na ação que a reportagem foi movida por um ‘conluio, conchavo, ou algo assim’”, indigna-se.
“Foi graças às gravações da Uragano que mais da metade dos políticos corruptos de Dourados foi parar na cadeia. Se formos desconsiderar tal investigação, então devemos pedir desculpas a esse grupo, tido como quadrilha pela PF, e dizer que tudo era uma brincadeirinha”, pondera.
"Dizer que a matéria só teve a intenção de atacar o Delcídio é inconcebível. Todos os dias o Midiamax noticia fatos envolvendo políticos de todas as matizes políticas, não cabe usar essa desculpa para blindar o senador sobre as explicações que tem de dar sobre o fato de falarem o nome dele em ligações intercpetadas durante a Uragano", diz Bejarano.
Mais citações
Celso Bejarano explica que em todos os momentos atentou para os preceitos éticos do jornalismo e que jamais foi movido por interesse político algum. “Jornalista não tem partido. E tem mais: o nome de Delcídio não é citado apenas pelo diretor de Obras de Dourados! O ex-prefeito Ari Artuzi, que seria o chefe do bando, também menciona o nome do senador. Essas gravações foram mandadas para a Procuradoria Geral de Justiça, que deve se manifestar, um dia, pela abertura ou não de inquérito contra Delcídio”, diz.
Bejarano, que tem duas décadas de experiência no jornalismo investigativo como correspondente de diversos jornais de circulação nacional, garante que a reportagem não trata Delcídio como culpado em momento algum. “A notícia disse que o nome dele surgiu num diálogo gravado sob a batuta da Justiça. Isso não pode ser noticiado? Por qual razão? Que jornalista deixaria uma notícia dessas escapar?”.
Quem não deve...
Ele ainda diz que, com a preocupação exagerada do senador em desencorajar todos a falarem sobre o suposto envolvimento dele nos esquemas de desvio de dinheiro do povo em Dourados causa estranheza.
“Sinceramente, acho, sim, que essa ação do senador deve ser apurada, julgada e se houver culpados, que sejam punidos. Se fosse eu, estaria preocupado em cobrar investigação imediata para limpar meu nome, não estaria fazendo o contrario, querendo calar a boca de todos com intimidação judicial. Diz o dito popular quem não deve, não teme”, afirma.
Questão de honra
O sócio-diretor do Midiamax, Carlos Eduardo Naegele, diz que a revolta do senador faz parte da democracia. Mesmo assim, conta que recebeu o recurso judicial “com indignação”.
Naegele repudia a suspeita que o senador coloca sobra a boa prática jornalista do Jornal. "A trajetória do Midiamax não permite a ilação feita pelo senador e nossa linha editorial não muda com isso, a pauta da operação Uragano será mantida”, declara.
Segundo o empresário, agora "é ponto de honra" acompanhar o desfecho das investigações que começaram com a Operação Uragano. “Acho que o senador devia ocupar o seu tempo contribuindo com as investigações, não atrapalhando o trabalho da imprensa”, conclui Naegele.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Procurador da República instaura inquérito civil contra DNIT em Mato Grosso do Sul

O Ministério Público Federal instaurou nesta quinta-feira (5) um inquérito civil público contra a Superintendência do DNIT em Mato Grosso do Sul. O objetivo é apurar irregularidades na atuação do órgão na Rodovia BR-158, na altura do km 94, em Paranaíba.
O trecho passa pela área urbana do município, próximo ao Jardim Karina, e se tornou perigoso para a população, que constantemente precisa cruzar a rodovia no local.
Segundo o procurador da República Leonardo Augusto Guelfi, o inquérito vai verificar se o DNIT está tomando as medidas necessárias para garantir a segurança dos pedestres.
Na própria portaria de instauração do inquérito civil contra o DNIT, foi determinada uma 'recomendação' para que a Superintendência Regional do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes do Mato Grosso do Sul implante "método eficiente de redução de velocidade".

Com suspeita de superfaturamento, BR-163 continua esburacada após obras do Dnit-MS

Superfaturamento, descumprimento de determinação anterior do TCU para licitação irregular, falta de detalhamento da composição de custos do serviço, atestação indevida de medição do serviço de fresagem e deficiência verificada na apresentação das propostas de preços vencedoras.
Todos os problemas técnicos encontrados na auditoria do TCU na BR- 163 lembram a situação demonstrada pela reportagem do Midiamax em relação às obras de restauração da BR-267, glosada da mesma forma pelo Tribunal. E da mesma forma incluída no Fiscobras 2010, em "Irregularidades Graves".
Depois de analisada pelos engenheiros do Tribunal, a auditoria da BR-163 foi transformada em "tomada de contas especial" e enquadrada no Fiscobras de 2010 em "irregularidades graves". E o relatório final foi remetido ao Congresso Nacional, para a Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização, responsável pelo acompanhamento de casos de uso ilegal dos recursos da União.
O que resta é a principal rodovia do MS, esburacada, ondulada, sem acostamento e com tapa-buracos frequentes, e que ainda recebe o tráfego pesado do MT e de Rondônia.
A reportagem percorreu um dos trechos auditados, entre Bandeirantes e Coxim, exposto aqui em vídeo. Sobre o trecho, o TCVU afirma que "verifica-se indício de superfaturamento/sobrepreço de cerca de R$ 2.855.356,98 (ref. julho/2008) no Contrato 14/2009, Crema 1ª Etapa, segmento do km 467,7 ao km 594 da BR-163/MS, causado, principalmente, por falhas na especificação e na definição de preços de alguns serviços previstos no projeto da licitação.
Um dos pontos da auditoria assim descreve uma situação irregular da obra, que ocorreu "a sem elaboração dos estudos necessários à inclusão de faixa adicional à rodovia existente, de modo a garantir a viabilidade técnico-econômica do empreendimento, a durabilidade da obra e a segurança à trafegabilidade na BR 163/MS".
No entanto, à época da auditoria, os custos eram milionários, segundo o TCU:
"Na ocasião da vistoria, a obra apresentava o percentual de execução de 71%, tinha o valor estimado para conclusão de R$ 14.198.885,53, em 17/05/2011, e registrava os seguintes dados de execução financeira / orçamentária:
Apesar do alto valor das obras, no começo do mês a reportagem flagrou um serviço de tapa-buracos sendo feito de forma manual, sem o uso de máquinas.




Pelo menos seis obras do DNIT em MS estão na mira da devassa determinada por Dilma

Por determinação da presidente Dilma Roussef, a CGU (Controladoria Geral da União) investiga desde ontem (4) as licitações, contratos e execução de obras que alimentaram as denúncias que motivaram a queda de autoridades importantes ministério no último fim de semana. Toda suspeita será reexaminada por ordem da presidente.
Aqui em Mato Grosso do Sul, ao menos seis obras executadas pelo DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes), braço do Ministério dos Transportes, apresentaram, segundo relatório da CGU, divulgado em novembro passado, “indícios de irregularidades graves”.
Em trecho do relatório do TCU (Tribunal de Contas da União), auditores da corte narram ter enxergado suspeitas de superfaturamento, crime que determinou, por exemplo, a queda do diretor-geral do Dnit, Luiz Pagot. Além de Pagot, foram afastados mais três integrantes do ministério dos Transportes, entre eles Mauro Barbosa da Silva, chefe do gabinete do ministro Alfredo Nascimento.
O comandante do Dnit em MS, Marcelo Miranda, em entrevista ao Midiamax, ontem, disse que as determinações federais não devem afetar o andamento das obras no Estado.
Em novembro passado, o relatório do TCU informava que as irregularidades achadas em obras de MS não provocariam a suspensão das obras, contudo as falhas deveriam ser corrigidas.
Note aqui as obras tidas como suspeitas, conforme reportagem publicada por este site no dia 11 de novembro do ano passado.
A primeira obra da lista das irregulares é a do projeto de revitalização executado na BR-163/MS. Trechos têm sido recuperados nas divisas de MS com os estados de Mato Grosso e Paraná a um custo de R$ 42.625.347,38.
O TCU vistoriou essa obra, tocada desde julho de 2008, em abril do ano passado (2010). Técnicos da corte viram essas irregularidades:
Descumprimento de determinação exarada pelo TCU; projeto básico deficiente ou desatualizado; execução de serviços com qualidade deficiente; superfaturamento decorrente de quantitativo inadequado e inexistência ou inadequação de Estudo de Viabilidade técnica econômica e ambiental da obra.
Outro serviço com indícios de irregularidades foram acusadas na conservação/recuperação da BR/163, do km 255,60 ao km 364,60, também perto das divisas de MS com MT e PR.
Nesse trecho, em construção desde maio de 2007, que custou R$ 4.699.733,89, segundo o TCU, surgiram duas irregularidades: execução de serviços com qualidade deficiente e pagamento de serviços não previstos contratualmente.
Supervisão deficiente
Já na manutenção de trechos entre os km 124 ao km 185 da BR-267, vistoriado em junho desde ano, o TCU anotou esses indícios de irregularidades: fiscalização ou supervisão deficiente ou omissa; execução de serviços com qualidade deficiente e projeto executivo deficiente ou desatualizado. Essa construção – 50 km de restauração asfáltica – custa ao governo federal R$ 45.485.196.36.
Ainda segundo relatório do TCU foram detectados em fiscalizações deste ano indícios de irregularidades ainda na BR-267, estrada que segue de Bataguassu a Nova Alvorada, do km 0 ao km 62, trecho em restauração.
Nessa obra, orçada em R$ 60.729.780,28, os fiscais da corte federal anotaram os seguintes indícios de irregularidades: utilização de equipamentos incompatíveis com as especializações técnicas dos serviços contratados; fiscalização ou supervisão deficiente ou omissa e execução de serviços com qualidade deficiente.
Também na BR-267, do km 0 a km 125, onde o governo federal aplicou R$ 13.618.245,84 num projeto de conservação e recuperação da rodovia, os fiscais do TCU apontaram duas supostas irregularidades: projeto básico/executivo sub ou superdimensionado e duplicidade de contratação/licitação de serviços.
A sexta obra com indícios de irregularidades graves, também na BR-267, do km 125 ao km 249, tocada desde janeiro de 2009, custa R$ 10.420.903,26. Nesse serviço de conservação/manutenção da estrada, o TCU viu o projeto básico/executivo sub ou superdimensionado e duplicidade na contratação/licitação de serviços.
Note trecho do comunicado divulgado ontem pela CGU e que indicam que as obras tocadas em MS devem ser investigada por conta a crise motivada sob suspeita de corrupção no ministério.
“As auditorias da CGU abrangem não apenas os órgãos centrais do DNIT e da Valec, em Brasília, mas também suas representações regionais. Como em todos os demais órgãos auditados, essas auditorias registram os problemas constatados e produzem recomendações para saná-las. Nos casos mais graves a CGU recomenda também a apuração de responsabilidades (ou instaura, diretamente, a própria CGU, os procedimentos apuratórios), para punição dos envolvidos”.

Esquema de cobrança de propina derruba ministro dos Transportes

O ministro dos Transportes Alfredo Nascimento entregou na tarde desta quarta-feira, 6, carta de demissão à presidente Dilma Rousseff. A saída do ministro se dá após novas denúncias de irregularidades em sua pasta.
A presidente avaliou que Nascimento não tinha mais condições para continuar no cargo. Senadores do PR foram ao Planalto para se reunir com Dilma ainda nesta quarta.
A presidente informaria a eles que o PR continuará, dentro da divisão de cargos pela coalizão, como titular do ministério - ela vai pedir que o partido indique outro nome para o comando da pasta.
Na base, lideranças do PR e de outros partidos estão acusando o PT e o Planalto de criar um fato politico, a partir das denúncias envolvendo a cúpula do ministério e do Dnit, para esconder a ressurreição do escândalo dos aloprados.
A bancada do PR na Câmara teve um almoço com a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) na casa do lider do partido, o deputado Lincoln Portela (MG). Ideli sugeriu nesse almoço que o ministro Alfredo Nascimento antecipasse a ida ao Senado para a quinta-feira, 7, para explicar as denúncias. Pelos requerimentos aprovados e o acerto com o próprio ministro, isso só aconteceria na semana que vem.
Um emissário foi falar com o nascimento, levando a proposta de Ideli. O emissário voltou da conversa certo de que o minstro dos Transportes "vai jogar a toalha". Um dos nomes cotados para substituir Nascimento é o de Paulo Sérgio Passos, hoje secretário-executivo dos Transportes, de quem Dilma gosta muito.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Marcelo Miranda diz que denuncia que derrubou cúpula do Dnit não afeta obras em MS

O superintendente regional do Departamento Nacional de infraestrutura e Transporte (Dnit), Marcelo Miranda (PMDB) disse que as denúncias da reportagem da Revista Veja que revela um esquema de pagamento de propina para caciques do PR, Partido da República, em troca de contratos de obras não vão atrapalhar as obras em Mato Grosso do Sul.
Segundo Miranda, as obras já foram aprovadas e não há nenhum risco de parar. “Eu não tenho nenhuma informação a mais, no entanto, essas denúncias não vão parar ou atrapalhar as obras em Mato Grosso do Sul. Não vejo nenhum problema. Todos os projetos estão encaminhados”, diz Miranda.
No sábado (2), a presidenta Dilma Roussef (PT) conversou com o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, e acertou o afastamento dos envolvidos. São eles: Mauro Barbosa da Silva, chefe de gabinete do ministro; Luís Tito Bonvini, assessor do gabinete do ministro; Luís Antônio Pagot, diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit); e José Francisco das Neves, diretor-presidente da Valec. O desligamento dos funcionários será formalizado a partir da próxima segunda-feira, pela Casa Civil.

Dias antes do escândalo na cúpula do Dnit, Giroto tentou blindar obras contra denúncias

Com inúmeras denúncias envolvendo as obras tocadas pelo DNIT em Mato Grosso do Sul, o deputado federal Edson Giroto tentou explicitamente blindar licitações e projetos contra paralisação após suspeitas. "Uma simples denúncia ou uma visão tecnocrática precipitada pode levar à sustação de uma obra de grande importância para a nação”, argumentou para defender emenda à LDO tornando mais difícil parar obras por possíveis irregularidades no uso do dinheiro público.
Agora, após a presidente Dilma Rousseff tirar do comando nacional do DNIT a cúpula do PR, partido de Giroto e do superintendente regional do órgão em MS, Marcelo Miranda Soares, a situação dos contratos sob suspeita no estado pode se complicar.
Em dois anos seguidos, a direção do Dnit-MS foi enquadrada no Fiscobras 2010 por superfaturamento, falta de fiscalização, duplicidade de licitação em obras das BR-267 (Nova Andradina a Nova Alvorada do Sul). E da mesma forma, no Fiscobras de 2009 com a BR-359 (trecho Coxim à Alcinópolis).
Ninho do Partido da República no governo federal, o Ministério dos Transportes tem no DNIT( Departamento Nacional de Infra-Estrutura e Transportes ) seu principal braço como executor de obras em todo o país. Em 2010, o orçamento executado do órgão foi de mais de R$ 9 bilhões.
Depois das denúncias publicadas pela revista Veja nesse final de semana, a presidente Dilma Rousseff decidiu afastar a cúpula do ministério do PR, e com ela o diretor-geral do Dnit, Luiz Antonio Pagot, que endossou a entrada de Edson Giroto no partido.
Com o desenrolar da crise, caso fique comprovada a acusação de "descontrole" das contas do ministério e a de formação de uma "caixinha" com a cobrança de até 5% sobre o valor das obras federais, a posição dos diretores regionais em cargo de confiança nos estados pode balançar.
No caso do MS já houve antecedentes. O diretor regional do DNIT, Marcelo Miranda, já foi investigado pelo TCU por irregularidades em obras de restauração de rodovias federais, vitais para o estado.
Obras em MS sob suspeita
Principal obra do PAC no MS, a BR-359, ainda em construção, depois da intervenção do TCU teve seus custos reduzidos, especialmente em relação aos insumos asfálticos, que estavam acima de tabela estabelecida pelo Tribunal em 5%. A auditoria foi conduzida pela Secex-MS, a regional do TCU no estado.
Os responsáveis, citados nominalmente na auditoria, foram Marcelo Miranda e os principais engenheiros do Dnit/MS. O deputado do PR, Edson Giroto, à época secretário de Obras e presidente da Agesul, a agência do governo do MS que fez a licitação das obras, foi ouvido inclusive porque aparece nos contratos como "Ordenador de despesas".
A principal construtora da obra é a CGR, com dois contratos acima de R$ 100 milhões. É a mesma empreiteira cujo proprietário, Carlos Gilberto Recalde, foi indiciado pela Polícia Federal no processo da Operação Uragano, de Dourados, por superfaturamento de obras e corrupção ativa.
A rodovia, que deveria ter sido inaugurada em dezembro de 2010 no trecho Coxim/Alcinópolis, teve a data remarcada pelo governador Puccinelli para abril, mas ainda não foi concluída, embora os contratos fossem aditados. E agora, deveria receber mais R$ 30 milhões, segundo o site do deputado Edson Giroto.
Os aditamentos de contratos são uma das causas do afastamento da cúpula do Ministério dos Transportes, segundo a revista Veja. E um fato que contrariou a presidente Dilma.
Amizades sob suspeita
Giroto tem grande afinidade com a cúpula do Ministério dos Transportes, não só pela afinidade profissional, como engenheiro e ex-secretário de obras, mas também partidária, já que todos são do PR.
No dia da filiação de Giroto ao PR, em 06 de abril de 2009, integrantes da cúpula do PR e do Dnit estiveram na Assembléia Legislativa do MS, inclusive Luiz Antonio Pagot.
Agora como deputado federal pelo partido, o deputado republicano informa em seu site as suas ações para obtenção de recursos obtidos para obras no MS, junto ao ministério.
Uma delas, do dia 14 de junho, dá conta de uma promessa de recursos no valor de R$ 51 milhões, para obras da BR-359, o contorno ferroviário de Três Lagoas e um reparo na ponte sobre o rio Paraguai, em Corumbá.
A BR-359 já recebeu pelo PAC cerca de R$ 350 milhões de reais, em quatro licitações diferentes, que cobrem o trecho de Coxim à divisa com Goiás, e onde trabalham as empreiteiras CGR, Sercel, CCB e Sanches Tripolini.
E agora havia a promessa do ministro Alfredo Nascimento e seu chefe de gabinete, o afastado Mauro Barbosa de repassar mais R$ 30 milhões, de um total de R$ 51 milhões para o estado, para a obra do contorno ferroviário de Três Lagoas e obras na ponte do rio Paraguai, em Corumbá.
São exatamente os interlocutores dessas áreas dentro do ministério – rodovias e ferrovias - os citados pela revista Veja. A revista relatou como envolvidos no esquema de cobrança de propina o chefe de gabinete do ministro, Mauro Barbosa, o assessor do ministério, Luís Tito Bonvini, o diretor-geral do Dnit (Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes), Luís Antônio Pagot, e o diretor-presidente da estatal Valec, José Francisco das Neves.
Valec é a estatal da construção de ferrovias, que no MS implementa a Norte-Sul.
Em vídeos publicados no Youtube, Giroto demonstra a profunda intimidade com a cúpula do Ministério e do Dnit, citando também o governador Puccinelli
Segundo a reportagem da revista, empreiteiros e consultorias de engenharia pagavam de 4% a 5% de "pedágio político" sobre o valor das obras do governo federal feitas com verbas do ministério. A maior parte da verba, diz a revista, é destinada ao PR, partido comandado por Nascimento e pelo deputado Valdemar Costa Neto.
Giroto apresentou emenda à Constituição para mudar ação do TCU
Com o argumento nobre de "evitar que obras paralisadas pelo TCU causem prejuízos ao cofre público", o site do deputado fala que Giroto "apresentou emenda que altera os artigos 91 a 102 da Lei de Diretrizes Orçamentárias, que tratam sobre controle e fiscalização de obras públicas."
Segundo o deputado, “uma simples denúncia ou uma visão tecnocrática precipitada pode levar à sustação de uma obra de grande importância para a nação”, mas aquela auditoria sobre a BR-359, tão bem elaborada a ponto de reduzir os custos das obras, certamente não se encaixa nesses termos.
Ao fundamentar a emenda, o deputado disse que ela visava "possibilitar a comparação entre os prejuízos que a irregularidade traria e os custos decorrentes da paralisação e do adiamento da entrega da obra”.
O site não traz mais detalhes sobre essa relação custo/benefício duvidosa.
Leia os pontos principais das denuncias sobre a cúpula do ministério dos Transportes:
"(...) no último dia 24, a presidente Dilma Rousseff se reuniu com integrantes da cúpula do Ministério dos Transportes no Palácio do Planalto para reclamar das irregularidades na pasta. Ao lado das ministras Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e Míriam Belchior (Planejamento), ela se queixou dos aumentos sucessivos dos custos das obras em rodovias e ferrovias, criticou o descontrole nos aditivos realizados em contratos firmados com empreiteiras e mandou suspender o início de novos projetos.
Dilma disse que o Ministério dos Transportes está sem controle, que as obras estão com os preços “inflados” e anunciou uma intervenção na pasta comandada pelo PR — que cobra 4% de propina das empresas prestadoras de serviços."
"De acordo com a reportagem, que chama o caso de "mensalão do PR", Valdemar escolhe as empresas que vão realizar projetos e obras de transporte do governo. A revista afirma que o servidor Bonvini é o emissário do ministro, e Valdemar leva os pagamentos das comissões ao PR. O chefe de gabinete do ministro, seria o responsável por liberar as verbas. Os diretores do Dnit e da Valec também são citados como membros do esquema."
"Com planilhas e documentos sobre a mesa, Dilma elevou o tom no encontro com representantes da pasta: “O Ministério dos Transportes está descontrolado”. A presidente chamou de “abusiva”, por exemplo, a elevação do orçamento de obras em ferrovias, que passou de 11,9 bilhões de reais, em março de 2010, para 16,4 bilhões neste mês — salto de 38% em pouco mais de um ano. Dilma também se irritou em especial com a Valec, estatal que cuida da malha ferroviária, e com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), responsável pelas rodovias."
Vocês ficam insuflando o valor das obras. Não há orçamento fiscal que resista aos aumentos propostos pelo Ministério dos Transportes. Eu teria de dobrar a carga tributária do país para dar conta”, disse Dilma, quando a reunião caminhava para o fim. Ela deu o diagnóstico: “Vocês precisam de babá. E terão três a partir de agora: a Míriam, a Gleisi e eu”.

sábado, 2 de julho de 2011

ITAMAR - O GRANDE BRASILEIRO

Feliz daquele que cumpre a missão e está pronto para a partida, ensina o texto bíblico.
Assim, a morte do ex-presidente Itamar Franco, além do pesar pelo seu falecimento, impõe-nos registar e celebar a vida de um brasileiro digno, probo e comprometido com as causas nas quais acreditou e defendeu durante sua vida pública.
Mineiro, nacionalista, pertencente a uma geração que amava a pátria e servia à vida pública sem dela se servir, Itamar Franco parte deixando o exemplo da simplicidade e seriedade que emprestou como prefeito de Juiz de Fora, governador de Minas Gerais, senador, embaixador, vice-presidente e presidente da República.
Assumiu o País, após a queda de Fernando Collor, em momento crítico da história nacional. Em silêncio, como bom mineiro, assegurou a consolidação das liberdades e dos poderes constituídos, garantindo a continuidade do processo democrático, então recém-conquistado com a primeira eleição direta após o regime militar.
Foi em seu governo que o país, com o lançamento do Plano Real, deu o pontapé para livrar-nos da inflação crônica, que atravancava o desenvolvimento de nossa economia e sufocava o poder de compra dos trabalhadores.
Em seu governo, jamais vacilou diante da suspeita de conduta de seus ministros e auxiliares. Chegou a afastar seu Chefe da Casa Civil para que fosse investigado, voltando, posteriormente, a reintegrá-lo à equipe após a constatação de que as acusações eram falsas.
Impôs-se ao Congresso Nacional, em seu governo de coalização, sem ceder às pressões do Poder Legislativo, que acabara de destituir um presidente. É histórica a "rasteira" que deu no então poderoso senador Antonio Carlos Magalhães, que se viu constrangido a ter que compartilhar com a imprensa prometidas denúncias de corrupção que se preparara para entregar com exclusividade ao presidente Itamar.
Fica, pois, a saudade e o exemplo. Felizes os brasileiros que puderam acompanhar a história desse grande brasileiro, que deixa, por mais que tenha feito, como maior legado, o da honradez e boa fé.
Que Deus o acolha, presidente Itamar.



PRESIDENTE ITAMAR FRANCO

Itamar Augusto Cautiero Franco (Salvador, 28 de junho de 1930 — São Paulo, 2 de julho de 2011[1]) foi um político brasileiro, 33º presidente da República (1992-1994), vice-presidente (1990-1992), senador por Minas Gerais (1975-1978; 1983-1987; 1987-1991 e 2011) e governador do estado de Minas Gerais (1999-2003).
Bacharelou-se em engenharia civil na Escola de Engenharia de Juiz de Fora da Universidade Federal de Juiz de Fora em 1955. Ingressou na carreira política em 1958 quando, filiado ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), foi candidato a vereador de Juiz de Fora e mais posteriormente, em 1962, a vice-prefeito, não obtendo êxito em ambas as tentativas. Com o início do Regime Militar, filiou-se ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB), sendo prefeito de Juiz de Fora de 1967 a 1971 e reeleito em 1972, quando dois anos depois, renunciou ao cargo para candidatar-se, com sucesso, ao Senado Federal por Minas Gerais, em 1975. Ganhou influência no MDB, assim sendo eleito vice-líder do partido em 1976 e 1977. No início da década de 1980, com o pluripartidarismo restabelecido no país, filiou-se ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), o sucessor do MDB. Em 1982, é eleito senador novamente,defendendo sempre as campanhas das Diretas já, e votando no candidato oposicionista Tancredo Neves para presidente na eleição presidencial brasileira de 1985. Migrou para o Partido Liberal (PL) em 1986, ano em que concorreu ao governo de Minas Gerais, mas foi derrotado, voltando ao Senado em 1987 pela terceira vez.
Em 1988, uniu-se ao governador de Alagoas Fernando Collor de Mello para lançar uma candidatura à Presidência e Vice-presidência do Brasil, pelo Partido da Reconstrução Nacional (PRN). Itamar, como Vice-presidente, divergia em diversos aspectos da política econômico-financeira adotada por Collor, vindo a retirar-se do PRN e voltando ao PMDB em 1992. Seguindo o impeachment do presidente, assumiu interinamente o papel de chefe de Estado e chefe de governo em 2 de outubro de 1992 e o papel de Presidente da República em 29 de dezembro de 1992. Foi em seu governo que foi realizado um plebiscito sobre a forma de governo do Brasil, que deveria ter sido feita há 104 anos; o resultado foi a permanência da república presidencialista no Brasil. Durante sua incumbência, foi idealizado o Plano Real, elaborado pelo Ministério da Fazenda. Foi sucedido pelo seu ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso.
Opondo-se fortemente a seu sucessor, Itamar cogitou candidatar-se a Presidente em 1998 e 2002, mas não prosseguiu com a ideia e elegeu-se facilmente Governador de Minas Gerais em 1998. Em 2002, apoiou a candidatura de Luís Inácio Lula da Silva e opôs à candidatura de José Serra, candidato apoiado por Fernando Henrique. Não tentou reeleição no estado de Minas Gerais. Lançou-se pré-candidato à presidência pelo PMDB em 2006, mas perdeu para Anthony Garotinho, tentando então para o Senado, perdendo a candidatura para Newton Cardoso. Em maio de 2009, filiou-se ao Partido Popular Socialista (PPS).
Origem e formaçãoFilho de Augusto César Stiebler Franco (falecido pouco antes do nascimento de Itamar Franco) e Itália Cautiero.
Itamar Franco nasceu a bordo de um navio de cabotagem, um "Ita" da Companhia Nacional de Navegação Costeira, no Oceano Atlântico entre o Rio de Janeiro e Salvador. O registro civil de seu nascimento foi feito na capital baiana, onde sua mãe viúva encontraria abrigo na casa de seu tio.
Sua família era de Juiz de Fora, onde cresceu e se formou engenheiro civil em 1955, graduado na Escola de Engenharia de Juiz de Fora. É oficial da Reserva R/2 do Exército Brasileiro pelo NPOR de Juiz de Fora. Ingressou na carreira política em 1955, quando filiado ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB).
Vida pública antes da presidênciaItamar entrou na política em meados dos anos 50 nas fileiras do PTB. Foi candidato a vereador de Juiz de Fora em 1958 e a vice-prefeito dessa cidade em 1962, não obtendo sucesso em ambas as ocasiões.
 Com o advento do regime ditatorial no país em 1964, e a subsequente instalação no país do bipartidarismo, Itamar se filia ao MDB, e se candidatando a prefeitura de sua cidade nas eleições seguintes, obtendo sucesso. Foi prefeito de Juiz de Fora de 1967 a 1971. Em novembro de 1972, Itamar é eleito prefeito de Juiz de Fora pela segunda vez. Em 1974, ele renunciou ao cargo de prefeito para concorrer, com sucesso, ao Senado Federal como representante de Minas Gerais.
Eleito senador, rapidamente, ele ganhou influência no MDB, o partido de oposição ao regime militar que governou o Brasil de 1964 a 1985, sendo eleito vice-líder do MDB e, portanto, da oposição, por duas vezes, em 1976 e em 1977.
No início da década de 1980, o pluripartidarismo é restabelecido no país, e Itamar se filia então ao PMDB (sucessor do MDB). Em 1982 Itamar é reeleito senador na chapa de Tancredo Neves, eleito governador de Minas Gerais.
Durante seu mandato, Itamar foi um ativo defensor da campanha das Diretas já!. Com a não aprovação da Emenda Dante de Oliveira, uma eleição presidencial indireta teve que ser feita. No Colégio Eleitoral reunido para a eleição presidencial, Itamar votou no candidato oposicionista Tancredo Neves.
Querendo ser candidato ao governo do estado de Minas Gerais, e encontrando resistências ao seu nome dentro do PMDB, Itamar deixa a legenda e se filia ao PL sendo então candidato, em 1986, ao governo estadual mineiro por essa legenda, porém não obtém sucesso e é derrotado justamente pelo candidato do PMDB, Newton Cardoso por uma diferença de 1% dos votos. Com a derrota, Itamar volta ao Senado para terminar o seu mandato que iria até 1990.
Atuação na Assembleia ConstituinteVoltando à atividade parlamentar, Itamar participou dos trabalhos da Assembleia Nacional Constituinte, iniciados em 1º de fevereiro de 1987.
Líder do PL no Senado, nas principais votações da Constituinte, foi a favor: do rompimento das relações do Brasil com países que desenvolvessem uma política de discriminação racial; do estabelecimento do Mandado de Segurança Coletivo; da remuneração de 50% superior para o trabalho extra; da jornada semanal de 40 horas; do turno ininterrupto de seis horas; do aviso prévio proporcional ao tempo de serviço; da unicidade sindical; da soberania popular; da nacionalização do subsolo; da estatização do sistema financeiro; de uma limitação do pagamento dos encargos da dívida externa; e da criação de um fundo de apoio à reforma agrária.
Foi contra: a pena de morte; o presidencialismo; e da prorrogação do mandato do presidente José Sarney.
Eleições presidenciais de 1989Em 1989, o então governador de Alagoas, Fernando Collor resolve se candidatar a Presidência da República, nas primeiras eleições diretas para esse cargo no país desde 1960 e querendo compor uma chapa com um político do Sudeste, convida Itamar para ser vice. Aceitando o convite, Itamar deixa o PL, trocando-o pelo pequeno Partido da Reconstrução Nacional (PRN), para ser então candidato a vice-presidente na chapa de Fernando Collor à presidência da república.
Apresentando-se como opositor radical ao presidente José Sarney e defendendo um programa econômico modernizador e liberal, Collor é eleito Presidente e Itamar Franco Vice-Presidente da República, tomando posse em 15 de março de 1990.
Na Vice-presidência da RepúblicaEmpossado o novo governo, Itamar logo foi se afastando de Collor, divergindo de importantes aspectos da política econômico-financeira adotada pelo novo governo. Criticou publicamente o processo de privatizações e a aplicação dos fundos resultantes da venda das companhias estatais, que para ele, deveriam ser usados na área social.
Após a reforma ministerial de abril de 1992 em que ex-colaboradores do regime militar, como Célio Borja, Pratini de Moraes e Ângelo Calmon de Sá entraram no governo, Itamar desligou-se do PRN em 5 de maio de 1992.
O desencadeamento de uma sucessão de denúncias de corrupção contra o governo Collor e do início de uma campanha pelo seu impeachment, levou Itamar a acentuar publicamente suas diferenças em relação ao presidente.
Em 29 de setembro de 1992 a Câmara dos Deputados decidiu por ampla maioria autorizar a abertura de um processo de impeachment do presidente. Neste mesmo dia, Itamar assume interinamente a presidência até que o titular fosse julgado pelo Senado Federal.
Não houve solenidade de posse, que foi bem recebido pela população. Ao assumir, propôs uma política de entendimento nacional.
Na presidência da república

Presidente Itamar Franco, 1993.Em 1992, Collor foi acusado de corrupção e sofreu um processo de impeachment pelo Congresso Nacional e se afasta do governo.
Itamar assume interinamente a presidência em 2 de outubro de 1992, sendo formalmente aclamado presidente em 29 de dezembro de 1992, quando Collor renuncia ao cargo.
O Brasil estava no meio de uma grave crise econômica, com a inflação chegando a 1100% em 1992, e alcançado quase 2500% no ano seguinte. Itamar trocou de ministros da economia várias vezes, até que Fernando Henrique Cardoso assumisse o Ministério da Fazenda.
Plebiscito de 1993Em Abril de 1993, cumprindo com o previsto na Constituição de 1988, o governo realiza um plebiscito para a escolha da forma e do sistema de governo no Brasil. Quase 30% dos votantes não compareceram ao plebiscito ou anularam o voto. Dos que comparecem às urnas, 66% votaram a favor da república, contra 10% favoráveis à monarquia. O presidencialismo recebeu cerca de 55% dos votos, ao passo que o parlamentarismo obteve 25% dos votos. Em função dos resultados, foi mantido o regime republicano e presidencialista.
Plano RealEm fevereiro de 1994, o governo Itamar lançou o Plano Real, elaborado pelo Ministério da Fazenda a partir de idealização do economista Edmar Bacha, que estabilizou a economia e acabou com a crise hiperinflacionária.
Outras realizaçõesO Presidente Itamar Franco fez os primeiros projetos,de combate à miséria ao Lado do sociólogo Betinho. Um homem sério e correto em tomar decisões, o Governo de Itamar Franco talvez seja o único da historia republicana livre de escândalos de corrupção. Em 1995 apoia o então candidato Fernando Henrique Cardoso que sai vitorioso nas urnas,além de garantir a democracia Itamar Franco terminou o seu governo com 84% de aprovação popular.
Depois da presidênciaItamar foi o primeiro presidente da República desde Artur Bernardes a eleger o seu sucessor. Com a vitória de seu candidato, Fernando Henrique Cardoso, Itamar foi nomeado embaixador brasileiro em Portugal, e, posteriormente, embaixador brasileiro junto à Organização dos Estados Americanos (OEA) em Washington, Estados Unidos.
No entanto, Itamar logo se tornou um crítico do governo Fernando Henrique Cardoso por discordar de sua política econômica. Além disso, Itamar pretendia se candidatar à Presidência novamente nas eleições de 1998, porém viu seus planos serem desfeitos quando o então presidente mudou a Constituição para tentar se reeleger para um 2° mandato consecutivo. Mesmo com essa nova mudança nas normas eleitorais, Itamar tenta se candidatar a presidência, mas não consegue obter a indicação do PMDB em uma ação creditada à enorme pressão exercida pelo então presidente que não gostaria de ter Itamar como adversário. Esse foi mais um dos motivos apontados para o rompimento de Itamar com Fernando Henrique Cardoso.
Sem a indicação para a presidência, Itamar se candidata então ao governo de Minas Gerais obtendo a vitória contra o então governador Eduardo Azeredo (PSDB), apoiado por Fernando Henrique.
Governo de Minas GeraisItamar Franco foi eleito governador de Minas Gerais em 1998 pelo PMDB. Governou Minas Gerais de 1999 a 2003, e não conseguiu a indicação do PMDB para se candidatar à presidência da República em 2002. Naquela oportunidade, a convenção nacional do PMDB optou por uma coligação com o PSDB, lançando a então deputada federal Rita Camata (Espírito Santo) a vice-presidente na chapa encabeçada por José Serra.
Assim que tomou posse, Itamar Franco decretou a moratória do estado de Minas Gerais. Entre outros aspectos, o governador alegava a necessidade de se empreender uma auditoria na dívida estadual que, entre outros pontos, era atrelada a uma taxa de juros de 7,5% ao ano, enquanto estados como São Paulo negociaram suas dívidas a uma taxa de 6%. Tentou, com um conjunto de ações na área financeira, reverter uma situação herdada do governo anterior, na qual "as despesas apresentavam crescimento mais acelerado que as receitas tributárias e encontravam-se concentradas em funções de baixa capacidade distributiva, comprometendo a promoção de um processo de desenvolvimento socialmente justo".[2]
Esta atitude polêmica levou Itamar a ser acusado pelo Presidente do Banco Central Armínio Fraga de agir contra a estabilidade de regras necessária à atração de investimentos estrangeiros.
Em que pese essa ação inicial, foi em seu governo que a dívida mineira foi equacionada e começou a ser quitada, conforme esclarece Fabrício Augusto de Oliveira.[3]
Retomou judicialmente o controle acionário da estatal Companhia Energética de Minas Gerais CEMIG, parcialmente vendida pelo governador anterior Eduardo Azeredo, o qual conseguiu fechar as contas estaduais apenas em seus dois últimos anos de governo desfazendo-se de parte do patrimônio público mineiro, que foi privatizado em um processo de reorganização das estatais mineiras que estaria na gênese do chamado "esquema Marcos Valério",[4] cuja "origem dos recursos" seriam "as empresas públicas de Minas Gerais".[5] A CEMIG hoje se tornou uma das maiores empresas de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica do Brasil e do mundo, sendo uma das que mais cresce em seu seguimento.
Itamar Franco em 2004Itamar também se insurgiu contra a privatização empresa energética Furnas, aclamando o povo mineiro e brasileiro para juntos, impedissem que mais um patrimônio do brasileiro fosse privatizado. Na ocasião, Itamar mobilizou a Policia Militar de Minas Gerais em umas das principais usinas da empresa, a Usina Hidrelétrica de Furnas, em São Jose da Barra - MG, ameaçando explodir a referida usina caso Furnas fosse privatizada. Apesar desta postura ter sido muito criticada, Itamar conseguiu seu objetivo e não deixou que Furnas fosse privatizada. Com a incorporação das subsidiarias da Eletrobras, Furnas passou a se chamar Eletrobras Furnas, sendo hoje a estatal Eletrobras a maior empresa do Brasil de geração e transmissão de energia elétrica e uma das maiores do mundo. [6]
A recomposição do setor público em bases burocráticas, passando essencialmente pela valorização do servidor público, pelo reaparelhamento das principais agências de ação estatal e pelo ajuste fiscal, marcou a gestão Itamar Franco, conforme analisam Wladimir Rodrigues Dias e Roberto Sorbilli Filho, segundo os quais não houve grandes inovações em seu governo, mas uma importante organização da administração pública, desmantelada por seu antecessor.[7]
No âmbito político, Itamar Franco se destacou pela realização de uma política centrada nos grandes temas. A composição política de seu governo, de feição centro-esquerdista, chegou a ter participação de PMDB, PT, PDT, PSB, PCdoB, PTB, PPB e PL, dentre outros partidos. Ainda assim, pode-se dizer que governou sem os partidos e sem os políticos [carece de fontes?].
Itamar se opôs a atividades típicas da política tradicional, como as vinculadas ao clientelismo político. Extinguiu as subvenções sociais distribuídas por deputados e não negociou emendas parlamentares, deixando de exercer a habitual dominação que o Executivo exerce sobre o Legislativo. Em décadas, foi o governador com o maior número de projetos rejeitados na ALMG, retaliado pelo rompimento com o pacto clientelista.[8]
Terminando seu mandato no governo de Minas Gerais ao fim de 2002, Itamar resolve não se candidatar a reeleição e apoia as campanhas de Aécio Neves (PSDB) para o governo do Estado e de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Itamar ajuda a eleger Aécio, e com a vitória de Lula no plano nacional é nomeado embaixador brasileiro na Itália até deixar voluntariamente o cargo em 2005.
Embora na memória da maioria permaneça um governador mais atento aos problemas nacionais e a uma eventual candidatura à presidência da República, foi em seu governo que se reorganizaram as finanças e a administração estadual, possibilitando ao governador seguinte, Aécio Neves, eleito com seu apoio, implantar o chamado "choque de gestão".
Últimos anos
Itamar Franco em 2011Em 2006, tentou se candidatar a presidente da República pelo PMDB, competindo pela indicação do partido com Anthony Garotinho, o ex-governador do Rio de Janeiro. Porém, no dia 22 de maio, anunciou a sua desistência e a sua intenção de disputar uma vaga no Senado Federal.
Acabou perdendo a indicação do PMDB de Minas Gerais para o Senado para Newton Cardoso (líder das pesquisas no início, mas que sofreu uma derrota às vésperas das eleições). Itamar anunciou, em 2006, o seu apoio à candidatura de Geraldo Alckmin à Presidência da República.
Aliado de Aécio Neves desde 2002, foi conselheiro do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais. Em maio de 2009, anunciou sua filiação ao Partido Popular Socialista (PPS), o que alimentou especulações sobre uma possível candidatura à Presidência da República ou ao Senado Federal. Em 27 de janeiro de 2007, anunciou sua pré-candidatura a senador, disputando uma das duas vagas nas eleições deste ano, apoiando Aécio Neves como candidato à outra vaga. O candidato a primeiro suplente será o atual presidente do Cruzeiro Zezé Perrella, do PDT, e a segunda suplente, Elaine Matozinhos, do PTB.[9]
Nas eleições de 3 de outubro de 2010, foi eleito senador pelo estado de Minas Gerais, derrotando Fernando Pimentel do PT.
MorteEm 21 de maio de 2011, foi diagnosticado com leucemia. Alguns dias depois, se licenciou do Senado a fim de tratar-se da doença no Hospital Albert Einstein. No dia 27 de junho, um boletim médico do hospital divulgou que sua situação teria se agravado em virtude de uma pneumonia que o levou à UTI. Itamar faleceu na manhã do dia 2 de julho de 2011[10].